Resumos
Objetivo
Analisar os aspectos metodológicos utilizados para a elaboração de subconjuntos terminológicos da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®), em dissertações e teses da Enfermagem brasileira.
Método
Revisão integrativa das dissertações e teses brasileiras defendidas no período compreendido entre 2007 e 2013, das quais foram incluídas sete dissertações.
Resultados
A produção crescente de estudos acerca da temática pelos enfermeiros brasileiros evidencia uma preocupação por uma linguagem unificada para a profissão. Contudo, os resultados demonstram a ausência de uniformidade quanto à condução dos estudos, principalmente em relação às etapas de validação de conteúdo. Destacaram-se, também, as iniciativas de alguns autores para a sistematização de métodos alternativos para a confecção desses subconjuntos.
Conclusão
Sugere-se o desenvolvimento de novos subconjuntos terminológicos, seguindo padrões de rigor metodológico, como também sua aplicação e validação junto à clientela selecionada, a fim de garantir maior confiabilidade dos resultados e as mudanças almejadas para a profissão.
Enfermagem; Pesquisa em enfermagem ; Classificação; Terminologia; Revisão
Objective
To analyze the methodological aspects used for the preparation of terminology subsets of the International Classification for Nursing Practice (ICNP®), in dissertations and theses in the Brazilian nursing.
Method
This is an integrative review of the Brazilian dissertations and theses defended in the period from 2007 to 2013, which were included seven dissertations.
Results
The increasing production of studies on the theme by Brazilian nurses shows a concern for a unified language for the profession. However, the results demonstrate the lack of uniformity in the conduct of studies, especially in relation to the stages of content validation. The initiatives of some authors to systematize alternative methods for creating these subsets also stood out.
Conclusion
We suggest the development of new terminology subsets, following standards of methodological rigor, as well as its application and validation by the selected clientele, to ensure greater reliability of results and desired changes for the profession.
Nursing; Nursing research; Classification; Terminology; Review
Objetivo
Analizar los aspectos metodológicos utilizados para la elaboración de subconjuntos terminológicos de la Clasificación Internacional para la Práctica de Enfermería (CIPE®), en tesis de máster o doctorado de la Enfermería brasileña.
Método
Revisión integradora de las tesis de máster y doctorado brasileñas defendidas en el período comprendido entre 2007 y 2013, de las cuales fueron incluidas siete tesis de máster.
Resultados
La producción creciente de estudios acerca de la temática por los enfermeros brasileños evidencia una preocupación por un lenguaje unificado para la profesión. Sin embargo, los resultados demuestran la ausencia de uniformidad en cuanto a la conducción de los estudios, especialmente con respecto a las etapas de validación de contenido. Se destacaron también las iniciativas de algunos autores de sistematizar métodos alternativos para la confección de dichos subconjuntos.
Conclusión
Se sugiere el desarrollo de nuevos subconjuntos terminológicos, siguiendo estándares de rigor metodológico, así como su aplicación y validación junto a la clientela seleccionada, a fin de asegurar una mayor confiabilidad de los resultados y los cambios anhelados para la profesión.
Enfermería; Investigación en enfermeira; Clasificación; Terminología; Revisión
Introdução
Atualmente, a necessidade de uma linguagem própria que defina e descreva a
atuação profissional da Enfermagem tem se revelado tema de debates e suscitado
esforços de enfermeiros de todo o mundo na busca do desenvolvimento científico
da profissão e fortalecimento de sua prática clínica nos diferentes contextos do
cuidado(101 Tannure MC, Chianca TCM, Garcia TR. Construção de um banco de termos
da linguagem especial de enfermagem. Rev Eletr Enferm [Internet]. 2009 [citado
2012 out. 02];11(4):1026-30. Disponível em:
http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n4/v11n4a29.htm
http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n4/v11...
).
Com o intuito de unificar a linguagem da Enfermagem, foram desenvolvidos diversos sistemas de classificação para os fenômenos de sua prática clínica. Dentre esses sistemas, a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) reúne, em uma mesma classificação, termos e conceitos de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem. Desta forma, representa um importante instrumento de informação para descrever os elementos da prática clínica, promover mudanças por meio da educação, administração e pesquisa e prover dados que identifiquem a contribuição da Enfermagem no cuidado em saúde. Seu uso resulta em maior visibilidade e reconhecimento profissional, promovendo mais autonomia à profissão(202 Conselho Internacional de Enfermagem. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem – CIPE®: versão 2. São Paulo: Algol; 2011-303 Nóbrega MML, Garcia TR. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem: instrumental tecnológico para a prática profissional. Rev Bras Enferm. 2009;62(5):758-61).
Portanto, a CIPE® constitui-se em uma tecnologia que viabiliza a organização do cuidado clínico de enfermagem e o avanço científico, tecnológico e inovador da profissão ao possibilitar o desenvolvimento de subconjuntos terminológicos direcionados a áreas específicas da prática clínica. Esses subconjuntos terminológicos (ou catálogos) consistem em um conjunto de enunciados de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem que favorecem a adoção de uma linguagem unificada e acessível aos enfermeiros em âmbito mundial, conforme recomenda o Conselho Internacional de Enfermeiros (CIE)(404 Coenen A, Kim TY. Development of terminology subsets using ICNP®. Int J Med Inform. 2010;79(7):530-8).
O CIE incentiva a participação de enfermeiros de todo o mundo no desenvolvimento
de subconjuntos terminológicos, como estratégia para unificar a linguagem da
Enfermagem e identificar, explicar e avaliar os elementos que descrevem sua
prática clínica(505 Clares JWB, Freitas MC, Guedes MVC, Nóbrega MML. Construction of
terminology subsets: contributions to clinical nursing practice. Rev Esc Enferm
USP [Internet]. 2013 [cited 2013 Dec 5];47(4):965-70. Available from:
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n4/en_0080-6234-reeusp-47-4-0965.pdf
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n4/en...
). Todavia, a
elaboração de um subconjunto terminológico CIPE® requer atenção criteriosa,
acurácia e experiência dos pesquisadores envolvidos, sendo recomendado seguir
padrões de rigor metodológico, a fim de evitar a perda de dados importantes e
garantir a qualidade do produto final da pesquisa.
Nesse contexto, surgiu o questionamento acerca da existência de uma uniformidade no processo metodológico utilizado pelos pesquisadores para a elaboração de subconjuntos terminológicos ou catálogos CIPE®.
Diante da necessidade de seguir padrões elevados de rigor metodológico para um processo exitoso de elaboração desses subconjuntos, acredita-se que a construção de um panorama das abordagens metodológicas utilizadas possa propiciar aos enfermeiros e pesquisadores uma relevante fonte de pesquisa para auxiliar na escolha das melhores estratégias para a estruturação de subconjuntos terminológicos, garantindo maior qualidade e confiabilidade dos mesmos.
O objetivo do presente estudo foi analisar os aspectos metodológicos utilizados para a elaboração de subconjuntos terminológicos CIPE® em dissertações e teses da Enfermagem brasileira.
Método
Trata-se de uma revisão integrativa das dissertações e teses brasileiras acerca do processo de elaboração de subconjuntos terminológicos CIPE® para a prática clínica de enfermagem. Este método possibilita investigar uma temática por meio da sumarização de pesquisas realizadas, para obtenção de novas conclusões a partir da avaliação crítica de diferentes abordagens metodológicas. As etapas que conduziram esta revisão foram: identificação do tema; formulação de uma questão de pesquisa; busca e seleção da literatura; categorização, avaliação dos estudos e apresentação da revisão(606 Whittemore R, Knafl K. The integrative review: updated methodology. J Adv Nurs. 2005;52(5):546-53-707 Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2008;17(4):758-64).
Para guiar a revisão integrativa, formulou-se a seguinte questão: Qual o percurso metodológico utilizado para a elaboração de subconjuntos terminológicos CIPE®, descrito em dissertações e teses da enfermagem brasileira ?
A busca das publicações ocorreu nos meses de agosto a outubro de 2013, de três maneiras: acesso ao catálogo eletrônico de dissertações e teses do Centro de Estudos e Pesquisas de Enfermagem (CEPEn); acesso on-line ao Banco de Teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD); e acesso às páginas eletrônicas dos programas de pós-graduação stricto sensu que contam com a parceria do Centro para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE® brasileira, quais sejam: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Goiás, Programa de Pós-Graduação em Ciências do Cuidado em Saúde da Universidade Federal Fluminense, Programa de Pós-Graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem Saúde da Universidade Estadual do Ceará, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade de São Paulo(808 Garcia TR, Nóbrega MML. A terminologia CIPE® e a participação do Centro CIPE® brasileiro em seu desenvolvimento e disseminação. Rev Bras Enferm. 2013;66(n.esp):142-50).
Focou-se em trabalhos publicados a partir de 2007, considerando que nesse ano foi divulgado internacionalmente um método para o desenvolvimento de subconjuntos terminológicos(909 Bartz C, Coenen A, Hardiker N, Jansen K. ICNP® Catalogues. In: Annals of the 6th Biennal European of the Association for Common European Nursing Diagnoses, Interventions and Outcomes; 2007 Apr 19-21. Amsterdam, Netherlands. Amsterdam: Oud Consultancy; 2007. p. 256-8), até o ano de 2013. Preferiu-se pesquisar as informações em dissertações e teses, haja vista possuírem maior detalhamento quanto às etapas metodológicas percorridas.
O levantamento dos trabalhos, no catálogo do CEPEn, ocorreu inicialmente mediante a leitura dos títulos e dos resumos das dissertações e teses. A busca nas bibliotecas virtuais deu-se por meio das seguintes palavras-chave: enfermagem, classificação, vocabulário, terminologia, processos de enfermagem, diagnósticos de enfermagem, intervenções de enfermagem e resultados de enfermagem. Nas páginas eletrônicas dos programas de pós-graduação buscaram-se as dissertações e teses defendidas a partir do ano de 2007.
Foram incluídos na presente revisão estudos metodológicos sobre a construção de catálogos ou subconjuntos terminológicos CIPE® e publicados a partir do ano de 2007. Foram excluídos trabalhos não disponíveis na íntegra eletronicamente.
As etapas de extração e análise do material foram realizadas por um único revisor e constou da avaliação criteriosa, por meio de leitura exploratória dos trabalhos completos, com preenchimento de instrumento de coleta de dados constituído dos itens: identificação numérica, referência bibliográfica, instituição de ensino vinculada à pesquisa, modalidade acadêmica, ano de defesa, percurso metodológico da elaboração do subconjunto, principais resultados obtidos e contribuições/aspectos relevantes da elaboração do subconjunto para a prática clínica de enfermagem.
Para a análise dos dados referentes ao percurso metodológico da elaboração de subconjuntos terminológicos CIPE®, utilizou-se como referencial teórico o modelo proposto por Coenen e Kim(404 Coenen A, Kim TY. Development of terminology subsets using ICNP®. Int J Med Inform. 2010;79(7):530-8), o qual é constituído de seis etapas que estão correlacionadas aos três principais componentes do ciclo de vida dessa terminologia, quais sejam: Desenvolvimento e pesquisa (identificação da clientela e prioridade de saúde e coleta de termos e conceitos relevantes para a prioridade de saúde); Operacionalidade e manutenção (mapeamento dos conceitos identificados com a terminologia da CIPE® e modelagem de novos conceitos) e Divulgação e educação (finalização e divulgação do catálogo).
Ressalta-se, ainda, que foi realizada a análise curricular de cada autor investigado, por meio da busca na Plataforma Lattes , da página eletrônica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a fim de coletar dados relevantes que complementassem os resultados desta revisão.
Os resultados foram apresentados sob a forma de quadros e discutidos à luz do referencial teórico adotado e da literatura pertinente ao tema.
Resultados
Foram identificadas 304 referências, das quais foram excluídas 285 por não apresentarem uma metodologia para a construção de um subconjunto terminológico e um por não se encontrar disponível na íntegra eletronicamente. Após leitura do título e resumo foram excluídos 11 trabalhos que se encontravam repetidos em mais de uma fonte investigada. Desta forma, sete trabalhos foram incluídos nesta revisão integrativa, cuja totalidade foi composta por dissertações de mestrado (Quadro 1).
O Quadro 2 apresenta os dados de identificação das dissertações: autor, título, instituição de origem e ano de defesa. Verifica-se que do total de publicações analisadas, cinco foram produzidas na região Nordeste, especificamente no Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba; e duas na região Sudeste, no Curso de Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, Universidade Federal Fluminense. Quanto ao ano, as dissertações foram defendidas a partir de 2009, mantendo-se uma regularidade na quantidade de trabalhos produzidos no período investigado.
No Quadro 3 estão presentes os dados referentes ao percurso metodológico adotado pelos pesquisadores em estudo, segundo o componente Desenvolvimento e pesquisa do ciclo de vida da terminologia CIPE®, conforme referencial teórico adotado.
Na primeira etapa (definição da clientela e prioridade de saúde), diversos temas subsidiaram a elaboração dos subconjuntos terminológicos: insuficiência cardíaca congestiva (ICC), dor oncológica, idosos, hipertensos, pacientes com insuficiência renal crônica (IRC), mieloma múltiplo e prostatectomizados.
Na segunda etapa (coleta de termos relevantes para a prioridade de saúde selecionada) também houve diversidade quanto às técnicas utilizadas para obtenção dos dados: pesquisa em bases de dados eletrônicas, análise conceitual, análise de instrumentos de pesquisa, banco de termos, livros didáticos e documentos oficiais publicados no país. A validação de conteúdo dos termos coletados foi cumprida por apenas três autores (D3, D5 e D7) e apresentou variações em relação aos critérios de seleção e quantidade de profissionais que compuseram o comitê de juízes, variando de dois a 10 (Quadro 3).
Dados do percurso metodológico adotado na elaboração dos subconjuntos, segundo o componente Desenvolvimento e pesquisa do ciclo de vida CIPE® - Fortaleza, 2013
O Quadro 4apresenta os dados referentes ao percurso metodológico adotado nas dissertações incluídas nesta revisão, segundo o componente Operacionalidade e manutenção do ciclo de vida da terminologia CIPE®.
Na terceira etapa, todos os autores realizaram o mapeamento cruzado dos termos e conceitos coletados nos estudos com a CIPE® em suas diferentes versões. Com relação à quarta etapa (modelagem de novos conceitos), nenhum dos autores deixou claro se o fizeram.
Dados do percurso metodológico adotado na elaboração dos subconjuntos, segundo o componente Operacionalidade e manutenção do ciclo de vida CIPE® - Fortaleza, 2013
A validação de conteúdo dos enunciados de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem foi realizada em quatro estudos (D4, D5, D6 e D7), e o número de profissionais que compuseram o comitê de juízes variou de cinco a 15 enfermeiros docentes e/ou assistenciais com exper iência na área temática do subconjunto.
No Quadro 5 são apresentadas as duas últimas etapas do processo de elaboração de subconjuntos terminológicos CIPE®, as quais estão relacionadas ao componente Divulgação e educação do ciclo de vida dessa terminologia.
Na quinta etapa (finalização), houve predomínio da Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta como referencial teórico de escolha para a estruturação dos subconjuntos terminológicos propostos nas dissertações analisadas. Foi elaborado grande número de afirmativas de diagnósticos / resultados e intervenções de enfermagem, variando de 33 a 156 e 27 a 627, respectivamente (Quadro 5).
Dados do percurso metodológico adotado na elaboração dos subconjuntos, segundo o componente Divulgação e educação do ciclo de vida CIPE® - Fortaleza, 2013
Em relação a esta etapa, destaca-se que: D4 apresentou apenas enunciados de diagnósticos de enfermagem; D4 e D6 não seguiram a formatação indicada na literatura para a apresentação do subconjunto; atualmente, D2 e D3 estão em processo de validação clínica.
A sexta etapa (divulgação) foi realizada por todos os autores, por meio da publicação de artigos em periódicos e/ou sob a forma de trabalhos apresentados em eventos científicos.
Discussão
A produção científica e tecnológica na área ou campo de conhecimento da Enfermagem vem evoluindo em função do aumento e qualificação dos programas de pós-graduação stricto sensu , impulsionada por políticas de incentivo e financiamento e pela necessidade de consolidar a Enfermagem como ciência, tecnologia e prática social. Isso tem propulsionado a produção, a difusão e o consumo de pesquisas e tecnologias de impacto que possam contribuir para transformar e qualificar a prática clínica(1717 Scochi CGS, Munari DB, Gelbke FL, Erdmann AL, Gutiérrez MGR, Rodrigues RAP. Pós-graduação stricto sensu em enfermagem no Brasil: avanços e perspectivas. Rev Bras Enferm. 2013;66(n.esp):80-9).
Nesse contexto, destaca-se o estudo e a utilização da CIPE® na construção de subconjuntos terminológicos aplicáveis à prática profissional como recurso tecnológico relevante para a sistematização e qualificação da prática clínica de enfermagem, pelos programas de pós-graduação stricto sensu .
A publicação dos primeiros estudos produzidos nos programas de pós-graduação stricto sensu brasileiros acerca da construção desses subconjuntos a partir de 2009 se justifica pelo fato de que somente em 2007 foi divulgado em evento internacional um método que sistematizasse o seu desenvolvimento(707 Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2008;17(4):758-64), culminando na publicação do Guia para Desenvolvimento de Catálogos CIPE® pelo CIE no ano seguinte(1818 International Council of Nurses. Guidelines for ICNP® Catalogue development. Geneva: ICN; 2008).
Verifica-se que o debate acerca da elaboração desses subconjuntos é recente e a produção científica da pós-graduação em enfermagem sobre o tema demonstra uma preocupação dos enfermeiros brasileiros em acompanhar as tendências da enfermagem internacional, para maior efetividade da comunicação e consolidação de uma linguagem de referência para a profissão. Portanto, acredita-se que esse tipo de produção deva assumir uma curva ascendente, em nível nacional e internacional, pois é crescente o número de pesquisadores com interesse no assunto.
A prevalência de estudos produzidos na região Nordeste do país pode guardar
relação com o fato de que nesta região localiza-se um Centro CIPE®, vinculado ao
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba
(PPGENF-UFPB). O Centro para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE® do PPGENF-UFPB
foi aprovado pelo CIE em 2007. Suas atividades estão em consonância com os três
componentes do ciclo de vida da terminologia CIPE®, destacando-se a produção de
subconjuntos terminológicos, contribuindo para seu uso e desenvolvimento
contínuo na prática clínica e consolidação como uma terminologia de referência.
Estabelece, ainda, parcerias com outras instituições de ensino em vários estados
brasileiros, colaborando para a produção científica acerca da
temática(505 Clares JWB, Freitas MC, Guedes MVC, Nóbrega MML. Construction of
terminology subsets: contributions to clinical nursing practice. Rev Esc Enferm
USP [Internet]. 2013 [cited 2013 Dec 5];47(4):965-70. Available from:
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n4/en_0080-6234-reeusp-47-4-0965.pdf
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n4/en...
,808 Garcia TR, Nóbrega MML. A terminologia CIPE® e a participação do
Centro CIPE® brasileiro em seu desenvolvimento e disseminação. Rev Bras Enferm.
2013;66(n.esp):142-50).
Relativamente ao percurso metodológico apresentado nos estudos, a variedade de
clientelas e as prioridades de saúde selecionadas para a confecção dos
subconjuntos contemplam áreas prioritárias para as ações de saúde definidas em
nível nacional e internacional, com políticas públicas específicas(1919 Duncan BB, Chor D, Aquino EML, Bensenor IM, Mill JG, Schmidt MI, et
al. Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: prioridade para o
enfrentamento e investigação. Rev Saúde Pública 2012;46
Supl:126-34-2020 Brasil. Ministério da Saúde. Portaria GM n. 699, de 30 de março de
2006. Regulamenta as Diretrizes Operacionais dos Pactos pela Vida e de Gestão
[Internet]. Brasília; 2006 [citado 2013 out. 10]. Disponível em:
http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/CIB/LEGIS/PortGM_699_30marco_2006.pdf
http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File...
). A construção de subconjuntos CIPE® para essas áreas
prioritárias atende à finalidade da produção do conhecimento da enfermagem, que
consiste em compreender as necessidades da população e incorporar novas
tecnologias ao cuidado em saúde, contribuindo com a melhoria da prática clínica
e consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS).
A utilização de diferentes técnicas de pesquisa para coleta de termos e conceitos
relevantes para a clientela e prioridade de saúde, além daquelas recomendadas na
literatura, demonstra versatilidade e criatividade por parte dos autores na
elaboração de estratégias para o refinamento ou para a construção de novas
possibilidades metodológicas para o desenvolvimento desses subconjuntos,
conforme recomenda o CIE(808 Garcia TR, Nóbrega MML. A terminologia CIPE® e a participação do
Centro CIPE® brasileiro em seu desenvolvimento e disseminação. Rev Bras Enferm.
2013;66(n.esp):142-50,2121 Furtado LG, Medeiros ACT, Nóbrega MML. Terminological subset of the
international classification for nursing practice: an integrative review. Online
Braz J Nurs [Internet]. 2013 [cited 2013 Oct 10];12(1):178-93. Available from:
http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/3932
http://www.objnursing.uff.br/index.php/n...
).
A etapa de modelagem de novos conceitos é de fundamental importância para o
processo evolutivo da CIPE® e também requer a utilização do processo criativo
por parte dos autores. Consiste na adição de novos conceitos ou remodelagem de
conceitos existentes para melhor compreensão de seu significado e adequação ao
subconjunto(505 Clares JWB, Freitas MC, Guedes MVC, Nóbrega MML. Construction of
terminology subsets: contributions to clinical nursing practice. Rev Esc Enferm
USP [Internet]. 2013 [cited 2013 Dec 5];47(4):965-70. Available from:
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n4/en_0080-6234-reeusp-47-4-0965.pdf
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n4/en...
,2222 Cubas MR, Denipote AGM, Malucelli A, Nóbrega MML. The ISO 18.104:
2003 as integrative model of nursing terminologies. Rev Latino Am Enfermagem.
2010;18(4):669-74). O fato de não ter sido
mencionada nas dissertações analisadas denota uma fragilidade desses estudos,
pois a adição/edição de termos e conceitos possibilita a constante atualização e
desenvolvimento desta Classificação, visando sua adequação à linguagem utilizada
na prática profissional.
Outra fragilidade encontrada nas dissertações analisadas refere-se à falta de padronização na etapa de validação de conteúdo dos termos/conceitos identificados e das afirmativas de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem elaboradas a partir dos mesmos. Verificou-se que não houve um consenso quanto aos critérios estabelecidos para a seleção do grupo de especialistas responsáveis por esse processo e não foram claramente descritos nos estudos.
O CIE não refere critérios próprios de padronização para seleção do comitê de juízes que devem participar do processo de validação de conteúdo, ficando por conta dos autores estabelecerem critérios para a participação dos mesmos. A literatura é escassa e não fornece comentários aprofundados sobre o assunto, o que pode tornar a seleção de expertos uma difícil etapa a ser cumprida, pois há também entraves quanto à formação e ao aprimoramento profissional do enfermeiro, ainda deficiente em muitos estados do país, sobretudo quanto ao uso da CIPE® na prática clínica(2323 Melo RP, Moreira RP, Fontenele FC, Aguiar ASC, Joventino ES, Carvalho EC. Critérios de seleção de experts para estudos de validação de fenômenos de enfermagem. Rev RENE. 2011;12(2):424-31).
A escolha inadequada dos profissionais envolvidos no processo de validação de conteúdo pode influenciar na confiabilidade dos resultados, impactando negativamente na estruturação do subconjunto terminológico. Portanto, recomenda-se que a formação do comitê de juízes para a validação dos termos/conceitos e das afirmativas de diagnósticos, resultados e intervenção de enfermagem deve obedecer a critérios de seleção bem definidos, levando-se em consideração sua qualificação, por meio da investigação da experiência, do conhecimento, da habilidade e da prática de cada profissional envolvido em relação ao que se deseja validar(2323 Melo RP, Moreira RP, Fontenele FC, Aguiar ASC, Joventino ES, Carvalho EC. Critérios de seleção de experts para estudos de validação de fenômenos de enfermagem. Rev RENE. 2011;12(2):424-31).
Vale destacar que o processo de validação clínica também é de fundamental importância para a finalização do subconjunto, por meio do qual as afirmativas construídas deverão ser testadas através da realização de estudos de casos clínicos com grupos representativos da população referentes à clientela escolhida, com o objetivo de verificar sua aplicabilidade à prática clínica de enfermagem e a utilização de uma linguagem unificada para a documentação da prática profissional(2424 Medeiros ACT, Nóbrega MML, Rodrigues RAP, Fernandes MGM. Nursing diagnoses for the elderly using the International Classification for Nursing Practice and the activities of living model. Rev Latino Am Enfermagem. 2013;21(2):523-30). Desta forma, torna-se necessário que esses subconjuntos sejam validados clinicamente a fim de garantir maior confiabilidade aos resultados encontrados.
A falta de detalhamento na descrição da significância para a enfermagem e do referencial teórico observada em dois trabalhos vai de encontro às recomendações do CIE para a apresentação da versão final do trabalho. Isso deve ser corrigido, a fim de facilitar a compreensão e a relevância do subconjunto para a prática clínica.
O referencial teórico mais utilizado nos estudos analisados foi o das Necessidades Humanas Básicas, de Wanda de Aguiar Horta. Isso pode guardar relação com o fato de que essa autora foi a responsável pela introdução do processo de enfermagem no Brasil, fornecendo relevante contribuição na construção e difusão de um novo saber da enfermagem, e possuindo, até os dias atuais, forte influência sobre o ensino e a prática profissional no país(2525 Oliveira MAC. (Re)significando os projetos cuidativos da Enfermagem à luz das necessidades em saúde da população. Rev Bras Enferm. 2012;65(3):401-5).
A publicação dos subconjuntos analisados sob a forma de artigos científicos em periódicos e/ou como trabalhos apresentados em eventos científicos, em âmbito nacional e internacional, seguindo as recomendações do CIE, permitirá a adoção de uma linguagem padronizada e própria para diagnosticar, intervir e avaliar o resultado do cuidado prestado aos indivíduos, famílias e coletividades nos diferentes contextos da prática clínica da Enfermagem mundial. Seu uso contínuo trará como principais benefícios: 1) o aprimoramento de suas ações, por meio de atuação mais reflexiva, efetiva e eficaz; 2) melhoria do processo comunicativo e relacional entre o enfermeiro e demais membros da equipe multiprofissional de saúde; e 3) maior reconhecimento e visibilidade à profissão nos diferentes contextos e cenários da prática clínica.
Contudo, ressalta-se que esses subconjuntos não substituem o julgamento clínico nem o processo de tomada de decisão do enfermeiro, os quais serão sempre imprescindíveis para a prestação de cuidados individualizados aos clientes e às suas famílias, como uma referência acessível para esses profissionais. Sua aplicabilidade, assim como sua estruturação baseada na sistematização da assistência, depende do envolvimento do profissional na prática de Enfermagem, subsidiando a solução de problemas das pessoas e/ou da coletividade(1818 International Council of Nurses. Guidelines for ICNP® Catalogue development. Geneva: ICN; 2008).
Conclusão
O presente estudo ilustrou um panorama da produção científica da pós-graduação stricto sensu em enfermagem no Brasil em recortes de pesquisas metodológicas sobre a CIPE®, focalizando as etapas percorridas na elaboração de subconjuntos terminológicos, possibilitando, desta forma, maior visibilidade à problemática em pauta.
Os resultados demonstraram regularidade na produção de estudos acerca da elaboração de subconjuntos terminológico da CIPE® pelos enfermeiros brasileiros, evidenciando uma preocupação por uma linguagem unificada para a profissão. Destacaram-se, também, as iniciativas de alguns autores para a sistematização de métodos alternativos para a confecção desses subconjuntos.
A principal limitação deste estudo esteve relacionada à falta de detalhamento nas descrições de algumas etapas do percurso metodológico adotado pelos autores, o que dificultou a avaliação do rigor metodológico na condução de seus trabalhos. A uniformização das etapas percorridas para a elaboração de subconjuntos terminológicos da CIPE® é de fundamental importância para que possam ser aplicados na prática de enfermagem, com segurança e eficácia, traduzindo melhorias nos diversos contextos de atuação profissional. Desse modo, a ausência de uniformidade em relação à condução dos estudos, principalmente em relação à validação de conteúdo dos termos e conceitos identificados, deve ser corrigida em investigações futuras, a fim de garantir a confiabilidade do produto final dessas pesquisas.
Conclui-se o estudo chamando a atenção para a importância de investigações sobre o fazer do enfermeiro pautado no método científico e com fundamentação teórica consistente. Portanto, sugere-se o desenvolvimento de novos subconjuntos terminológicos, utilizando-se de um processo metodológico bem definido, como também a aplicação e validação dos mesmos junto à clientela selecionada, a fim de garantir maior confiabilidade e consolidar uma terminologia de referência a ser usada mundialmente na prática profissional da enfermagem.
References
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Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
Dez 2014
Histórico
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Recebido
12 Dez 2013 -
Aceito
19 Out 2014