Cargas Psíquicas
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Excesso de demanda programada e espontânea. |
A demanda é muito grande, porque a gente não tem profissional suficiente na rede. Na minha área, a gente tem nove mil habitantes. É muito longe do preconizado (ES3). A pressão psicológica referente à quantidade de pessoas a serem atendidas, espera por atendimento, era perceptível na inquietação dos profissionais, no momento da entrevista (OBS SUDESTE). |
O déficit de funcionários inclui número insuficiente para atender os usuários; as licenças e afastamentos por doença e/ou atestado. |
Eu acho que pode melhorar, mas para isso você precisa de recursos materiais, recursos humanos também, porque a gente trabalha com pouquíssimos profissionais e faltas (...) sempre tem falta de profissionais e um profissional tendo que cobrir outro e ficar com uma sobrecarga (ECO5). |
Insatisfação do usuário. |
Você tem um monte de papelada que faz com que você perca tempo (...) Muitas vezes, a pessoa fica no corredor e só escuto reclamação (...) não sabem que é questão burocrática, é muita coisa para anotar, que faz com que o serviço demore (AeNE1). |
Sobrecarga de atividades. |
Então o técnico tem muitas atribuições (TeSE3). Nós técnicos não somos só técnicos. Nós somos porteiro, telefonistas, digitador, farmacêutico (TeN6). |
Cargas Fisiológicas
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Excesso de demanda programada e espontânea. |
Ter que realizar 98 visitas domiciliares, para um técnico, tenho que estar na sala de curativo, na sala de medicação, na dispensação de medicamentos, na triagem dos pacientes, no agendamento das consultas, fazendo medicação. Então, o profissional tem consciência que faz um serviço bem feito, assim como eu, sai do trabalho muito cansada, por isso não penso em ter outro trabalho. Não consigo fazer outras atividades. Quando chego em casa, já chego cansada (TeCO5). Aqui, o volume de pessoas é muito grande. Agora, é atípico eu estar aqui conversando com você porque eu não tenho nem tempo para ir ao banheiro (...) (TeS2). |
Sobrecarga de atividades. |
A sobrecarga de serviço é muito prejudicial para a saúde da gente. Já vi muita gente adoecendo, a própria médica da equipe, sem contar as lesões. Esses dias mesmo, eu estava que não conseguia nem levantar os braços. Não conseguia movimentar a mão (...) a sobrecarga de trabalho me prejudicou bastante. Às vezes, sou privada de tomar água, de ir ao banheiro, de sentar alguns minutos para descansar (TeCO5). |
O déficit de funcionários inclui número insuficiente para atender os usuários; as licenças e afastamentos por doença e/ou atestado. |
Acho que a sobrecarga de trabalho é pela falta de profissional. A gente se estressa muito (TeCO1). Somos apenas duas técnicas de enfermagem na nossa equipe (...). Um funcionário só para a farmácia [diminuiria] essa sobrecarga (...), aí, eu poderia estar ajudando mais a comunidade, poderia estar fazendo mais visitas (TeCO3). |
Jornada de trabalho excessiva. |
(...) nem almoço a gente tem direito aqui (...) a gente compra o almoço, não tem um repouso, não tem nada. Se fosse pelo menos unas 30 horas, como a gente está tentando, talvez melhorasse (TeNE1). |
Cargas Biológicas
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Exposição a agentes biológicos, como bactérias e vírus, pelo manuseio de imunobiológicos e realização de procedimentos envolvendo contaminação; contato com doenças infectocontagiosas; e presença de leveduras (mofo) em decorrência de estrutura física inadequada. |
Conheço uma enfermeira que pegou Hepatite A, dois ACS que pegaram tuberculose e uma técnica que teve acidente com perfurocortante (EN2). Existe uma sala sem condições mínimas, não tem pia dentro dessa sala, não tem descarpack para dispensação adequada de material perfuro-cortante. Foi improvisado uma lata de “leite em pó” para descarte das agulhas (OBS CENTRO-OESTE). |
Cargas Físicas
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Exposição ao calor ou frio intensos e à umidade está intimamente ligada às condições ambientais e de estrutura física das UBS. |
Aqui é uma casa alugada, adaptada (...) a gente teve um problema muito sério, a casa com muita infiltração, muito mofo, muita goteira e quando chovia a gente não podia ficar na Unidade (ENE6). (...) sem ar-condicionado, não tem janela, não tem ventilação nenhuma. Então, acaba se sentindo mal (...) tenho queda de pressão, fico irritada (TeSE3). |
Cargas Mecânicas
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Equipamentos inadequados para uso na assistência (sem manutenção), falta de móveis e/ou impróprios. |
As infiltrações, quando chove, molha. Podemos escorregar e cair. É a segurança que não temos. Além disso, a escada, porque a gente fica subindo e descendo, podendo até cair, e a própria entrada da Unidade é difícil, pois a vala é aberta e não tem um tubo do esgoto (EN2). Não possui equipamentos em condições para assistência em saúde. Evidenciou-se instrumentos e equipamentos essenciais para prática da assistência, muitos em péssimas condições, como armários calçados por pedras, cadeiras de ferro enferrujadas, não obedecendo aos padrões ergonômicos (OBS NORDESTE). |
Cargas Químicas
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Exposição a poeiras e fumaças. |
Nessa região da [UBS], o ar bem pesado, devido às fábricas de cimento que têm instaladas aqui. Isso acaba refletindo na saúde respiratória de alguns colegas (ECO9). |