Open-access Representação da enfermeira no texto jornalístico baiano de 1936 a 1956*

RESUMO

Objetivo:  Analisar as representações das enfermeiras, divulgada na imprensa escrita na Bahia, como estratégia de visibilidade para a sociedade baiana, no período de 1936 a 1956.

Método:  Estudo histórico com abordagem serial, na dimensão da História Cultural e no domínio da história da enfermagem e das enfermeiras, que utilizou como fontes de dados as reportagens publicadas no Jornal baiano A TARDE, no período de 1936 a 1956, e discussões sobre temas de História da Enfermagem, no Rio de Janeiro e na Bahia, articuladas com a literatura de aderência.

Resultados:  Foram identificadas 542 publicações com três representações da enfermeira na imprensa jornalística: enfermeira em saúde pública, enfermeira militar e enfermeira religiosa.

Conclusão:  A representação construída e divulgada no jornal baiano foi historicamente utilizada para fins de interesses sociais, econômicos e políticos ao longo do tempo, por meio dos diversos setores interessados, e passou a compor uma identidade profissional, a qual, até os dias atuais, interfere no reconhecimento e visibilidade da profissão.

DESCRITORES
História da Enfermagem; Enfermagem; Meios de Comunicação de Massa; Identificação Social; Saúde Pública

ABSTRACT

Objective:  To analyze the representations of female nurses, published in the written press in Bahia, as a strategy of visibility for the society in Bahia, from 1936 to 1956.

Method:  Historical study with a serial approach, in the dimension of Cultural History and in the field of the history of nursing and female nurses, which used as data sources the reports published in the newspaper from Bahia called A TARDE, from 1936 to 1956, and discussions on themes of History of Nursing, in Rio de Janeiro and Bahia, articulated with the adherence literature.

Results:  A total of 542 publications were found with three representations of nurses in the journalistic press: public health nurse, military nurse, and religious nurse.

Conclusion:  The representation constructed and disseminated in the newspaper from Bahia was historically used for social, economic, and political purposes over time, through the various interested sectors, and began to compose a professional identity, which, to this day, interferes with the recognition and visibility of the profession.

DESCRIPTORS
History of Nursing; Nursing; Mass Media; Social Identification; Public Health

RESUMEN

Objetivo:  Analizar las representaciones de las enfermeras, publicadas en la prensa escrita de Bahía, como estrategia de visibilidad para la sociedad de la Bahia, en el período de 1936 a 1956.

Método:  Estudio histórico con enfoque serial, en la dimensión de la Historia Cultural y en el campo de la historia de la enfermería y de las enfermeras, que utilizó como fuentes de datos los reportajes publicados en el periódico de Bahia A TARDE, de 1936 a 1956, y discusiones sobre temas de Historia de la Enfermería, en Río de Janeiro y Bahía, articulados con la literatura de adhesión.

Resultados:  Se identificaron 542 publicaciones con tres representaciones de enfermeras en la prensa periodística: enfermera de salud pública, enfermera militar y enfermera religiosa.

Conclusión:  La representación construida y difundida en el periódico de Bahia fue históricamente utilizada por intereses sociales, económicos y políticos a lo largo del tiempo, a través de los diversos sectores interesados, y pasó a componer una identidad profesional, que, hasta los días de hoy, interfiere en el reconocimiento y visibilidad de la profesión.

DESCRIPTORES
Historia de la Enfermería; Enfermería; Medios de Comunicación de Masas; Identificación Social; Salud Pública

INTRODUÇÃO

O texto jornalístico apresenta-se na atualidade como uma possibilidade de escrita da história e novos olhares sobre uso de fontes na pesquisa, no âmbito da História Nova. Trata-se de campo complexo, pois o texto jornalístico busca legitimar uma visão de mundo, dar credibilidade a algo. Como consequência, influenciam o campo político, econômico, promovem mudanças ou manutenção de status de diferentes segmentos(1). Para a Enfermagem, a mídia, que inclui o texto jornalístico, é espaço de luta por visibilidade e reconhecimento profissional. Ao mesmo tempo, por vezes, constitui espaço de desinformação sobre o papel da profissão e de manutenção de estereótipos.

Diversas representações são apresentadas pela mídia por conjuntos de explicações, imagens e conceitos que alicerçam ideias coletivas sobre a identidade profissional. Entretanto, a identidade da profissão relaciona-se a contínua construção, que envolve a enfermagem e sua interação com o mundo e a luta por reconhecimento da identidade profissional versus a representação social dessa identidade(2).

Tal representação tem consequências no imaginário social de estereótipos sobre a atividade feminina, por identificá-las como religiosas, submissas, obedientes, dóceis, frágeis em seus posicionamentos críticos e reflexivos para o mercado de trabalho, o que acabou tendo por efeito certa visão de trabalho precário no agir profissional(3,4). Vale lembrar que esta representação perdurou por muito tempo e apenas em momentos mais recentes vem sendo progressivamente modificada. A pandemia de COVID-19, por exemplo, contribuiu para modificar substancialmente a imagem anterior, para outra mais política, proativa, empoderada, embora ainda com resquícios de anjos, heroínas, dentre outros estereótipos(5), que geram, por seu anacronismo e distanciamento da realidade, barreiras para valorização e reconhecimento profissional(4). A veiculação de imagens e ideias a respeito da enfermagem na mídia ao longo do tempo ajudam a perceber avanços e retrocessos, bem como o estabelecimento de estratégias de visibilidade profissional.

Nesse contexto, com o intuito de contribuir para essa construção crítica, o objetivo do presente estudo é investigar e analisar de que forma a enfermagem foi retratada na mídia impressa na primeira metade do século XX. Para tanto, contextualizamos que, até o início da década de 1920, dez Escolas de Enfermagem já estavam estabelecidas no Brasil, no eixo Rio-São Paulo, e algumas delas já apresentavam certa distinção nas suas representações objetais. Como exemplo, citamos a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras do Hospital Nacional de Alienados (Rio de Janeiro, 1890), que futuramente seria a Escola de Enfermagem Alfredo Pinto da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO (Rio de Janeiro - 1942), que tinha por representação a estudante/enfermeira como auxiliar do médico com o signo do gorro como atributo pessoal de cabeça; Escola Prática de Enfermeiras da Cruz Vermelha Brasileira (Rio de Janeiro - 1916), cuja representação era a de enfermeira bondosa e caridosa pelo véu em seu uniforme; e Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública, atual Escola de Enfermagem Anna Nery (Rio de Janeiro – 1923), como interventora social, intermediadora entre o doente e o médico(6).

Outras Escolas do período foram retratadas no texto jornalístico ou por vestígios documentais, como o Curso de Enfermeiras do Hospital Samaritano, criado em 1894, quando trouxe para o Brasil o sistema nightingaleano, mas sem a intencionalidade de sua implantação. Podemos mencionar, ainda, o Curso de Enfermeiras na Maternidade de São Paulo e o Curso de Enfermeiras do Hospital São Joaquim, ambos em 1908; a Escola de Enfermagem da Cruz Vermelha Brasileira, Filial de São Paulo, em 1914 (todos na cidade de São Paulo); e, em 1918, o Curso de Enfermeiras-Parteiras na Pró-Matre e o Curso de Enfermeiras da Policlínica de Botafogo, ambos no Rio de Janeiro(7).

O modelo de enfermagem nightingaleano anglo-americano surgiu no início da década de 1920, com a implantação da Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública, em 1922(8), e contribuiu para ampliação da visibilidade da profissão na mídia. Os atributos esperados para representação da enfermeira eram ditos, especialmente, pelos médicos, e incluíam paciência, abnegação e sensibilidade, especialmente distintas dos enfermeiros à época(6). Por outro lado, Ethel Parsons liderou o projeto de cooperação entre os governos brasileiros e norte-americanos e transformou o desenvolvimento da enfermagem brasileira com identidade própria(8).

As representações institucionais de três dessas escolas – Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras, Escola Prática de Enfermeiras da Cruz Vermelha Brasileira e Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública tiveram seus efeitos nas publicidades de medicamentos, no período de 1920 a 1925, com 90 anúncios veiculados na Revista Fon-Fon(9). Ademais, quando ampliada a temporalidade (1910–1931), as representações, que também remetiam aos signos das enfermeiras das instituições de ensino, evidenciaram que elas eram, para além de mensageiras das identidades das instituições de ensino, referências representativas das peças publicitárias(10).

A compreensão dessas representações históricas no estado da Bahia, especificamente, remete ao período de 1923 a 1925, quando as campanhas sanitárias se tornaram frequentes e subsidiaram investimentos na saúde pública. Na década de 1930, as Delegacias de Saúde Federais favoreceram o intercâmbio com a Secretaria de Saúde Pública da Bahia com o ensino no campo da saúde(11). Isso ocorreu em virtude da precariedade dos serviços assistenciais públicos oferecidos pelos hospitais baianos(12).

Com base nesse cenário, o então reitor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), propôs a criação de um complexo hospitalar, o qual demandaria a atuação de enfermeiras diplomadas. Dessa forma, para atender a essa necessidade, foi convidada a Diretora da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), a enfermeira Edith de Magalhães Fraenkel, para implantar o projeto da Escola de Enfermagem da Bahia (EEB)(11).

Cabe ressaltar que a EEB foi criada por meio do Decreto Lei n 8.779, de 22 de janeiro de 1946, e incorporada à UFBA ao assumir o objetivo de formar enfermeiras para prestar assistência aos novos hospitais universitários que estavam em fase de inauguração e, com isso, promover a educação sanitária(12).

Assim, na esteira desses acontecimentos e reconhecendo a trajetória histórica e social de construção da imagem da enfermeira na sociedade, o presente estudo tem por objetivo analisar as representações das enfermeiras, por meio da imprensa escrita na Bahia, como estratégia de visibilidade para a sociedade baiana, no período de 1936 a 1956.

MÉTODO

Tipo do Estudo

Trata-se de um estudo histórico na abordagem serial, na dimensão da História Cultural e no domínio da história da enfermagem e das mulheres, o que significa, respectivamente, a tipologia da fonte sequenciada (jornal), quando nele é possível investigar parte da realidade vivida(13), e, neste caso, a representação da enfermeira.

Local

A delimitação temporal de 1936 a 1956 contempla o período de 20 anos do processo de articulações das Delegacias de Saúde Federais e da Secretaria de Saúde Pública (Bahia) em atividades de ensino no campo da saúde. A trajetória mostra que a imagem da enfermeira foi utilizada por interesses sociais, econômicos e políticos ao longo do tempo por meio dos setores interessados. Nesse recorte temporal tiveram como contexto a Era Vargas, II Guerra Mundial e a criação da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, acarretando assim, uma influência na formação de sua identidade e visibilidade profissional

Portanto, a delimitação geográfica atém-se ao estado da Bahia e tem como fonte documental prioritária o texto jornalístico, especificamente a série do Jornal “A Tarde”, em virtude de sua circulação na Bahia, com edição de outubro de 1912 até o presente. O referido jornal foi fundado por Ernesto Simões Filho (1886-1957), formado em Direito e membro fundador também da Academia de Letras da Bahia(14).

Critérios de Seleção

O critério de inclusão utilizado foi a presença do termo enfermeira exclusivamente no feminino, e de exclusão o termo no masculino, além de notícias da enfermagem fora do estado da Bahia.

Coleta de Dados

A busca nos jornais “A Tarde” ocorreu no sítio eletrônico da Fundação Pedro Calmon, localizada em Salvador (BA), no período de julho de 2018 a janeiro de 2019. Os achados foram organizados em planilha do Microsoft Excel composta pelas seguintes variáveis: datação, título e página.

Análise e Tratamento dos Dados

O processo de triangulação das fontes de dados deu-se como método de análise, permitindo a síntese e análise do conteúdo e suas possíveis interrelações e distanciamentos dos temas(15), assim como posterior discussão nos temas de História da Enfermagem, no Rio de Janeiro e na Bahia, articulados com a literatura de aderência.

A análise das publicações do banco de dados ocorreu pelo uso do software ATLAS.ti (Qualitative Research and Solutions) a partir da codificação dos trechos jornalísticos do Jornal “A Tarde”, com os termos enfermeira(s) em cada reportagem. Mediante este procedimento foi aplicada a técnica de triangulação dos dados, a partir de critérios próprios à luz do contexto noticiado e sua codificação para a narrativa dos dados qualitativos, garantindo a credibilidade e confiabilidade. Ademais, houve ainda a elaboração do enunciado descritivo, quando foi produzido pela(s) enfermeira(s) adjetivadas, dando origem às categorias(16).

Aspectos Éticos

A investigação seguiu as normas definidas nas Resoluções nº 466/2012 e nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde, bem como na Lei nº 12.527/2011 sobre os direitos autorais. Houve dispensa de submissão ao Comitê de Ética, por ser uma pesquisa documental que utilizou apenas documentos públicos de acesso gratuito à população.

RESULTADOS

Nessa corrida em prol da representação da enfermeira, várias adjetivações foram adotadas com cerne na representação do que significava esta enfermeira na sua singularidade. Constituíram algumas dessas adjetivações: Enfermeira Diplomada; Enfermeira Praticante/Prática; Enfermeira Voluntária e Profissional; Enfermeira Visitadora Social; Enfermeira de Saúde Pública; Enfermeira Católica; Enfermeira auxiliar; Enfermeira Socorrista; e Enfermeira Samaritana(17).

Na luta simbólica para enunciar a representação da enfermeira, tais adjetivações foram veiculadas na imprensa ao longo de décadas, até a promulgação da Lei n. 775/1949, que dispunha sobre o ensino de enfermagem no país. Este dispositivo legal instituiu duas denominações na formação da enfermagem: Enfermeira e Auxiliar de Enfermagem de distinção pelos pré-requisitos tempo de formação e conteúdo ministrado.

Isto posto, 542 publicações no Jornal “A Tarde”, no período de 1936 a 1956 são detalhadas na Figura 1. A análise dessas publicações apontou para três representações mais contundentes das enfermeiras da época: enfermeira em saúde pública, enfermeira militar e enfermeira religiosa. Cabe destacar que, nos anos de 1941, 1946, 1947, 1948 e 1954 não foram encontradas menções ao termo enfermeira(s).

Figura 1
Movimento das publicações com o termo enfermeira(s) no Jornal A Tarde (1936-1956) – Salvador, BA, Brasil, 2019.

Nesse contexto, as representações das enfermeiras, por meio do discurso serializado do Jornal “A Tarde”, revelam culturalmente uma das parcelas do domínio da história das mulheres. Logo, ela flutuou em três adjetivações como imagem mental sobre o feminino no espaço baiano.

Na pesquisa no jornal “A Tarde”, os trechos analisados com as ocorrências do termo enfermeira de saúde pública foram usados em referência às egressas da Escola de Enfermagem do Departamento Nacional de Saúde Pública/Escola de Enfermeiras Dona Anna Nery. A enfermeira de saúde pública no país contribuiu para a desconstrução dos determinantes de contexto em relação ao trabalho da enfermeira no país. A inserção de enfermeira diplomada do DNSP na sociedade trouxe reconhecimento e minimização das resistências médicas, diante da assistência preconizada na prevenção e promoção da saúde.

Partimos, então, para a segunda representação encontrada neste estudo, a da enfermagem militar. No final da passagem da década de 1930 para 1940, eclodiu a II Guerra Mundial (1939–1945). Na época, a Cruz Vermelha Brasileira – órgão central, no Rio de Janeiro – promoveu o Curso de Enfermeiras Samaritanas, com ênfase no treinamento da enfermagem de guerra, conforme seus princípios institucionais, os quais podem ser sintetizados na expressão de atuação na paz e guerra em prol da humanidade(18). Nessa perspectiva, matérias jornalísticas foram veiculadas para atrair candidatas ao treinamento, antes de partirem para o cenário bélico.

Assim sendo, o treinamento militar de enfermeiras para o front de guerra, ida para o exterior e retorno a terras brasileiras foi objeto de estudos(1920). As matérias veiculadas no Jornal “A Tarde” apresentavam os critérios para admissão na Força Expedicionária Brasileira: diploma de enfermeira ou samaritana, estado civil solteira ou viúva, idade entre 20 e 40 anos, idoneidade moral e aptidão física. Além disso, vinculavam essa decisão a sentimentos de patriotismo e heroísmo, associados com a imagem de Anna Nery. Contudo, atendo-nos à representação da enfermeira militar, no cenário baiano evidenciam discursos de apelos de “convocatória” às mulheres.

As matérias relatavam ainda a atuação das mulheres na guerra e traziam consigo a representação da mulher heroína. Isto remetia aos signos interpretativos em dois aspectos: 1) para minimizar as consciências, quando o símbolo é determinado para aquilo que faz parte do conhecido; e 2) para determinar as atitudes humanas com relação a ele mesmo, resultando na ruptura ou manutenção do poder(21). Neste caso, ambos foram veiculados em associação à mulher militar, ou seja, exemplos morais, combatentes, fortalezas de espírito, executoras de trabalho magnífico e valentes.

No que se refere à terceira representação encontrada, acerca da enfermeira religiosa no Jornal “A Tarde”, as matérias foram associadas aos atributos de caridade, dom vocacional e benevolência. Nesse sentido, relacionavam a profissão à prática dos cuidados das religiosas (Irmãs da Caridade), ainda do século XIX, antes do início do processo de profissionalização da enfermagem no Brasil.

Ressaltamos que o ato de caridade exercido pelas religiosas era, inclusive, estrategicamente enaltecido pelos gestores dos hospitais. Essa percepção ficou evidente em alguns fragmentos do Jornal “A Tarde”, os quais mencionaram a impossibilidade de receberem gratificação de insalubridade, como direito trabalhista, por estarem no exercício da caridade. Logo, a representação de enfermeira religiosa era revestida de sentimentos de votos doutrinários em prol do divino.

Outras matérias do Jornal “A Tarde” referiam-se à personificação da representação da enfermeira religiosa desprovida de vaidade, o que reiterou a imagem de anjos de branco, adjuvantes de Deus na terra e humanitárias(22). Dessa forma, a associação fortalecia a sacralização e brumava ainda mais quem, de fato, era a profissional enfermeira.

DISCUSSÃO

A década de 1920 foi marcada pela Reforma Sanitária, liderada por Carlos Chagas, e pela implantação da Enfermagem Moderna. Na época, era forte o investimento na imprensa escrita e ilustrada acerca da Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública, atual Escola de Enfermagem Anna Nery, e, também, sobre a Escola Prática de Enfermeira da Cruz Vermelha Brasileira – órgão central – Rio de Janeiro(6). Além dessas, outras instituições de ensino em prol da profissionalização também estavam na disputa pela enunciação da representação mental da enfermeira.

Tais representações (enfermeira de saúde pública, militar e religiosa), identificadas neste estudo, têm, de fato, suas raízes no passado. Como dito, a Escola de Enfermagem na Bahia foi criada em 1946, por iniciativa da UFBA(11), mas, para melhor entendimento desse processo, precisamos retroagir aos anos de 1920, quando as ações de saúde pública no estado da Bahia foram reconfiguradas. Assim, o foco das políticas no campo da saúde dirigiu-se à saúde com ênfase na educação sanitária e no controle das doenças infectocontagiosas prevalentes, em diferentes espaços geográficos da sociedade baiana, no período de 1925 a 1930, induzido pela esfera federal. Contudo, a Revolução de 1930 levou ao declínio aquela reforma sanitária para as novas adequações do governo à época(23).

Nos anos de 1920, a Escola de Enfermeiras da Subsecretaria de Saúde e Assistência Pública (EESSAP) constava no texto do Código Sanitário (1925) e sugeria a implantação de uma instituição de ensino no estado da Bahia, considerando o Serviço de Enfermeiras Sanitárias. Tal serviço estaria, então, centralizado no comando das ações na saúde pública com vistas a auxiliar as autoridades do campo e executar a vigilância higiênica, bem como o controle e prevenção de doenças infectocontagiosas e a educação sanitária nos espaços privados e educacionais de formação básica(24).

Importante mencionar que esses requisitos para matrícula de estudantes confluíram com aqueles exigidos para as estudantes que desejavam cursar a Escola de Enfermagem do Departamento Nacional de Saúde Pública, no Rio de Janeiro. A enfermeira de saúde pública da década de 1920, no Rio de Janeiro, de fato, demarcou seu espaço na enfermagem brasileira e no campo da saúde sob a direção das enfermeiras norte-americanas Clara Louise Kieninger, Lorraine Genevi e Bertha Pullen, sob a liderança de Ethel Parsons, no período de 1923 a 1931. Também foi um período de investimentos financeiros de monta para o funcionamento institucional da Escola pela Fundação Rockfeller(8).

Sabemos que, até 1929, Dr. J. J. Fontenelle, em documento encontrado no Centro de Documentação da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN - CD, mód.A, cx. 25, doc. 55, 1930), relatou a presença de 93 enfermeiras de saúde pública formadas pela Escola de Enfermagem do Departamento Nacional de Saúde Pública. Contudo, 63% delas não se encontravam mais na profissão, no campo da saúde pública, e as previsões não eram promissoras(25). Isto é ratificado em outro estudo, segundo o qual 70% das diplomadas preferiam serviços menos desgastantes, tais como atividade particular e/ou hospitalares, em detrimento das visitas domiciliares(26).

Isso posto, partindo das premissas apontadas, identificamos que as enfermeiras estavam em busca de outras modalidades de serviços, inclusive, livres das intempéries nas visitações domiciliares e das exposições a agentes patogênicos, para assumir outras posições nas instituições de saúde. Contudo, durante a permanência de Ethel Parsons na liderança da enfermagem brasileira, ela construiu e deu visibilidade à representação da enfermeira em saúde pública ao (retro) alimentar o imaginário coletivo de que a mulher poderia ser economicamente emancipada ao seguir essa carreira(8).

Paralelamente ao êxodo das enfermeiras do campo da saúde pública para outros espaços, há de se ressaltar o final do subvencionamento da Fundação Rockefeller à escola, a partida de Parsons para o Texas, quando ocorreu a promulgação do Decreto nº 20.109/1931, tornando a Escola de Enfermeiras Anna Nery a escola oficial padrão para a formação de enfermeiras no Brasil. Tais fatos podem levar alguns à interpretação de que o dispositivo legal tenha sido a institucionalização nacional da enfermagem.

A representação da enfermeira em saúde pública, como preconizava Parsons, era promissora em prol da emancipação da mulher, especialmente a financeira, quando pela escolha profissional(8). Tal discurso, para a década de 1920, em pleno movimento pelo sufrágio feminino, era motivador e ousado, desde que se desconhecesse a árdua atividade no campo, considerando o desgaste físico das visitas domiciliares, exposições aos agentes patogênicos e a remuneração, tendo por efeito o êxodo para o campo hospitalar(25,26). Nesse sentido, o discurso veiculado no Jornal “A Tarde” sobre a representação da enfermeira de saúde pública aponta para indícios de apelo sensibilizadores.

O contexto da década de 1920 e seguinte servia de mola propulsora para as mulheres terem, ao menos, o desejo de serem enfermeiras e, por efeito, emancipadas financeiramente. Fato é que o discurso veiculado no Jornal “A Tarde” de alguma forma atingia o público feminino e pode ter influenciado a criação da Escola de Enfermagem da Bahia (EEB) na década de 1940, o que reforçava os argumentos para o seu objetivo(11).

A representação de enfermeira militar era glorificada pela ideia de heroína endossada por Eurico Gaspar Dutra, ministro da Guerra (1942–1945), nas pautas jornalísticas. Essas publicações eram revestidas de adjetivações relacionadas ao feminino, tais como amor, abnegação, postura servil e disciplinar(19).

O peso simbólico da representação da enfermeira militar associada ao termo heroína articulada à memória da trajetória da baiana Anna Nery era, de fato, um apelo emblemático às brasileiras e, especialmente, às baianas. Logo, depreendemos que se tratava de registrar a participação da mulher nas páginas da História Nacional no contexto da guerra vinculada à Força Expedicionária Brasileira, de maneira a fortalecer essa representação no imaginário coletivo.

Considerando a apresentação da identidade das enfermeiras no âmbito religioso, trata-se de construção histórica de uma prática que envolvia ideais de humildade, amor ao próximo, submissão, demarcados com o advento do cristianismo, que ensinava esses ideais para seus fiéis, mas também os impôs às práticas do cuidado. Esse fato provocou forte conexão dos ideais cristãos aos trabalhos de enfermagem(27).

Pensar nessa linha é entender que a representação da enfermeira do século XIX, por exemplo, não estava tão distante do que se preconizava nas décadas de 1910 e 1920. A assertiva nos mostra que, entre 1930 e 1950, ela permanecia no discurso jornalístico no Jornal “A Tarde”. O trabalho da enfermagem carrega em si influências das origens das práticas de saúde associando a mulher a conceitos de religiosidade, espírito maternal ou submissão. Isso aponta para certa névoa na representação desta profissional, dada a confusão com os aspectos religiosos, mesmo diante das regulamentações, de modo que essa distorção prevaleceu no imaginário coletivo como uma herança da construção sociocultural de milênios(22,28).

Diante do exposto, entendemos que, independentemente da representação da enfermeira nos fatos históricos divulgados sob a ótica do jornalismo (enfermeira de saúde pública, militar ou religiosa), tal profissão estava marcada nas mentes socioculturais como atividade feminina e pela sua construção social. Tal constatação, reiterada neste estudo, serve de gatilho mental para uma reflexão crítica sobre a constituição dessa representação e sua visibilidade no intuito de conscientizar as pessoas sobre o real papel social da enfermeira na saúde, a relevância do seu trabalho e a formação da identidade profissional.

Entende-se, como possíveis limitações, o uso apenas do termo enfermeira(s), no feminino, para a busca de outras fontes, e a escolha de um único jornal.

Como contribuições, este estudo pretendeu lançar luzes sobre as representações de enfermeiras no texto jornalístico baiano na primeira metade do século XX, o que contribui para outros estudos na perspectiva histórica a serem realizados, no sentido de compreender os movimentos identitários da profissão. Além disso, poderá subsidiar novas pesquisas acerca das representações de enfermeiras baianas e da região Nordeste do país.

CONCLUSÃO

A representação da enfermeira divulgada na mídia impressa no Jornal “A Tarde” no período de 1936 a 1956 era constituída por uma tríade: articulação com a saúde pública, enfermeira militar e imagética religiosa da enfermeira. Essa representação construída e divulgada no jornal baiano foi historicamente utilizada para fins de interesses sociais, econômicos e políticos ao longo do tempo, por meio dos diversos setores interessados, e passou a compor uma identidade profissional, a qual, até os dias atuais, interfere no reconhecimento e visibilidade da profissão, ou seja, na forma como é vista e reconhecida pela sociedade.

O período histórico entre os anos de 1936 e 1956 destacou-se por atividades que contemplam o cuidado e pela atuação das pessoas que executavam essas práticas. Nesse sentido, a enfermagem consolidou-se como atividade social necessária e presente nos conflitos bélicos e no contexto das práticas de saúde à comunidade, tal como observado na presente análise dos trechos jornalísticos da época.

Assim, o presente estudo possibilitou realizar uma reflexão crítica sobre a representação da enfermeira diante dos acontecimentos históricos divulgados pela mídia impressa baiana, o que favorece a conscientização sobre seu papel social na saúde, a relevância do seu trabalho e a formação da identidade profissional.

Chegar a este momento não significa, contudo, seu término. O que temos é a ponta de iceberg sobre a representação da enfermeira em outra camada investigativa para além do eixo Rio-São Paulo, cabendo outros investimentos de pesquisadores em seus estados perscrutarem sobre a temática abordada.

DISPONIBILIDADE DE DADOS

Todo o conjunto de dados que dá suporte aos resultados deste estudo está disponível mediante solicitação ao autor correspondente Victor Porfirio Ferreira Almeida Santos.

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  • Apoio financeiro
    O presente trabalho foi realizado em parte com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - Brasil (CNPq) processo: 401923/2024-0 (versão em língua espanhola)

Editado por

  • EDITOR ASSOCIADO
    Thiago da Silva Domingos

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Jun 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Recebido
    05 Jul 2024
  • Aceito
    21 Mar 2025
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