2. INTEGRAÇÃO: QUAN+qual
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Prevalência de Burnout: Alta exaustão emocional, n=33 (30 %), alta despersonalização, n=40 (36,4%), baixa realização profissional, n=27 (24,5%). Burnout: n=11(10 %). Enfermeiros: n= 5 (17,2 %) e Técnicos de enfermagem: n=6 (7,4%). |
Fator Conceito (Olson, 1998) |
CE Média (DP) |
Exemplos de falas dos participantes |
Metainferências |
Pares: Abrange o quanto as relações entre os colegas são de apoio e de transparência, refletindo na qualidade da assistência. |
3,88 (0,57) |
1- Veio a unidade covid então, a gente aumentou o quantitativo de funcionários para conseguir dar conta dessa nova unidade, entraram muitos funcionários novos. (X2) 2- Equipe de enfermagem muito engajada no cuidado, não iam no banheiro, não faziam lanche, emendavam horário, saíamos de lá exaustos, com um cansaço emocional e físico, atendendo e dando conta das rotinas novas; a impotência gerava uma angústia muito grande... porque o número de óbitos era muito grande. (X3) |
Convergências O fator Pares associado às dimensões do burnout, especialmente na exaustão emocional, revela relações de trabalho assinaladas por diferenças de experiência profissional, elevada contratação de profissionais novos nas instituições e trabalho em equipe permeado por um cotidiano de assistência de enfermagem difícil, num cenário pandêmico, com alto nível de estresse entre as pessoas e exaustão dos profissionais. As incertezas causadas pelas modificações do processo de organização do trabalho (novos protocolos) nas UTI covid-19 influenciaram no surgimento do esgotamento profissional e na percepção do CE nesse cenário. |
Pacientes: Reflete o quanto são compartilhadas as informações entre os profissionais de saúde e pacientes |
3,82 (0,57) |
1- Chegar no plantão com uma unidade cheia e viam que estavam em poucos técnicos, teve colega chorando. O clima sempre foi de apreensão, pacientes entravam caminhando e saiam dentro de sacos preto. A gente só podia mostrar a foto do óbito, não era agradável, mas era a alternativa para mostrar que naquele saco estava seu familiar. (X4) |
A organização do trabalho e a relação com os pacientes foi demarcada pela instabilidade em torno da covid-19, que provocava tensão, medo, estresse e exaustão (sobrecarga) aos profissionais. |
Gerentes: Se referem à chefia imediata e chefia geral da organização, abordando aspectos relacionados ao respeito e apoio dos gestores para com os enfermeiros. |
3,92 (0,59) |
1- Alguns técnicos de enfermagem e enfermeiros com morbidades; o medo levava a um excesso de cuidado, causando conflitos na equipe. (X1) 2- Nós tínhamos uma estrutura muito válida, mas tinha coisas que a unidade precisava, mas ninguém entrava, era blindada. (X5) 3- O trabalhar num ambiente de morte era o lado negativo lá dentro da covid-19. (X3) 4- A impotência era de precisar fazer mais, mas não ter a oportunidade, eram semanas intermináveis. (X6) |
O fator Gerentes relacionou-se à coordenação e relação com os profissionais de enfermagem, revelando uma gestão num cenário de incertezas, com novas necessidades técnicas e administrativas, falta de trabalhadores de enfermagem devido aos atestados de saúde ou pela maior demanda de atendimento, gerando sobrecarga na função de gestor da equipe de enfermagem. Demonstrou-se o empenho dos gestores nesse cenário, com uma média positiva de CE, porém com elementos favoráveis à ocorrência do burnout.
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Hospital: Apresenta a relação entre profissionais de saúde com a gestão do hospital, sobre a missão da instituição |
3,72 (0,53) |
1- Mas se a pandemia durasse mais, não sei se teríamos condições financeiras, físicas e mental. (X4) 2- Precisávamos que alguém da assistência fosse nas reuniões e que dissesse nossas necessidades da UTI covid-19. (X5) |
O fator Hospital destacou a necessidade de maior aproximação dos profissionais da linha de frente com os gestores institucionais para verificação e conhecimento da situação laboral, que se constituía em um ambiente de alta tensão emocional, principalmente pela sobrecarga de trabalho oriunda das crescentes necessidades técnicas e materiais. |
Médicos: Clima no trabalho entre médicos e enfermeiros. Relação compartilhada de conhecimento e quão éticas são as decisões em conjunto. |
3,76 (0,58) |
1- Médicos sem experiência ancorados em médicos com experiência; às vezes ocorria desconfiança, dificuldades nas decisões, alguns casos de dificuldade também com o respeito profissional entre as equipes, gerando estresse; acho que porque tinha várias equipes trabalhando; então esses conflitos sempre acabam passando por mim, vou lá e converso com os responsáveis, juntos melhoramos o trabalho. (X1) |
O fator Médicos apresentou elementos de esgotamento profissional em relação à confiança e respeito entre médicos e enfermeiros nas tomadas de decisões, demonstrando a relação ainda distante com os médicos. |