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Avaliação de egressos de cursos de graduação em enfermagem: estudo brasileiro multicêntrico* * Extraído da tese “Validação Externa do Instrumento de validação de Egressos de Enfermagem IAE-ENF: Estudo multicêntrico. Universidade Federal de São Paulo, 2019.

RESUMO

Objetivos:

Comparar avaliações obtidas de egressos de cursos de graduação em enfermagem em três dimensões: caracterização sociodemográfica, identificação e inserção no mercado de trabalho e avaliação da formação profissional.

Método:

Estudo transversal, quantitativo, multicêntrico, com egressos de três universidades públicas brasileiras. A análise de dados foi feita segundo a confiabilidade interna do instrumento utilizado e por estatística descritiva.

Resultados:

Participaram do estudo 446 egressos concluintes entre 2013 e 2016. A maioria era do sexo feminino, da etnia branca (44%) e parda (38%) e tinha entre 25 e 30 anos. A maior parte apresentou titulação lato sensu concluída ou em curso (54%), 89% eram assalariados, e 60% eram empregados em única instituição, sendo prevalente a área assistencial (57%). Verificaram-se elevados níveis de satisfação entre egressos de duas instituições na avaliação de aprendizado dos conteúdos e experiências essenciais para a formação e melhores avaliações sobre a prática profissional em outra.

Conclusão:

O perfil de experiências acadêmicas, pós-graduação e de ingresso no mercado de trabalho foi diversificado entre as instituições avaliadas. Os achados favorecem a análise crítico-reflexiva dos projetos pedagógicos.

DESCRIPTORES
Avaliação em Enfermagem; Estudo Multicêntrico; Educação em Enfermagem

ABSTRACT

Objective:

To compare evaluations performed by undergraduate nursing alumni in three dimensions: sociodemographic characterization, identification and insertion into the job market, and professional training evaluation.

Methods:

Cross-sectional, quantitative, and multicenter study with alumni of three Brazilian public institutions. Data analysis was carried out according to the internal reliability of the used instrument and by applying descriptive statistics.

Results:

The participants were 446 alumni who obtained their degrees from 2013 to 2016. Most were women, white (44%) or brown (38%), and were between 25 and 30 years old. Most had a specialization degree or were studying to obtain one (54%), had a paid occupation (89%), and were employed by a single institution (60%), with the care area prevailing (57%) in the sample. High levels of satisfaction were found among alumni of two institutions in the evaluation of content learning and essential experiences for training, whereas the other institution obtained better evaluations regarding professional practice.

Conclusion:

The profile of academic experiences, graduate education, and entry into the job market varied according to the evaluated institution. The findings favored critical-reflective analysis of the institutions’ pedagogical projects.

DESCRIPTORS
Nursing Assessment; Multicenter Study; Education, Nursing

RESUMEN

Objetivos:

Comparar evaluaciones de alumnos egresados de carreras de grado en enfermería en tres dimensiones: caracterización sociodemográfica, identificación e inserción en el mercado laboral y evaluación de la formación profesional.

Método:

Estudio transversal, cuantitativo, multicéntrico, con alumnos avanzados de tres universidades públicas brasileñas. Datos analizados por confiabilidad interna del instrumento utilizado y por estadística descriptiva.

Resultados:

Participaron 446 egresados recibidos entre 2013 y 2016. La mayoría, de sexo femenino, etnia blanca (44%) y mulata (38%), franja etaria entre 25 y 30 años. La mayor parte contaba con posgrados lato sensu concluida o en curso (54%); el 89% eran asalariados, 60% empleados en una única institución, prevaleciendo el área asistencial (57%). Se verificaron elevados niveles de satisfacción entre egresados de dos instituciones en la evaluación de aprendizaje de contenidos y experiencias esenciales para la formación, y mejores evaluaciones sobre la práctica profesional en otra.

Conclusión:

El perfil de experiencias universitarias, posgrado y de ingreso al mercado laboral fue diverso entre las instituciones evaluadas. Los hallazgos favorecen el análisis crítico-reflexivo de los proyectos pedagógicos.

DESCRITORES
Evaluación en Enfermería; Estudio Multicéntrico; Educación en Enfermería

INTRODUÇÃO

A avaliação de curso, enquanto processo contínuo de reflexão e ação, traz dinamismo para a realidade organizacional, orientando os objetivos institucionais e depurando a pertinência social e o profissionalismo do ensino superior de graduação. Nesse sentido, o acompanhamento da trajetória profissional dos egressos, por parte das Instituições de Ensino Superior (IES), representa aspecto fundamental para avaliar a eficácia de sua atuação e poder revê-la, a fim de implementar políticas e estratégias de melhoria da qualidade do ensino, de modo a atender às necessidades da sociedade(11. Lima LA, Andriola WB. Acompanhamento de egressos: subsídios para a avaliação de Instituições de Ensino Superior (IES). Avaliação (Campinas). 2018;23(1):104-25. DOI: https://doi.org/10.1590/s1414-40772018000100007
https://doi.org/10.1590/s1414-4077201800...
).

Em documento, o Ministério da Educação do Brasil traz uma análise crítico-reflexiva sobre o papel do ensino superior no próprio país e no mundo, considerando o período de 2003 a 2025, destacando-se que a educação é, acima de tudo, um bem público e o principal vetor de inclusão social. O equilíbrio entre o que é essencial para a cidadania, a inclusão e a mobilidade social, além de estratégico para o país, deve ser garantido, mas, também, contraposto à formação universitária caracterizada pelo ensino de baixa qualidade(22. Porto C, Régnier K. O ensino superior no mundo e no Brasil – condicionantes, tendências e cenários para o horizonte 2003-2025. Uma abordagem exploratória [Internet]. Brasília: Ministério da Educação; 2003 [cited 2021 May 14]. Available from: http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/ensinosuperiormundobrasiltendenciascenarios2003-2025.pdf
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).

A formação profissional universitária brasileira conta com diretrizes, instituídas a partir da virada do século 21, as quais norteiam a constituição dos cursos e asseguram valores, tanto na perspectiva da intencionalidade da formação superior quanto da própria profissão. As Diretrizes Curriculares Nacionais de Enfermagem (DCN/ENF) de 2001 subsidiam a elaboração e a avaliação de Projetos Pedagógicos de Curso (PPC) de enfermagem(33. Brasil. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES nº 3, de 7/11/2001. Institui Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em enfermagem [Internet]. Brasília: Diário Oficial da União; 2001 [cited 2021 May 14]. Available from: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cne-ces-n-3-de-7-de-novembro-de-2001-diretrizes-nacionais-curso-graduaao-enfermagem_6933.html
http://www.cofen.gov.br/resoluo-cne-ces-...
). Ao longo dos anos, desde que foram instituídas, as DCN/ENF também favoreceram a construção de instrumentos para avaliar egressos, etapa fundamental para a análise crítica do PPC quanto à capacidade de manter o equilíbrio entre suas intencionalidades e aos cenários de prática profissional(44. Machado MH, Ximenes Neto FR. The management of work and education in Brazil’s Unified Health System: thirty years of progress and challenges. Cien Saude Colet. 2018;23(6):1971-9. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232018236.06682018
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). O compromisso da formação superior em saúde para atender às demandas do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil, gratuito e universal, é uma preocupação constante em pesquisas de egressos de enfermagem. O almejado é que as IES participem ativamente da plena execução do SUS no cumprimento de seu papel social, a fim de evitar desequilíbrios entre oferta e demanda, iniquidades regionais, empobrecimento intelectual da Atenção à Saúde, entre outros desserviços que a má qualidade do ensino universitário pode gerar(44. Machado MH, Ximenes Neto FR. The management of work and education in Brazil’s Unified Health System: thirty years of progress and challenges. Cien Saude Colet. 2018;23(6):1971-9. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232018236.06682018
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55. Winters JRF, Do Prado ML, Heidemann IT. Nursing education oriented to the principles of the Unified Health System: perception of graduates. Escola Anna Nery. 2016;20(2):248-53. DOI: https://doi.org/10.5935/1414-8145.20160033
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).

Nesse cenário de preocupações, surgiram os questionamentos: Como está a formação profissional segundo egressos de graduação em enfermagem de três instituições públicas de diferentes estados brasileiros, cenários deste estudo? Qual a satisfação do egresso com sua formação profissional e com o exercício da profissão?

Assim, o presente estudo objetivou comparar as avaliações obtidas de egressos de cursos de graduação em enfermagem, provenientes de diferentes instituições de ensino, em três dimensões: caracterização sociodemográfica, identificação e inserção no mercado de trabalho e avaliação da formação profissional.

MÉTODO

Tipo do Estudo

Trata-se de estudo transversal, multicêntrico e de abordagem quantitativa.

População e Critérios de Seleção

Os locais de estudo selecionados incluíram três cursos de graduação de enfermagem pertencentes a universidades públicas brasileiras, sendo elas a Universidade Federal do Acre (UFAC), designada como IES-1; a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), designada como IES-2, e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), designada como IES-3. Os representantes legais das IES consentiram a realização desta pesquisa, incluindo a divulgação de suas identidades sociais, mediante assinaturas de cartas de anuência.

A seleção das IES dos cursos de graduação em enfermagem deu-se por elas serem geograficamente e socialmente distintas: a primeira, por se encontrar na Região Norte do país (Rio Branco, Acre), cuja economia mantém-se por meio do extrativismo vegetal e do agronegócio, além da intensa miscigenação da população; a segunda, ao norte de Minas Gerais (Montes Claros), está em uma área que se destaca por atividades agropecuárias, industriais e de prestação de serviços; e a terceira, em São Paulo (SP), está localizada no principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América do Sul. Soma-se a essas distintas realidades o fato facilitador de as instituições serem locais de trabalho das pesquisadoras envolvidas.

Quanto ao PPC, as três instituições possuem estreita similaridade quanto ao tempo de formação, ao ensino integral e à proposta de iniciação precoce em atividades práticas, objetivando a construção de habilidades para o exercício profissional no SUS, bem como declaram ter como balizadoras as DCN/ENF. Na perspectiva estratégica, o PPC da Unimontes pauta-se em metodologias problematizadoras, e as outras duas instituições pautam-se em metodologias tradicionais e ativas combinadas.

Os critérios de inclusão para o estudo foram: ser egresso de curso de graduação em enfermagem de uma das três instituições participantes da pesquisa e ter concluído sua formação no período de 2013 a 2017. Preenchimento incompleto ou vencimento dos prazos estipulados caracterizaram critérios para a exclusão do participante na fase de organização dos dados. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Amostra

As informações acerca dos egressos, constantes nos registros acadêmicos, como e-mail, telefones e data de conclusão da graduação em enfermagem, foram previamente solicitadas aos órgãos responsáveis (Secretarias Acadêmicas) das IES participantes, mediante apresentação da carta de anuência às respectivas instâncias administrativas. A seleção dos participantes foi realizada, inicialmente, pelo levantamento de dados dos estudantes titulados no período de 2013 a

2017. No total, encontraram-se registros de 603 egressos de enfermagem titulados nesse período. Deste total, 75 eram ex-alunos da IES-1, 187 da IES-2 e 341 da IES-3.

O tamanho da amostra foi calculado com base nesse universo (n = 603), estimando-se o intervalo de confiança de 95% e o nível de significância por meio do sistema operacional OpenEpi®, versão 2(66. Sullivan KM, Dean A, Soe MM. OpenEpi: a web-based epidemiologic and statistical calculator for public health. Public Health Rep. 2009;124(3):471-4. DOI: https://doi.org/10.1177/003335490912400320
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). Para cada pergunta do instrumento de coleta, recomendam-se, no mínimo, cinco sujeitos(77. Streiner DL. Figuring out factors: the use and misuse of factor analysis. Can J Psychiatry. 1994;39(3):135-40. DOI: https://doi.org/10.1177/070674379403900303
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). O instrumento utilizado, denominado Instrumento para Avaliação de Egressos de Enfermagem (IAE-ENF), contém 87 questões, de modo que o tamanho mínimo da amostra seria de 435 egressos(88. Vieira MA, Ohara CV, De Domenico EB. The construction and validation of an instrument for the assessment of graduates of undergraduate nursing courses. Rev Lat Am Enferm. 2016;24:e2710. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.0834.2710
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99. Aguiar KLA, Vieira MA, De Domenico EBL. Validação externa do instrumento de avaliação de egressos de enfermagem IAE-ENF: estudo multicêntrico [resumo 101]. In: 3º Fórum Internacional de Enfermagem e 4º Fórum Nacional de Enfermagem [Internet]; 2019 Nov 25-28; São Paulo. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 2020 [cited 2020 Oct 28]. p. 22. Available from: https://acta-ape.org/wp-content/uploads/2020/04/Forum-Internacional-resumos.pdf
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). Cabe esclarecer que esta pesquisa se restringiu às 85 questões estruturadas do IAE-ENF, que permitem análise exclusivamente quantitativa. As duas questões semiestruturadas, que conformam as 87 questões do instrumento, foram excluídas deste estudo pela quantidade de dados que geraram e pelo fato de a natureza qualitativa exigir outra forma estruturada de apresentação.

Coleta de Dados e Instrumento

A coleta de dados ocorreu entre junho de 2017 e junho de 2018. O link eletrônico contendo o instrumento de avaliação foi enviado por e-mail aos egressos, junto com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que foi o primeiro item a ser solicitado e respondido pelos participantes. A fim de manter a liberdade de escolha para a participação, os egressos podiam se recusar a participar do estudo ou retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa. Para a coleta de dados, utilizou-se o software SurveyMonkey®.

O IAE-ENF possui três dimensões relacionadas à caracterização do egresso e à inserção no mercado de trabalho, à avaliação do processo de formação profissional e à avaliação da atuação profissional, podendo ser utilizado no território nacional, por se basear nas DCN/ENF(88. Vieira MA, Ohara CV, De Domenico EB. The construction and validation of an instrument for the assessment of graduates of undergraduate nursing courses. Rev Lat Am Enferm. 2016;24:e2710. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.0834.2710
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99. Aguiar KLA, Vieira MA, De Domenico EBL. Validação externa do instrumento de avaliação de egressos de enfermagem IAE-ENF: estudo multicêntrico [resumo 101]. In: 3º Fórum Internacional de Enfermagem e 4º Fórum Nacional de Enfermagem [Internet]; 2019 Nov 25-28; São Paulo. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 2020 [cited 2020 Oct 28]. p. 22. Available from: https://acta-ape.org/wp-content/uploads/2020/04/Forum-Internacional-resumos.pdf
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). A utilização do IAE-ENF foi autorizada pelos autores para a coleta de dados deste estudo.

Análise e Tratamento dos Dados

Após a conclusão da fase de coleta de dados, os dados do instrumento foram armazenados no software on-line SurveyMonkey® e tabulados em uma planilha do Microsoft Excel®. Como recomendado pelos autores do IAE-ENF, novo teste de confiabilidade foi aplicado(88. Vieira MA, Ohara CV, De Domenico EB. The construction and validation of an instrument for the assessment of graduates of undergraduate nursing courses. Rev Lat Am Enferm. 2016;24:e2710. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.0834.2710
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). A confiabilidade do IAE-ENF foi avaliada por meio do alfa de Cronbach, e o valor encontrado foi de 0,98, sendo considerada uma confiabilidade muito alta, evidenciando um instrumento com excelente consistência interna. Os dados obtidos com os egressos das três IES foram analisados e comparados a partir de números absolutos e percentuais.

Aspectos Éticos

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Unifesp como estudo multicêntrico, parecer 0977/2016-CAAE 57869516.7.0000.5505.

RESULTADOS

Dos 446 egressos participantes, 60,5% eram da IES-3, 25,7% da IES-2 e 13,6% da IES-1. Do número amostral, 44,8% se autodeclararam brancos, seguidos de 38,5% da etnia parda; 88,6% do sexo feminino e 81,6% tinham até 30 anos de idade. Predominou a conclusão do curso de enfermagem entre os anos de 2013 e 2016, correspondendo a 80,6% da amostra. No Acre, o número de egressos do sexo masculino foi maior do que nas outras universidades (24,6%). Na IES-2, a faixa etária de maior prevalência foi de egressos com até 25 anos, demostrando o perfil jovem dos ex-estudantes de curso de graduação em enfermagem.

A Tabela 1 apresenta as características sociodemográficas e acadêmicas dos egressos dos cursos de enfermagem, segundo as três IES participantes. A soma de algumas variáveis não perfez necessariamente o número de participantes (n:446) porque foi oferecida mais de uma opção de resposta ou a opção “não responder” e as porcentagens de cada variável foram calculadas a partir do número de respondentes.

Tabela 1.
Características sociodemográficas e acadêmicas dos egressos dos cursos de enfermagem das Instituições de Ensino Superior 1, 2 e 3. São Paulo, SP, Brasil, 2018.

Quanto ao percurso acadêmico dos egressos, os dados evidenciam, na Tabela 1 , que 34,2% optaram pelos programas e/ou projetos de extensão universitária no decorrer da graduação. Verificou-se que, na IES-1, os egressos, em pouco mais de 50%, relataram Iniciações Científicas e programas e/ou projetos sociais. Na IES-2, a busca por estágios extracurriculares e por programas e projetos sociais merece destaque. Na IES-3, as participações em ligas acadêmicas e programas e/ou projetos sociais excederam 70%. No geral, considerando-se a frequência de busca por atividades extracurriculares, a Iniciação Científica apresentou o menor resultado.

Na IES-3, 60,7% dos egressos possuíam titulação lato sensu concluída ou em curso, seguida por egressos da IES-2 (55,7%) e da IES-1 (21,3%). A formação pregressa no nível médio foi inferior a 10% nas três instituições. Em relação ao vínculo empregatício, 60% exerciam funções em uma única instituição, principalmente na IES-3 (71,1%). Ressalta-se que existiam desempregados na área da enfermagem: 25% dos enfermeiros participantes deste estudo, principalmente na IES-2. Esse percentual, somado ao dos enfermeiros que trabalham em outra área/profissão, resulta em 31,9% da amostra.

A maioria dos egressos afirmou ter conseguido o emprego na área de enfermagem, em até 6 meses pós-formatura, principalmente na IES-3. Quanto à renda, 42% dos egressos tinham renda que variava de quatro a sete salários mínimos vigentes à época, seguidos de 31,9% com renda de dois a quatro salários. Em relação ao vínculo profissional dos egressos, 89,3% eram assalariados, atuando na área assistencial (57,1%), seguida da área de gerência (20,1%). Quanto à modalidade de atenção, a maioria dos egressos encontrava-se atuando na área hospitalar: hospitais gerais e especializados. Se somados aos que declararam estar em setores de urgência/emergência, 56,2% encontravam-se na Atenção Terciária (Tabela 2).

Tabela 2.
Características de atuação dos egressos dos Cursos de Enfermagem das Instituições de Ensino Superior 1, 2 e 3. São Paulo, SP, Brasil, 2018.

Os resultados das dimensões 2 e 3 do IAE-ENF, que correspondiam à percepção dos egressos em relação à formação acadêmica e à atuação profissional por eles vivenciadas, respectivamente, encontram-se nas Tabelas 3 e 4. Salienta-se que, nessas dimensões, também não foram contabilizados os egressos que não responderam às questões. As opções de respostas das sete questões que compuseram essa dimensão estão em escalas de diferenciais semânticos, e optou-se por manter as palavras empregadas em cada questão para interpretação acurada dos resultados. A Tabela 3 traz resultados de questões que constam da dimensão 2 do IAE-ENF, com consistentes diferenças entre as três IES.

Tabela 3.
Competências adquiridas durante a formação acadêmica constantes na dimensão 2 do Instrumento para Avaliação de Egressos de Enfermagem, de acordo com os egressos. São Paulo, SP, Brasil, 2018.
Tabela 4.
Avaliação da atuação profissional segundo a dimensão 3 do Instrumento para Avaliação de Egressos de Enfermagem, de acordo com os egressos. São Paulo, SP, Brasil, 2018.

Observa-se, na Tabela 3 , que as somas dos descritores positivos (concordo totalmente e concordo) foram superiores a 50% na IES-2 e na IES-3. Os resultados evidenciam que os egressos da IES-1 avaliaram que o curso de graduação não cumpriu satisfatoriamente com a construção de competências nas esferas da assistência; a educação em saúde e gestão, de acordo com os níveis de atenção e especificidades regionais; os princípios éticos e bioéticos e habilidades para gerir e/ou aplicar conhecimento técnico-científico. A Tabela 4 traz a percepção dos egressos sobre a prática profissional.

Os egressos da IES-2 e da IES-3 dividiram-se entre considerar que foi mediano e suficiente o preparo profissional obtido pelas atividades práticas e pelos estágios. Os egressos da IES-1 consideraram a remuneração de mediana a suficiente; os da IES-2, de insuficiente a totalmente insuficiente e os da IES-3, de mediana a insuficiente. Quanto aos processos avaliativos adotados nos cursos de graduação, os egressos da IES-2 e da IES-3 julgaram-nos de medianos a adequados e os da IES-1, como adequados, em sua maioria. Quando questionados sobre a percepção entre as competências adquiridas durante o curso de graduação e as exigências do mundo de trabalho, os resultados dos egressos da IES-1 superaram em positividade os das outras duas instituições, incluindo a satisfação em ser enfermeiro, o exercício profissional e a avaliação global.

DISCUSSÃO

As IES participantes estão localizadas nas Regiões Norte e Sudeste do país, distantes geograficamente, considerando-se as dimensões continentais do Brasil. Contudo, verificou-se que o perfil sociodemográfico dos egressos dos cursos de graduação em enfermagem foi semelhante nos três cenários deste estudo. A maioria se autodeclarou de etnia branca na IES-3 e majoritariamente parda na IES-1 e IES-2, era do sexo feminino e com até 30 anos de idade nas três instituições participantes. Esses achados corroboram outros estudos com perfis semelhantes de egressos(99. Aguiar KLA, Vieira MA, De Domenico EBL. Validação externa do instrumento de avaliação de egressos de enfermagem IAE-ENF: estudo multicêntrico [resumo 101]. In: 3º Fórum Internacional de Enfermagem e 4º Fórum Nacional de Enfermagem [Internet]; 2019 Nov 25-28; São Paulo. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 2020 [cited 2020 Oct 28]. p. 22. Available from: https://acta-ape.org/wp-content/uploads/2020/04/Forum-Internacional-resumos.pdf
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1010. Barbosa AC, Luiz FS, Friedrich DB, Püschel VA, Farah BF, Carbogim FC. Profile of nursing graduates: competencies and professional insertion. Rev Lat Am Enferm. 2019;27:e3205. DOI: https://doi.org/10.1590/1518-8345.3222.3205
https://doi.org/10.1590/1518-8345.3222.3...
).

Em relação ao sexo, o relatório final da pesquisa sobre o perfil da enfermagem no Brasil(1111. Machado MH, Wermelinger M, Vieira M, Oliveira E, Lemos W, Aguiar Filho W, et al. Aspectos gerais da formação da enfermagem: o perfil da formação dos enfermeiros técnicos e auxiliares. Enferm Foco. 2016;7(n. esp)15-34. DOI: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2016.v7.nESP.687
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1212. Silva MC, Machado MH. Sistema de Saúde e Trabalho: desafios para a Enfermagem no Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2020;25(1):7-13. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232020251.27572019
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), publicado em 2017, indica que a feminilização do setor saúde é um fato comum em todas as profissões, e a Enfermagem acompanha e acentua esse processo, uma vez que o último percentual computado foi de 86,2% de mulheres. Contudo, apesar de incipiente, registra-se a presença de mais de 55 mil homens (13,4%), denotando crescente participação deles na categoria, como se observou na IES-1. Ainda na análise comparativa dos achados atuais com os oficiais, a maioria do contingente, que representa mais de 276 mil trabalhadores no Brasil, encontra-se com até 40 anos, o que significa dizer que a equipe de enfermagem é predominantemente jovem, como na presente investigação(1111. Machado MH, Wermelinger M, Vieira M, Oliveira E, Lemos W, Aguiar Filho W, et al. Aspectos gerais da formação da enfermagem: o perfil da formação dos enfermeiros técnicos e auxiliares. Enferm Foco. 2016;7(n. esp)15-34. DOI: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2016.v7.nESP.687
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1212. Silva MC, Machado MH. Sistema de Saúde e Trabalho: desafios para a Enfermagem no Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2020;25(1):7-13. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232020251.27572019
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).

Quanto ao percurso acadêmico, verificou-se que os percentuais encontrados indicaram envolvimento satisfatório dos egressos na escolha e na participação em atividades de aprendizado de forma autônoma e autogerida. Cabe destacar que as IES estudadas são públicas, com tradição no ensino, pesquisa e extensão. As atividades extracurriculares que compreendem participação em projetos sociais, estágios e Iniciação Científica, entre outras, promovem momentos significativos de aprendizagem e oportunizam a formação crítica, criativa e resolutiva nos estudantes, fundamentais para a inserção futura na carreira, podendo até ser um elemento positivo em processos seletivos(1313. Silva IR, Leite JL, Trevizan MA, Silva TP, José SA. Connections between research and health care assistance: emerging challenges for science, innovation and technology in nursing. Texto Contexto Enferm. 2017;26(4):e2470016. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0104-07072017002470016
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1414. Erdmann AL, Peiter CC, Lanzoni GM. Grupos de pesquisa em enfermagem no Brasil: comparação dos perfis de 2006 e 2016. Rev Gaúcha Enferm. 2017;38(2):e69051. DOI: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.02.69051
https://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.0...
).

A inserção de estudantes durante a graduação no universo da pesquisa acadêmica, entretanto, foi insatisfatória, considerando-se que o maior quantitativo (IES-1) ficou em 50%. A experiência oportunizada pelos programas de Iniciação Científica favorece a formação de profissionais preparados para os desafios do mercado de trabalho, bem como encorajados para prosseguirem na pós-graduação. Essa articulação é promotora de visibilidade, reconhecimento e consolidação da enfermagem como ciência(1313. Silva IR, Leite JL, Trevizan MA, Silva TP, José SA. Connections between research and health care assistance: emerging challenges for science, innovation and technology in nursing. Texto Contexto Enferm. 2017;26(4):e2470016. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0104-07072017002470016
http://dx.doi.org/10.1590/0104-070720170...
1414. Erdmann AL, Peiter CC, Lanzoni GM. Grupos de pesquisa em enfermagem no Brasil: comparação dos perfis de 2006 e 2016. Rev Gaúcha Enferm. 2017;38(2):e69051. DOI: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.02.69051
https://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.0...
).

No campo da extensão universitária, as três IES se destacaram, mas cabe comentar que a curricularização da extensão universitária está prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), para o período de 2014 a 2024, como meta obrigatória a destinação de 10% de atividades extracurriculares do total de créditos da matriz curricular em todos os cursos de graduação(1515. Brasil. Ministério da Educação. Resolução nº 7, de 18 de dezembro de 2018. Estabelece as diretrizes para a extensão na educação superior brasileira e regimenta o disposto na meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação – PNE 2014-2024 e dá outras providências [Internet]. Brasília: Diário Oficial da União, 2018 [cited 2021 May 14]. Available from: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/55877808
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_pu...
). Esse será um grande desafio para os cursos na área da saúde, uma vez que estudo recente buscou caracterizar, por meio de revisão de literatura, quais concepções de extensão estão incluídas na legislação brasileira e apontou que a extensão deve ser compreendida como uma política pública que dialoga com a sociedade, embora seja um tema recente e ainda carente de ser totalmente valorado, apesar de ter suas bases constitutivas bem delineadas(1616. Albrecht E, Bastos AS. Extensão e sociedade: diálogos necessários. Revista em Extensão. 2020;19(1):54-71. DOI: https://doi.org/10.14393/REE-v19n12020-53428
https://doi.org/10.14393/REE-v19n12020-5...
).

Verificou-se que a maioria dos egressos da IES-2 e da IES-3 já cursou ou estava cursando alguma especialização, dados que diferem da realidade da IES-1, na qual apenas 21% dos egressos relataram possuir algum tipo de qualificação adicional ao bacharelado. Esse fato pode ser explicado pela oferta de pós-graduação ser menor na Região Norte do Brasil. Assim, urge a aceleração das políticas educacionais relativas à pós-graduação lato e stricto sensu que busquem minimizar essa desproporcionalidade, por meio, inclusive, de grupos de pesquisa que tenham a missão de aproximar as realidades técnico-científicas de grandes centros às áreas geográficas remotas e menos favorecidas profissionalmente(1212. Silva MC, Machado MH. Sistema de Saúde e Trabalho: desafios para a Enfermagem no Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2020;25(1):7-13. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232020251.27572019
http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320202...
1414. Erdmann AL, Peiter CC, Lanzoni GM. Grupos de pesquisa em enfermagem no Brasil: comparação dos perfis de 2006 e 2016. Rev Gaúcha Enferm. 2017;38(2):e69051. DOI: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.02.69051
https://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.0...
).

Resultados encontrados no presente estudo quanto à formação complementar são similares aos de outras investigações realizadas em diferentes contextos brasileiros e mostram, de modo geral, que os egressos reconheceram que os conhecimentos adquiridos durante a graduação não foram suficientes(1717. Püschel VA, Inácio MP, Pucci PP. Insertion of USP nursing graduates into the job market: facilities and difficulties. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2009 [cited 2021 May 14];43(3):534-41. Available from: https://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n3/en_a06v43n3.pdf
https://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n3/e...
1919. Leal LA, Soares MI, Silva BR, Bernardes A, Camelo SH. Clinical and management skills for hospital nurses: perspective of nursing university students. Rev Bras Enferm. 2018;71(Suppl 4):1514-21. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0452
http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017...
). Nessa direção, percebe-se que a educação permanente, a capacitação profissional, o oferecimento de cursos e as atualizações por parte das instituições empregadoras e formadoras tornam-se imprescindíveis para o enfermeiro atuar com excelência em serviço e desempenhar sua função de forma compromissada e transformadora nos serviços de saúde, tornando a assistência prestada próxima do desejado(1818. Püschel VA, Costa D, Reis PP, Oliveira LB, Carbogim FC. Nurses in the labor market: professional insertion, competencies and skills. Rev Bras Enferm. 2017;70(6):1220-6. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0061
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0...
1919. Leal LA, Soares MI, Silva BR, Bernardes A, Camelo SH. Clinical and management skills for hospital nurses: perspective of nursing university students. Rev Bras Enferm. 2018;71(Suppl 4):1514-21. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0452
http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017...
).

Dentre os egressos participantes deste estudo, poucos possuíam formação pregressa, no nível médio, em cursos de auxiliar e/ou técnico de enfermagem, provavelmente pela dificuldade de ingresso nos processos seletivos que caracterizam as universidades públicas brasileiras e permanência no curso em período integral, o que dificulta a manutenção de um emprego. Contrariamente, os resultados da pesquisa sobre o perfil da enfermagem atestaram que os enfermeiros em atuação no país, em maioria superior a 80%, declararam ter formação pregressa em enfermagem no nível médio(1111. Machado MH, Wermelinger M, Vieira M, Oliveira E, Lemos W, Aguiar Filho W, et al. Aspectos gerais da formação da enfermagem: o perfil da formação dos enfermeiros técnicos e auxiliares. Enferm Foco. 2016;7(n. esp)15-34. DOI: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2016.v7.nESP.687
https://doi.org/10.21675/2357-707X.2016....
). Essa disparidade é decorrente do aumento significativo de IES privadas que passaram a oferecer o curso de graduação em enfermagem em período parcial, apesar do cumprimento da integralidade de carga horária em 5 anos, a partir do ano 2000(1212. Silva MC, Machado MH. Sistema de Saúde e Trabalho: desafios para a Enfermagem no Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2020;25(1):7-13. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232020251.27572019
http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320202...
).

Quanto às características relacionadas à empregabilidade, verificou-se que, no presente estudo assim como em outros publicados, os enfermeiros desenvolvem, na maioria das vezes, suas atividades em uma só instituição(1818. Püschel VA, Costa D, Reis PP, Oliveira LB, Carbogim FC. Nurses in the labor market: professional insertion, competencies and skills. Rev Bras Enferm. 2017;70(6):1220-6. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0061
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0...
1919. Leal LA, Soares MI, Silva BR, Bernardes A, Camelo SH. Clinical and management skills for hospital nurses: perspective of nursing university students. Rev Bras Enferm. 2018;71(Suppl 4):1514-21. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0452
http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017...
). Também o relatório da pesquisa perfil da enfermagem aponta que mais da metade (58%) dos enfermeiros em todo o país informou ter apenas uma atividade profissional(1111. Machado MH, Wermelinger M, Vieira M, Oliveira E, Lemos W, Aguiar Filho W, et al. Aspectos gerais da formação da enfermagem: o perfil da formação dos enfermeiros técnicos e auxiliares. Enferm Foco. 2016;7(n. esp)15-34. DOI: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2016.v7.nESP.687
https://doi.org/10.21675/2357-707X.2016....
). Esse dado pode refletir escassez de emprego na enfermagem como também as disparidades salariais que oscilam entre o provimento de salário digno e ultrajante, exigindo mais de um vínculo empregatício para a composição da renda mensal. Ressalta-se que, na presente investigação, um quarto dos egressos declarou-se desempregado no momento da coleta de dados, sobretudo na IES-2, e esse achado, somado ao número de enfermeiros que trabalhavam em outra área/profissão, é fato preocupante, uma vez que, no Brasil, nos últimos 12 meses, o percentual de enfermeiros desempregados declarados é de 12,4%, representando mais de 51 mil profissionais e, destes, 78,9% declararam ter tido dificuldade em arrumar emprego, principalmente longe das capitais dos estados brasileiros(1111. Machado MH, Wermelinger M, Vieira M, Oliveira E, Lemos W, Aguiar Filho W, et al. Aspectos gerais da formação da enfermagem: o perfil da formação dos enfermeiros técnicos e auxiliares. Enferm Foco. 2016;7(n. esp)15-34. DOI: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2016.v7.nESP.687
https://doi.org/10.21675/2357-707X.2016....
1212. Silva MC, Machado MH. Sistema de Saúde e Trabalho: desafios para a Enfermagem no Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2020;25(1):7-13. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232020251.27572019
http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320202...
).

Quanto ao tempo transcorrido para o egresso obter o primeiro emprego, outros estudos também apresentaram resultados semelhantes no quantitativo de até 6 meses para a inserção no mundo do trabalho após a formatura(1010. Barbosa AC, Luiz FS, Friedrich DB, Püschel VA, Farah BF, Carbogim FC. Profile of nursing graduates: competencies and professional insertion. Rev Lat Am Enferm. 2019;27:e3205. DOI: https://doi.org/10.1590/1518-8345.3222.3205
https://doi.org/10.1590/1518-8345.3222.3...
,1717. Püschel VA, Inácio MP, Pucci PP. Insertion of USP nursing graduates into the job market: facilities and difficulties. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2009 [cited 2021 May 14];43(3):534-41. Available from: https://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n3/en_a06v43n3.pdf
https://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n3/e...
1919. Leal LA, Soares MI, Silva BR, Bernardes A, Camelo SH. Clinical and management skills for hospital nurses: perspective of nursing university students. Rev Bras Enferm. 2018;71(Suppl 4):1514-21. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0452
http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017...
). Pesquisa desenvolvida em um município do interior paulista(1919. Leal LA, Soares MI, Silva BR, Bernardes A, Camelo SH. Clinical and management skills for hospital nurses: perspective of nursing university students. Rev Bras Enferm. 2018;71(Suppl 4):1514-21. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0452
http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017...
) evidenciou que, apesar de a maioria dos participantes estar empregada, houve relato de dificuldades para o ingresso no mercado de trabalho, corroborando, mais uma vez, a análise de que as capitais vêm concentrando o mercado empregatício, como pôde ser observado na dificuldade de empregabilidade de egressos da IES-2, distante da capital do estado de Minas Gerais. Essa centralização tem várias repercussões, como falta de recursos em saúde para as populações das regiões interioranas do país e deslocamentos geográficos contínuos. Ambos podem impactar negativamente os índices de sobrevida dos pacientes e a saúde familiar, principalmente dos dependentes do SUS(44. Machado MH, Ximenes Neto FR. The management of work and education in Brazil’s Unified Health System: thirty years of progress and challenges. Cien Saude Colet. 2018;23(6):1971-9. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232018236.06682018
https://doi.org/10.1590/1413-81232018236...
55. Winters JRF, Do Prado ML, Heidemann IT. Nursing education oriented to the principles of the Unified Health System: perception of graduates. Escola Anna Nery. 2016;20(2):248-53. DOI: https://doi.org/10.5935/1414-8145.20160033
https://doi.org/10.5935/1414-8145.201600...
).

No ranking das principais dificuldades apontadas para empregabilidade de enfermeiros, têm-se: falta de experiência profissional; pouca oferta de empregos em tempo parcial; falta de concursos públicos; poucas oportunidades na área em que se especializou; pouca informação sobre vaga de emprego; baixos salários; poucos benefícios trabalhistas; carga horária excessiva; baixa atratividade para áreas de difícil acesso geográfico; insatisfação com prática profissional, entre outras(55. Winters JRF, Do Prado ML, Heidemann IT. Nursing education oriented to the principles of the Unified Health System: perception of graduates. Escola Anna Nery. 2016;20(2):248-53. DOI: https://doi.org/10.5935/1414-8145.20160033
https://doi.org/10.5935/1414-8145.201600...
,1212. Silva MC, Machado MH. Sistema de Saúde e Trabalho: desafios para a Enfermagem no Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2020;25(1):7-13. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232020251.27572019
http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320202...
,1717. Püschel VA, Inácio MP, Pucci PP. Insertion of USP nursing graduates into the job market: facilities and difficulties. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2009 [cited 2021 May 14];43(3):534-41. Available from: https://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n3/en_a06v43n3.pdf
https://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n3/e...
). Esses motivos permitem inferir que a inserção no mercado de trabalho pode ser uma experiência estressante e contrária aos anseios do egresso que, ante a oferta dificultada e a necessidade de acesso à renda, inicia sua jornada profissional contrariando seus desejos vocacionais, como se pôde verificar na presente investigação: quando os participantes foram questionados sobre sua satisfação com as atividades profissionais que exerciam na área da enfermagem, a maioria oscilou entre insatisfeito e moderadamente satisfeito.

A remuneração dos egressos deste estudo variou de dois a dez salários mínimos (no momento da realização desta pesquisa, o salário mínimo era de R$954,00, correspondente a US$289,09), conformando uma ampla diferença de proventos mensais, a qual não traz benefícios motivacionais para a permanência na profissão. Pesquisa realizada em Israel para verificar as percepções de estudantes de graduação em enfermagem sobre inserção do sexo masculino, motivação para a escolha da profissão e status social atribuído a ela identificou fatores negativos, como as diferenças de gênero e os estereótipos que desfavorecem a opção da carreira para os homens, a percepção social da profissão como de status inferior, a escolha norteada por ideologia, a baixa remuneração, as condições de trabalho precárias e as elevadas cargas de trabalho, que suscitam esgotamento profissional(2020. Ashkenazi L, Livshiz-Riven I, Romem P, Grinstein-Cohen O. Male nurses in Israel: barriers, motivation, and how they are perceived by nursing students. J Prof Nurs. 2017;33(2):162-9. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.profnurs.2016.08.001
http://dx.doi.org/10.1016/j.profnurs.201...
).

Em relação à área de atuação dos egressos do presente estudo, a maior parte desenvolvia suas atividades na área assistencial, com ênfase no cenário hospitalar (geral e especializado), achado similar ao de outras investigações(1010. Barbosa AC, Luiz FS, Friedrich DB, Püschel VA, Farah BF, Carbogim FC. Profile of nursing graduates: competencies and professional insertion. Rev Lat Am Enferm. 2019;27:e3205. DOI: https://doi.org/10.1590/1518-8345.3222.3205
https://doi.org/10.1590/1518-8345.3222.3...
,1717. Püschel VA, Inácio MP, Pucci PP. Insertion of USP nursing graduates into the job market: facilities and difficulties. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2009 [cited 2021 May 14];43(3):534-41. Available from: https://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n3/en_a06v43n3.pdf
https://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n3/e...
2020. Ashkenazi L, Livshiz-Riven I, Romem P, Grinstein-Cohen O. Male nurses in Israel: barriers, motivation, and how they are perceived by nursing students. J Prof Nurs. 2017;33(2):162-9. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.profnurs.2016.08.001
http://dx.doi.org/10.1016/j.profnurs.201...
). O exercício da atividade assistencial no início da carreira é oportuno, pois oferece maior aprimoramento teórico-científico no desenvolvimento de competências básicas para o exercício inicial da profissão(1010. Barbosa AC, Luiz FS, Friedrich DB, Püschel VA, Farah BF, Carbogim FC. Profile of nursing graduates: competencies and professional insertion. Rev Lat Am Enferm. 2019;27:e3205. DOI: https://doi.org/10.1590/1518-8345.3222.3205
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,1919. Leal LA, Soares MI, Silva BR, Bernardes A, Camelo SH. Clinical and management skills for hospital nurses: perspective of nursing university students. Rev Bras Enferm. 2018;71(Suppl 4):1514-21. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0452
http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017...
). A empregabilidade na área hospitalar em maior escala pode justificar-se pelo dimensionamento, pois requer, pelo menos, quatro enfermeiros por setor, devido à dinâmica de trabalho em turnos contínuos e, também, devido às unidades de maior complexidade, como pronto-socorro e unidade de terapia intensiva, que exigem a presença de um número maior de enfermeiros.

Apesar de essas explicações serem plausíveis, a baixa empregabilidade nos níveis de Atenção Primária e Secundária dos egressos respondentes é preocupante e requer reflexões sobre, pelo menos, duas possibilidades analíticas: o fato de os PPC ainda valorizarem o ensino hospitalocêntrico ou a premente necessidade de as IES se mobilizarem socialmente para fomentarem empregabilidade na Atenção Primária à Saúde. Ambos caracterizam-se como grandes desafios. Cabe ainda destacar que esses achados estão na contramão do preconizado como medida de fortalecimento das políticas públicas do SUS para todas as faixas etárias, uma vez que estas incentivam o investimento gradativo em ações de prevenção e promoção da saúde para que, nas próximas décadas, a sociedade brasileira possa diminuir os índices alarmantes de doenças agudas e crônicas. O mesmo está refletido nas próprias DCN/ENF, uma vez que o SUS deve ser o cenário de formação profissional(33. Brasil. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES nº 3, de 7/11/2001. Institui Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em enfermagem [Internet]. Brasília: Diário Oficial da União; 2001 [cited 2021 May 14]. Available from: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cne-ces-n-3-de-7-de-novembro-de-2001-diretrizes-nacionais-curso-graduaao-enfermagem_6933.html
http://www.cofen.gov.br/resoluo-cne-ces-...
44. Machado MH, Ximenes Neto FR. The management of work and education in Brazil’s Unified Health System: thirty years of progress and challenges. Cien Saude Colet. 2018;23(6):1971-9. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232018236.06682018
https://doi.org/10.1590/1413-81232018236...
).

Avaliar a formação dos enfermeiros a partir dos dados da dimensão 2 do IAE-ENF gerou dados importantes para a reflexão sobre a formação profissional, considerando-se os pilares de competências contidas nas DCN/ENF: assistência, administração, educação e pesquisa(33. Brasil. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES nº 3, de 7/11/2001. Institui Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em enfermagem [Internet]. Brasília: Diário Oficial da União; 2001 [cited 2021 May 14]. Available from: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cne-ces-n-3-de-7-de-novembro-de-2001-diretrizes-nacionais-curso-graduaao-enfermagem_6933.html
http://www.cofen.gov.br/resoluo-cne-ces-...
). O conjunto de dados analisados nas dimensões 2 e 3 evidenciou que os egressos da IES-2 e da IES-3 reconhecem que os cursos de graduação proporcionaram a construção de competências durante a trajetória de formação.

Os egressos da IES-3, situada na capital do país com maior oferta de serviços em saúde, apresentaram melhor desempenho em empregabilidade, tempo de contratação pós-formados e faixas salariais mais elevadas. Considerando que a qualidade da formação profissional de enfermeiros tendo por base a avaliação de egressos é uma medida indireta que considera indicadores recorrentes na literatura especializada, como os que constituem as dimensões 2 e 3 do IAE-ENF(88. Vieira MA, Ohara CV, De Domenico EB. The construction and validation of an instrument for the assessment of graduates of undergraduate nursing courses. Rev Lat Am Enferm. 2016;24:e2710. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.0834.2710
http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.0834...
99. Aguiar KLA, Vieira MA, De Domenico EBL. Validação externa do instrumento de avaliação de egressos de enfermagem IAE-ENF: estudo multicêntrico [resumo 101]. In: 3º Fórum Internacional de Enfermagem e 4º Fórum Nacional de Enfermagem [Internet]; 2019 Nov 25-28; São Paulo. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 2020 [cited 2020 Oct 28]. p. 22. Available from: https://acta-ape.org/wp-content/uploads/2020/04/Forum-Internacional-resumos.pdf
https://acta-ape.org/wp-content/uploads/...
), pode-se inferir, na análise comparativa dos dados, que os PPC da IES-2 e da IES-3 correspondem às DCN/ENF de forma mais concreta e contundente.

Apesar de os egressos da IES-1 terem avaliado negativamente a formação em relação ao aprendizado de competências fundamentais, eles se encontram, em maior proporção, mais satisfeitos que os das universidades localizadas em São Paulo e em Montes Claros, em relação à condição do mercado de trabalho e na avaliação da adequação entre a formação e as exigências da prática profissional. Quanto à insatisfação dos egressos da IES-2 e da IES-3, paira a necessidade de analisar o fenômeno sob a ótica da incompatibilidade de atuação profissional, advinda da conformação do mercado de trabalho pouco preparado ou flexível para o aproveitamento de competências dos egressos, ou não, e da pouca flexibilidade na formação dos próprios acadêmicos, despreparados para decisões autogeridas e avanços do mundo corporativo. Em ambas as perspectivas, o estreitamento das relações entre as instituições formadoras e as empregatícias poderia favorecer mudanças modernizadoras e harmoniosas em ambas, realinhando valores sociais, técnicos e éticos(2121. Jackson D, Bridgstock R. Evidencing student success in the contemporary world-of-work: renewing our thinking. Higher Educ Res Dev. 2018;37(5):984-98. DOI: http://doi.org/10.1080/07294360.2018.1469603
http://doi.org/10.1080/07294360.2018.146...
).

Aconselha-se que a confiabilidade do IAE-ENF deva ser novamente testada ante a aplicação em populações de egressos com características distintas dos integrantes deste estudo multicêntrico. Recomenda-se substituir sexo por gênero no campo “perfil sociodemográfico” no IAE-ENF, expandir alternativas de gênero e/ou incluir “não desejo declarar”. Quanto ao número amostral, sugere-se considerar a dificuldade de obtenção de respondentes e que, em média, o tempo de preenchimento é de 30 minutos. Assim, recomenda-se refletir sobre estratégias que permitam o salvamento automático ou envio da resposta posteriormente, se o contato foi pessoal. Vale destacar que a decisão de não apresentar os dados qualitativos coletados subtraiu importantes análises.

Repercussões Para a Prática

A avaliação de egressos com instrumento estruturado, validado e baseado em diretrizes vigentes trouxe dados importantes para o processo de avaliação permanente dos cursos universitários em questão e permitiu comparações quando aplicado em áreas geográficas distintas, proporcionando análise crítico-reflexiva do PPC, de forma isolada ou combinada.

CONCLUSÃO

O perfil sociodemográfico dos egressos das três instituições denotou sincronia com a prevalência de mulheres e jovens. Na dimensão 1 do Instrumento para Avaliação de Egressos de Enfermagem, o índice de empregabilidade foi alto em até 6 meses pós-formatura. A maioria relatou rendimentos superiores a quatro salários mínimos, porém considerados aquém do desejado. Ainda, a maior parte dos egressos da Região Sudeste possuía formação adicional em cursos lato sensu.

Na dimensão 2, os egressos das Instituições de Ensino Superior 2 e 3 evidenciaram forte alinhamento das matrizes curriculares, ao vivenciarem os conteúdos e as prerrogativas das Diretrizes Curriculares Nacionais de Enfermagem. Os egressos da Instituição de Ensino Superior 1 avaliaram o curso de graduação em enfermagem como deficiente em todos os itens investigados. Entretanto, na dimensão 3, verificou-se que esses egressos encontravam-se, em maior proporção, mais satisfeitos que os egressos das demais em relação à condição do mercado de trabalho e na avaliação da adequação entre a formação e as exigências da prática profissional.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Set 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    13 Mar 2020
  • Aceito
    23 Jun 2021
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