Efetividade de vídeo educativo no conhecimento e habilidade de surdos para ressuscitação cardiopulmonar: ensaio randomizado controlado

Galindo Neto, Nelson Miguel; Sá, Guilherme Guarino de Moura; Barros, Lívia Moreira; Lima, Magda Milleyde de Sousa; Santos, Sônia Maria Josino dos; Caetano, Joselany Áfio

doi:10.1590/1980-220X-REEUSP-2022-0227pt

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Revista da Escola de Enfermagem da USP

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Sumário

ARTIGO ORIGINAL • Rev. esc. enferm. USP 57 • 2023 • https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2022-0227pt copiar

Efetividade de vídeo educativo no conhecimento e habilidade de surdos para ressuscitação cardiopulmonar: ensaio randomizado controlado^* * Extraído da tese de doutorado “Efetividade de vídeo educativo no conhecimento e habilidade de surdos acerca da ressuscitação cardiopulmonar: ensaio randomizado controlado”, Universidade Federal do Ceará, 2018.

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

Objetivo:

Analisar a efetividade de vídeo educativo no conhecimento e habilidade de surdos acerca da ressuscitação cardiopulmonar.

Método:

Ensaio randomizado, realizado em três escolas com 113 surdos (grupo controle = 57 e grupo intervenção = 56). Após o pré-teste, o grupo controle foi exposto à aula expositiva, enquanto o grupo intervenção foi exposto ao vídeo. O pós-teste ocorreu imediatamente depois da intervenção, e foi repetido após 15 dias. Foi utilizado instrumento validado, com 11 questões apresentadas em vídeo/libras (para viabilizar compreensão dos surdos) e de forma escrita/impressa (para registro das respostas).

Resultados:

Na análise do conhecimento, a mediana dos acertos do pré-teste foi semelhante entre os grupos (p = 0,635), enquanto houve maior acerto do grupo intervenção no pós-teste imediato (p = 0,035) e após 15 dias (p = 0,026). Na análise da habilidade, a mediana dos acertos do pré-teste foi maior no grupo controle (p = 0,031). Não houve diferença no pós-teste imediato (p = 0,770), e houve maior acerto do grupo intervenção no pós-teste após 15 dias (p = 0,014).

Conclusão:

O vídeo mostrou-se efetivo no aumento do conhecimento e habilidade de surdos acerca da ressuscitação cardiopulmonar. Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos: RBR-5npmgj.

DESCRITORES
Pessoas com Deficiência Auditiva; Língua de Sinais; Reanimação Cardiopulmonar; Conhecimento; Filmes e Vídeos Educativos; Educação em Saúde

Variável		Grupo controle	Grupo intervenção	p*
Variável	Resposta	n (%)	n (%)	p*
Sexo	Masculino	30 (52,6)	26 (46,4)	0,518
Sexo	Feminino	27 (47,4)	30 (53,6)	0,518
Estado civil	Casado	8 (14,0)	6 (10,7)	0,599
Estado civil	Solteiro	49 (86,0)	50 (89,3)	0,599
Possui filhos	Sim	6 (10,5)	5 (8,9)	0,772
Possui filhos	Não	51 (89,5)	51 (91,1)	0,772
Escolaridade	Ensino fundamental	8 (14,0)	8 (14,3)	0,977
Escolaridade	Ensino médio	49 (86,0)	48 (85,7)	0,977
Uso de aparelho auditivo	Sim	5 (8,8)	5 (8,9)	0,977*
Uso de aparelho auditivo	Não	52 (91,2)	51 (91,1)	0,977*
Perda auditiva	Bilateral profunda	30 (52,6)	29 (51,8)	0,947***
	Bilateral severa	11 (19,3)	13 (23,2)
	Bilateral anacusia	1 (1,7)	0 (0,0)
	Severa em um ouvido, profunda no outro	7 (12,3)	5 (8,9)
	Severa em um ouvido, moderada no outro	0 (0,0)	1 (1,8)
	Profunda em um ouvido, anacusia no outro	3 (5,3)	2 (3,6)
	Sem conclusão no laudo médico	5 (8,8)	6 (10,7)

Variável	Grupo controle	Grupo intervenção	p*
Variável	Mediana (Percentil 75)	Mediana (Percentil 25 e 75)	p*
Acertos teóricos: conhecimento
Pré-teste	5 (3–6)	4 (3–5)	0,635
Pós-teste imediato	7 (6–8)	8 (7–9)	0,035
Pós-teste após 15 dias	7 (6–8)	8 (7–9)	0,026
Acertos práticos: habilidade
Pré-teste	7 (4–8,5)	6,25 (1–8)	0,031
Pós-teste imediato	10,5 (9,5–11)	10,5 (9,75–11)	0,77
Pós-teste após 15 dias	10 (9,5–10,5)	10,5 (10–11)	0,014

Variável	Pré-teste		p*	Pós-teste após 15 dias		P
	Grupo controle	Grupo intervenção		Grupo controle	Grupo intervenção
	n (%)	n (%)		n (%)	n (%)
1- Identificação	34 (59,6)	24 (42,9)	0,748	40 (70,2)	45 (80,4)	0,216*
2- Gravidade	20 (35,1)	18 (32,1)	0,748	27 (47,4)	35 (62,5)	0,102*
3- Chamar ajuda	8 (14,0)	2 (3,6)	0,054	13 (22,8)	13 (23,2)	0,954*
4- Número do SAMU***	25 (43,9)	34 (60,7)	0,731	52 (91,2)	54 (96,4)	0,433**
5- Momento para compressão	9 (15,8)	4 (7,1)	0,154	10 (17,5)	4 (7,1)	0,092*
6- Posicionamento da vítima	18 (31,6)	31 (55,4)	0,013	42 (73,7)	53 (94,6)	0,002*
7- Local para compressão	41 (71,9)	35 (62,5)	0,282	56 (98,2)	56 (100,0)	0,311*
8- Posição do socorrista	23 (40,4)	29 (51,8)	0,224	51 (89,5)	47 (83,9)	0,387*
9- Força da compressão	30 (52,6)	30 (53,6)	0,922	42 (73,7)	40 (71,4)	0,785*
10- Revezamento	15 (26,3)	14 (25,0)	0,874	36 (63,2)	52 (92,9)	<0,001*
11- Quando parar a compressão	26 (45,6)	22 (39,3)	0,499	35 (61,4)	34 (60,7)	0,942*

Variável	Pré-teste		p*	Pós-teste após 15 dias		p
	Grupo controle	Grupo intervenção		Grupo controle	Grupo intervenção
	n (%)	n (%)		n (%)	n (%)
1- Posição do socorrista	49 (86,0)	51 (91,1)	0,657**	57 (100,0)	56 (100,0)	§
2- Posição das mãos	36 (63,2)	27 (48,2)	0,532**	55 (96,5)	56 (100,0)	0,496**
3- Região hipotenar no tórax	28 (49,1)	27 (48,2)	1,02**	56 (98,2)	56 (100,0)	1,02**
4- Socorrista a 90° da vítima	44 (77,2)	36 (64,3)	0,132*	57 (100,0)	56 (100,0)	§
5- Início das compressões	46 (80,7)	38 (67,9)	0,112*	57 (100,0)	56 (100,0)	§
6- Braços retos	19 (33,3)	6 (10,7)	0,014**	43 (75,4)	46 (82,1)	0,743**
7- Movimento do tronco	26 (45,6)	11 (19,6)	0,014**	55 (96,5)	49 (87,5)	0,102**
8- Profundidade de 5 cm	33 (57,9)	28 (50,0)	0,38**	53 (93,0)	54 (96,4)	0,673**
9- Velocidade de 100 a 120	0 (0,0)	1 (1,8)	0,649**	9 (15,8)	24 (42,9)	0,006*
10- Retorno do tórax	34 (59,6)	22 (39,3)	0,014**	53 (93,0)	55 (98,2)	0,496**
11- Compressões initerruptas	26 (45,6)	19 (33,9)	0,138**	53 (93,0)	53 (94,6)	1,02**

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[1] Autor correspondente: Nelson Miguel Galindo Neto BR 232, Km 214, s/n., Prado 55200-000 - Pesqueira, PE, Brazil nelson.miguel@pesqueira.ifpe.edu.br