Resumos
Retrata origens e princípios que constituíram o Movimento Participação, em oposição à política desenvolvida pela Direção da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn). Surge nos anos 80, com críticas de que a entidade, atuava: a) como reprodutora das politicas oficiais e interesses do setor industrial médico-hospitalar; b) numa estrutura organizativa centralizadora/autoritária; c) apenas na atualização "científico-cultural" das enfermeiras, desconsiderando a necessidade das reflexões político-profissionais, de atuação da entidade e o papel da profissão, no cenário histórico-social vigente; d) sem participar da formulação das políticas públicas relativas ao setor saúde. Este movimento vence as eleições na ABEn e assume a entidade, a partir de 1986. Os resultados dessa nova prática marcam uma história em construção. Conquistas e retrocessos dependerão da nossa capacidade coletiva de construir uma profissão competente tecnicamente, com intervenções criticas e criativas e, principalmente, reconhecida socialmente como aliada da maioria da população, na defesa do direito à saúde.
história da enfermagem; organizações não governamentais; ciências sociais; sociedades de enfermagem
This study outlines the beginnings and principles of the "Participatory" Movement (MP), which was created in opposition to the policies developed by the administration of the Brazilian Association of Nursing (ABEn). It starts in the 1980's, and criticizes ABEn for: a) reproducing the official policies and the medical industry's interest; b) being a centralizing and authoritarian organization; c) focusing mainly on the scientific and cultural development of nurses, while minimizing the importance of political-professional reflection, as well as the role of the profession and professional associations in the social-historical context; d) not participating in the formulation of public health policies. The "Participatory" Movement wins the elections of ABEn and takes over the association in 1986. The results of this new practice are still under construction. The achievements and withdrawals of ABEn will depend on our capacity of building a profession that is technically competent, critical, creative and, above all, socially acknowledged as an ally in the defense of the right to health.
history of nursing; non-governmental organizations; social sciences; nursing associations
Trata sobre los orígenes y principios que constituyeron el Movimiento Participación, en oposición a la política desarrollada por la Directiva de la Asociación Brasileña de Enfermeria (ABEn). Surge en los años 80, con criticas a la entidad, pues actuaba:a) como reproductora de las politicas oficiales e intereses del sector industrial médico-hospitalario; b) en una estructura organizativa centralizadora/autoritaria; c) sólo cumpliendo el papel de actualizar cientifica y culturalmente a las enfermeras, desconociendo las necesidades de reflexión político-profesionales, y de participación de las entidades y el papel de la profesión en el escenario histórico - social ; d) sin participar en la formulación de políticas públicas relativas al sector de la salud. Ese movimiento vence las elecciones de la ABEn y asume la entidad a partir de 1986. Los resultados de la nueva práctica marcan una historia en construcción. Logros y retrocesos dependerán de nuestra capacidad colectiva para construir una profesión competente técnicamente, con intervenciones criticas y creativas y - principalmente-, reconocida socialmente como aliada de la mayoria de la población en defensa del derecho a la salud.
historia de enfermería; organizaciones no gubernamentales; socidades de enfermería
O movimento participação (MP): uma contribuição à história da enfermagem brasileira
Movimento participação ("participatory" movement): a contribution to the history of nursing in Brazil
El movimiento participación (MP): una contribución a la historia de la enfermería brasileña
Gelson Luiz de AlbuquerqueI; Denise Elvira Pires de PiresII
IProfessor do Departamento de Enfermagem e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina; Doutor em Filosofia da Enfermagem pela UFSC; Presidente da ABEn-SC, na gestão 1998-2001
IIProfessora do Departamento de Enfermagem e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina; Doutora em Ciências Sociais pela UNICAMP; Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina; Presidenta da ABEn/SC, na gestão 1989-1992
RESUMO
Retrata origens e princípios que constituíram o Movimento Participação, em oposição à política desenvolvida pela Direção da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn). Surge nos anos 80, com críticas de que a entidade, atuava: a) como reprodutora das politicas oficiais e interesses do setor industrial médico-hospitalar; b) numa estrutura organizativa centralizadora/autoritária; c) apenas na atualização "científico-cultural" das enfermeiras, desconsiderando a necessidade das reflexões político-profissionais, de atuação da entidade e o papel da profissão, no cenário histórico-social vigente; d) sem participar da formulação das políticas públicas relativas ao setor saúde. Este movimento vence as eleições na ABEn e assume a entidade, a partir de 1986. Os resultados dessa nova prática marcam uma história em construção. Conquistas e retrocessos dependerão da nossa capacidade coletiva de construir uma profissão competente tecnicamente, com intervenções criticas e criativas e, principalmente, reconhecida socialmente como aliada da maioria da população, na defesa do direito à saúde.
Palavras-chave: história da enfermagem, organizações não governamentais, ciências sociais, sociedades de enfermagem
ABSTRACT
This study outlines the beginnings and principles of the "Participatory" Movement (MP), which was created in opposition to the policies developed by the administration of the Brazilian Association of Nursing (ABEn). It starts in the 1980's, and criticizes ABEn for: a) reproducing the official policies and the medical industry's interest; b) being a centralizing and authoritarian organization; c) focusing mainly on the scientific and cultural development of nurses, while minimizing the importance of political-professional reflection, as well as the role of the profession and professional associations in the social-historical context; d) not participating in the formulation of public health policies. The "Participatory" Movement wins the elections of ABEn and takes over the association in 1986. The results of this new practice are still under construction. The achievements and withdrawals of ABEn will depend on our capacity of building a profession that is technically competent, critical, creative and, above all, socially acknowledged as an ally in the defense of the right to health.
Keywords: history of nursing, non-governmental organizations, social sciences, nursing associations
RESUMEN
Trata sobre los orígenes y principios que constituyeron el Movimiento Participación, en oposición a la política desarrollada por la Directiva de la Asociación Brasileña de Enfermeria (ABEn). Surge en los años 80, con criticas a la entidad, pues actuaba:a) como reproductora de las politicas oficiales e intereses del sector industrial médico-hospitalario; b) en una estructura organizativa centralizadora/autoritaria; c) sólo cumpliendo el papel de actualizar cientifica y culturalmente a las enfermeras, desconociendo las necesidades de reflexión político-profesionales, y de participación de las entidades y el papel de la profesión en el escenario histórico - social ; d) sin participar en la formulación de políticas públicas relativas al sector de la salud. Ese movimiento vence las elecciones de la ABEn y asume la entidad a partir de 1986. Los resultados de la nueva práctica marcan una historia en construcción. Logros y retrocesos dependerán de nuestra capacidad colectiva para construir una profesión competente técnicamente, con intervenciones criticas y creativas y - principalmente-, reconocida socialmente como aliada de la mayoria de la población en defensa del derecho a la salud.
Palavras clave: historia de enfermería, organizaciones no gubernamentales, socidades de enfermería
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1 A terminologia "pelega" é uma alusão ao pelego que age como um amortecedor entre o animal e o montador. No movimento sindica essa terminologia é utilizada para indicar quando uma entidade desenvolve um papel de amortecedor dos conflitos entre capital e trabalho.
2 Optamos por utilizar a denominação "Enfermeira", em respeito ao gênero feminino que constitui mais de 95% de nossa categoria profissional. contrariando as indicações de nossa língua portuguesa que carrega essa discriminação de gênero. Essa é, também, uma homenagem às companheiras mulheres que constróem a história da Enfermagem Brasileira.
3 A 10ª Diretoria da ABEn/SC, tomou posse em 25 de julho de 1980; tendo a seguinte composição: Presidente: Jorge Lorenzetti: 1ª Vice-Presidente: Diva Fiorini; 2ª Vice-Presidente: Nelcy T. Coutinho Mendes: 1ª Secretária: Márcia Cruz; 2ª Secretária: Evelyn Elias; 1ª Tesoureira: Maria Celecina Antônio; 2ª Tesoureira: Mirian Lago; Conselho Fiscal: Otília Hammes; Conselho Fiscal: Rainlides Schweitzer: Conselho Fiscal: Lúcia H. T. Gonçalves; Comissão de Publicação e Divulgação: Marisa Monticelli; Comissão de Serviço de Enfermagem: Rosane Mazzuco; Comissão de Educação: Jonas Salomão Spricigo: Comissão de Finanças: Mirian Lago; Comissão de atividade científica: Maria Tereza J da Rosa: Comissão de Legislação: Vera Lúcia Guimarães Blank.
4 Profissão entendida como a qualificação de trabalhadores especializados, que dominam os conhecimentos que fundamentam a sua realização e que controlam a produção e reprodução dos conhecimentos necessários ao seu trabalho, através do ensino e pesquisa. Os membros da profissão estabelecem regras para o seu exercício profissional, as mesmas são fixadas em lei e/ou compartilhadas peio grupo e legitimadas pela sociedade em que vivem. Organizam-se em entidades do tipo associativo, de modo a garantir o respeito a essas regras, a buscar o aprimoramento profissional e a desenvolver medidas de defesa do grupo. No entanto, no que diz respeito ao controle sobre o processo de produção e a questão da autonomia profissional, é preciso contextualizar o exercício profissional no momento e condições históricas que o mesmo se realiza, em especial no âmbito trabalho coletivo no modo de produção capitalista, sob o parcelamento de tarefas e a gerência científica (Pires, 2000, p. 87).
5 Chapa Participação: Presidente: Maria José dos Santos Rossi; Vice-Presidente: Maria Henriqueta Luce Kruse; 1º Secretário: Jorge Lorenzetti; 2ª Secretária: Stella Maria Pereira Fernandes de Barros; 1º Tesoureiro: Eduardo Guilherme Kascher; 2ª Tesoureira: Isabel dos Santos; Comissão Permanente de Publicação e Divulgação: Sandra Maria de Abreu Mendes; Comissão Permanente de Legislação: João Pedrazzani; Comissão Permanente de Serviço de Enfermagem: Maria Terezinha Nóbrega da Silva; CACID/CEPEn: Maria da Glória Mioto Wright; Comissão Permanente de Educação: Raimunda Medeiros Germano: Conselheiras Fiscais: Maria Rodrigues da Conceição, Alcinéia Eustáquia Costa e Creso Machado Lopes.
6 Chapa Compromisso: Presidente: Maria Ivete Ribeiro de Oliveira: Vice-Presidente: Clarice Judith Ribeiro Gazzola; 1ª Secretária: Maria Irene Bachega; 2ª Secretária: Vilma de Carvalho; 1ª Tesoureira: Maria Edna Frias Xavier; 2ª Tesoureira: Maria Lídia de Oueiroz Rocha: Comissão Permanente de Publicação e Divulgação: Maria Hélia de Almeida; Comissão Permanente de Legislação: Maria de Aparecida Batista dos Santos; Comissão Permanente de Serviço de Enfermagem: Nalva Pereira Caldas; CACID/CEPEn: Nilce Piva Adami: Comissão Permanente de Educação: Neide Maria Freire Ferraz ; Conselheiras Fiscais: Aracy Régis de Menezes, Gláucia Borges Seraphine e Noemi Lunardi.
7 Clélia Soares Burlamaque (RS), presidente; Dilma Neto de Menezes (PE), secretária.
8 Ata da 2ª Assembléia Extraordinária de delgados da ABEn, 36º CBEn, Belo Horizonte, 1984.
9 Chapa Participação: Presidente: Maria José dos Santos Rossi; Vice-Presidente: Stella Maria Pereira:1ª Secretária: Rita de Cássia Duarte de Lima; 2ª Secretária: Terezinha Francisca Moreira; 1ª Tesoureira: Madge Lima Leite; 2ª Tesoureiro: Victor Hugo Della Torre Valentina; Comissão Permanente de Publicação e Divulgação:Clélia Soares Burlamaque; Comissão Permanente de Legislação: Jorge Lorenzetti; Comissão Permanente de Serviço de Enfermagem: Iara de Moraes Xavier; Diretor do CEPEn: Semiramis Melani Melo Rocha; Comissão Permanente de Educação: Abigail Moura Rodrigues; Conselheiras Fiscais: Marilene Uchoa, Jonas Salomão Spricigo e Edelita Coelho Araújo.
10 Chapa Renovação: Presidente: Maria Lúcia Pimentel de Assis Moura; Vice-Presidente: Juçara da Costa Braga; 1ª. º Secretária: Berenice Moraes Pinto: 2ª Secretária: Zélia Maria Queiroz Almeida Alcoforado; 1º Tesoureiro: Maria Aparecida Batista Santos; 2ª Tesoureira: Marizete Pereira da Silva; Comissão Permanente dePublicação e Divulgação: Lourdes Torres de Cerqueira; Comissão Permanente de Legislação: Emilio José Gonçalves Ribeiro; Comissão Permanente de Serviço de Enfermagem: Maria Euridéia de Castro: Diretora doCEPEn: Maria Noemi Ferreira Ribeiro; Comissão Permanente de Educação: Ingrid Elsen; Conselheiras Fiscais: Maria Lúcia Servo Leite, Neusa Aparecida Ramos e Irmã Maria Wanda de Araújo.
- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM - ABEn. Ata da 2ª Assembléia Extraordinária de delegados da ABEn realizada em Segunda convocação, durante o XXXVI Congresso Brasileiro de Enfermagem. Belo Horizonte, 1984, 6 f.
- PARTICIPAÇÃO. Aos enfermeiros e técnicos de enfermagem brasileiros. [S. L.]: Boletim do Movimento Participação Nacional, [1984]. Mimeogr.
- ______. Plataforma Eleitoral do M.P, 1984. Mimeogr.
- PIRES, Denise. Novas formas de organização do trabalho em saúde e enfermagem. Revista Baiana de Enfermagem, v .13, n1/2, p. 83-92, 2000.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
15 Ago 2014 -
Data do Fascículo
Jun 2001
