Assistência de enfermagem ao recém-nascido com Ictiose Lamelar: um estudo de caso em unidade neonatal

Moraes, Etiene Leticia Leone de; Freire, Márcia Helena de Souza; Rocha, Franciele; Secco, Izabela Linha; Costa, Taine; Afonso, Regiane Queiroz

doi:10.1590/S1980-220X2018031603519

Acessibilidade / Reportar erro

Brasil

Revista da Escola de Enfermagem da USP

Español English

Brasil

Español English

sumário « anterior atual seguinte »

Sumário

Relato de Experiência Profissional • Rev. esc. enferm. USP 53 • 2019 • https://doi.org/10.1590/S1980-220X2018031603519 copiar

Assistência de enfermagem ao recém-nascido com Ictiose Lamelar: um estudo de caso em unidade neonatal

Asistencia enfermera al recién nacido con Ictiosis Lamelar: un estudio de caso en unidad neonatal

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

Objetivo:

Apresentar os cuidados de enfermagem de um recém-nascido com Ictiose Lamelar internado na unidade de terapia intensiva neonatal de hospital público infantil, em município do estado do Paraná, Brasil.

Método:

Pesquisa de abordagem qualitativa, metodologia de Estudo de Caso, na qual foi explorado um caso real em sistema delimitado, um estudo intralocal, com coleta de dados de múltiplas fontes de informações, em 66 dias de internação, em 2016.

Resultados:

Os cuidados de enfermagem presentes no protocolo basearam-se em: manter a integridade da pele por meio de hidratação e lubrificação contínua com emolientes, controle da temperatura, nutrição e prevenção de infecções secundárias.

Conclusão:

Mediante o estudo do caso, afirma-se que a implementação do Processo de Enfermagem, sobretudo do plano de cuidados, foi essencial para o sucesso multidisciplinar do tratamento. Houve melhora da pele e mucosas, prevenção de infecções, culminando com condições favoráveis de sobrevida e autonomia dos pais para os cuidados em domicílio.

DESCRITORES
Ictiose Lamelar; Anormalidades Congênitas; Recém-Nascido; Unidades de Terapia Intensiva Neonatal; Enfermagem Neonatal

Diagnósticos de Enfermagem	Prescrição de Enfermagem
1 – Padrão ineficaz de alimentação do lactente pela etiologia de eclábio e ressecamento da pele ao redor da boca e lesões em mucosas.	1 – Administrar a dieta por gavagem. 2 – Manter decúbito elevado a 30°. 3 – Verificar posicionamento da sonda gástrica antes da administração da dieta. 4 – Pesar diariamente o recém-nascido. 5 – Hidratar os lábios com vaselina antes da administração da dieta via oral.
2 – Risco de glicemia instável pela etiologia de volume insuficiente de dieta por gavagem ou devido a episódios de êmeses.	6 – Verificar atividade e reatividade do recém-nascido. 7 – Comunicar glicemia capilar inferior a 45 mg/dl ou superior a 145 mg/dl.
3 – Risco de volume de líquido desequilibrado pela etiologia de sepse e lesões em pele.	8 – Monitorar turgor cutâneo. 9 – Avaliar hidratação de mucosas e comunicar ao enfermeiro quaisquer alterações.
4 – Privação do sono pela etiologia de irritabilidade e dor.	10 – Manter ambiente silencioso e pouco iluminado durante todo o período. 11 – Realizar manuseios restritos e agrupados.
5 – Padrão respiratório ineficaz pela etiologia de dor, dispneia, padrão respiratório anormal (frequência, ritmo e profundidade).	12 – Atentar para episódios de dispneia, apneia, batimento de aleta nasal. 13 – Verificar sinais vitais a cada 4 horas.
6 – Risco de paternidade ou maternidade prejudicada pela etiologia de separação prolongada dos pais e da doença.	14 – Estimular a mãe e o pai nos cuidados com o recém-nascido. 15 – Proporcionar colo materno/paterno; posição canguru. 16 – Permitir a permanência dos pais na unidade por tempo indeterminado.
7 – Risco de tensão do papel do cuidador pela etiologia de gravidade da doença do receptor de cuidados, instabilidade na saúde do receptor de cuidados.	17 – Manter escuta ativa. 18 – Solicitar apoio psicológico aos pais sempre que necessário. 19 – Promover apoio religioso adequado ao interesse e crença da mãe e do pai. 20 – Promover socialização do acompanhante (mãe e/ou pai) com os demais acompanhantes; encorajar a saída por curtos período do ambiente intra-hospitalar, aproveitando espaços abertos para conversar.
8 – Comportamento desorganizado do lactente pela etiologia de dificuldade para se acalmar, inquietação e dor. 9 – Dor aguda pela etiologia de evidência de dor aplicando a lista de verificação padronizada de dor para pessoas incapazes de comunicação verbal (NIPS), observação do comportamento expressivo (agitação, choro) e da expressão facial de dor.	21 – Promover medidas não farmacológicas durante procedimentos dolorosos, como: enrolamento, contenção, sucção não nutritiva associada à glicose 25%, contato pele a pele para punções venosas, arteriais, punção de calcâneo, sondagem orogástrica, aspiração de vias aéreas superiores. 22 – Manter o recém-nascido posicionado adequadamente, aconchegado em ninho. 23 – Promover contato pele a pele. 24 – Realizar, criteriosamente, a escala de dor e comunicar quando escore for igual ou superior a dois, para medicar conforme prescrição médica.
10 – Lesão pelo mecanismo de defesa primária prejudicada, como rupturas na pele.	25 – Realizar banho com água estéril e aveia diariamente. 26 – Aplicar compressas mornas com chá de camomila em toda a extensão corporal, a cada 12 horas. 27 – Hidratar a pele com vaselina líquida a cada 2 horas.
11 – Risco de infecção pela etiologia de acesso venoso central, lesões descamativas em toda a extensão corporal, sondagem oroenteral.	28 – Manter permeabilidade de acesso venoso central, utilizar técnica asséptica para realizar o flush e a administração de medicamentos. 29 – Trocar extensores e torneirinhas a cada 72 horas e equipo de dieta a cada 24 horas.
12 – Risco de lesão na córnea pela etiologia de ectrópio. 13 – Risco de ressecamento ocular pela deficiência de vitamina A.	30 – Higienizar os olhos com solução salina. 31 – Aplicar colírio lubrificante a cada 4 horas. 32 – Administrar Acitretina, conforme prescrição médica.

Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419 , 05403-000 São Paulo - SP/ Brasil, Tel./Fax: (55 11) 3061-7553, - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: reeusp@usp.br

Acompanhe os números deste periódico no seu leitor de RSS

[1] Autor correspondente: Etiene Leticia Leone de Moraes, Rua Delfim Moreira, 451 – Apto 04, Alto das Oliveiras CEP 84265-360 – Telêmaco Borba, PR, Brasil etieneleticia@hotmail.com