Open-access Ocurrencia y perjuicios de la cefalea en estudiantes universitarios de enfermería

reeusp Revista da Escola de Enfermagem da USP Rev. esc. enferm. USP 0080-6234 1980-220X Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem São Paulo, SP, Brazil El estudio objetivó verificar la ocurrencia de cefalea como dolor principal y caracterizar tal ocurrencia y el perjuicio derivado en las actividades cotidianas de estudiantes universitarias de enfermería. Estudio transversal, realizado en Facultad de Enfermería de Universidad Federal de Goiás, Goiânia-GO, Brasil, entre mayo y junio de 2008, con 203 estudiantes (edad promedio 21 años; d.p.=1,8), 48,5% de segmento económico A. La cefalea constituyó el dolor principal para 34,5% de estudiantes; de fuerte intensidad; descrita como intermitente (74,3%), con puntadas (62,9%) y náuseas (55,7%); prevaleciendo de tarde (52,9%), durando algunas horas al día (51,4%). Los factores relacionados con el inicio del dolor fueron: los estudios (17,1%) y el estrés (11,4%), y las actividades más perjudicadas: la capacidad de concentración (84,3%) y el humor (84,3%) (p<0,05). La cefalea es menos frecuente en esta población en comparación con otros países, y perjudica las actividades diarias de las estudiantes. ARTIGO ORIGINAL Ocorrência e prejuízos da cefaleia em estudantes universitárias de enfermagem* Ocurrencia y perjuicios de la cefalea en estudiantes universitarios de enfermería Polyana Cristina Vilela BragaI; Layz Alves Ferreira SouzaII; Renata Alessandra EvangelistaIII; Lilian Varanda PereiraIV IEnfermeira Graduada pela Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás. Enfermeira do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. Goiânia, GO, Brasil. polyanacvb@hotmail.com IIMestranda em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás. Enfermeira Fiscal do Conselho Regional de Enfermagem de Goiás. Goiânia, GO, Brasil. layzenf@gmail.com IIIEnfermeira. Doutora pelo Programa Interunidades da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Professora Adjunta da Universidade Federal de Goiás. Goiânia, GO, Brasil. r-evangelista@hotmail.com IVEnfermeira. Doutora em Enfermagem Fundamental pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Professora Adjunta da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás. Goiânia, GO, Brasil. lvaranda@terra.com.br Endereço para correspondência: RESUMO O estudo teve como objetivos verificar a ocorrência de cefaleia como a principal dor e caracterizar essa experiência e o prejuízo causado por ela nas atividades cotidianas de estudantes universitárias de enfermagem. Trata-se de um estudo transversal, realizado na Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil, de maio a junho de 2008, com 203 estudantes, (idade média de 21 anos; d.p.=1,8), 48,5% da classe econômica A. A cefaleia foi a principal dor para 34,5% das universitárias; de forte intensidade; descrita como latejante (74,3%), pontada (62,9%) e enjoada (55,7%); com episódios à tarde (52,9%), com duração de algumas horas do dia (51,4%). Os fatores relacionados ao início da dor foram: os estudos (17,1%) e o estresse (11,4 %) e as atividades mais prejudicadas: a capacidade de concentração (84,3%) e o humor (84,3%) (p<0,05). A cefaleia é menos frequente nesta população comparada a estudos realizados em outros países e prejudica as atividades cotidianas das universitárias. Descritores: Cefaleia; Estudantes de enfermagem; Medição da dor RESUMEN El estudio objetivó verificar la ocurrencia de cefalea como dolor principal y caracterizar tal ocurrencia y el perjuicio derivado en las actividades cotidianas de estudiantes universitarias de enfermería. Estudio transversal, realizado en Facultad de Enfermería de Universidad Federal de Goiás, Goiânia-GO, Brasil, entre mayo y junio de 2008, con 203 estudiantes (edad promedio 21 años; d.p.=1,8), 48,5% de segmento económico A. La cefalea constituyó el dolor principal para 34,5% de estudiantes; de fuerte intensidad; descrita como intermitente (74,3%), con puntadas (62,9%) y náuseas (55,7%); prevaleciendo de tarde (52,9%), durando algunas horas al día (51,4%). Los factores relacionados con el inicio del dolor fueron: los estudios (17,1%) y el estrés (11,4%), y las actividades más perjudicadas: la capacidad de concentración (84,3%) y el humor (84,3%) (p<0,05). La cefalea es menos frecuente en esta población en comparación con otros países, y perjudica las actividades diarias de las estudiantes. Descriptores: Cefalea; Estudiantes de enfermería; Dimensión del dolor INTRODUÇÃO Cefaleia é queixa frequente entre jovens estudantes e o prejuízo advindo dessa dor implica em incapacidade, fracasso educacional e absenteísmo escolar em média de 2,8 dias/ano(1), maior vulnerabilidade às comorbidades(2) e prejuízo na qualidade de vida(3). Há consenso que as mulheres e adultos jovens são os mais representados(4). Estudos epidemiológicos internacionais investigaram a prevalência de cefaleia entre universitários. Na Faculdade de Ciência da Saúde da Universidade de Abomey-Calavi, Cotonou (Benin), África(5), a prevalência de migrânea foi de 11,3% (95% CI: 8,2-15,3), significativamente maior entre os do sexo feminino (18,3%) que do masculino (6,8%). Na Turquia(6), a prevalência de cefaleia tensional entre os universitários foi de 22,64% e de migrânea 17,89%, significativamente mais frequente entre as mulheres (p<0,0001). Na Nigéria, Universidade Ambrose Alli, encontrou-se prevalência de enxaqueca (critérios da International Headache Society) de 9,6% (10,3% de mulheres e 8,9% de homens, p=0,35) com incapacidade grave, significativa para 15,9% dos universitários entrevistados(7). Na Alemanha, Munique, 83,1% dos estudantes com idades entre 14 e 20 anos referiram cefaleia, também mais representados pelo sexo feminino(8) e na Universidade de Zagreb Medical School, Croácia, estimou-se prevalência de enxaqueca de 8,86% em estudantes do primeiro ano de medicina e 10,90% em estudantes do sexto ano, enquanto a prevalência de cefaleia do tipo tensional foi 60,13% e 57,69%, respectivamente(9). As mulheres sofriam de enxaqueca com frequência significativamente maior do que os homens (p=0,017). Na Yugoslávia, Universidade de Belgrado, 66,8% (n=1943) das estudantes referiram cefaleia primária(10). No Brasil, um estudo(11) conduzido com estudantes universitários de diferentes cursos, em Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, estimou prevalência de enxaqueca de 24% e de cefaleia tensional de 32%, sendo que, entre os enxaquecosos, a produtividade escolar foi menor do que entre aqueles que sofriam cefaleia tipo tensional. Outros estudos conduzidos com a população brasileira em geral apontaram prevalência de cefaleia de 74,1%, no Estado de Santa Catarina(12); de 53,2% no interior do Espírito Santo(13) e de 71,3%, no Rio Grande do Sul(14). Em todos os estudos houve predominância de mulheres e adultos jovens. Diante dessa realidade e da falta de estudos sobre o tema em estudantes universitários brasileiros, julgou-se importante contribuir com o avanço dos conhecimentos sobre a epidemiologia da cefaleia nessa população, buscando conhecer a extensão do problema entre os futuros enfermeiros e subsidiar serviços de saúde que almejem a prevenção de agravos e promoção da saúde nessa população. O estudo teve como objetivo verificar a ocorrência de cefaleia como a principal dor autorreferida por universitárias de Enfermagem e caracterizar a experiência dolorosa e o prejuízo dela advindo nas atividades cotidianas dessas mulheres. MÉTODO O estudo foi realizado na Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (FEN/UFG), na cidade de Goiânia, Estado de Goiás, Brasil, no período de maio a junho de 2008, após parecer favorável do Comitê de Ética e Pesquisa Médica Humana e Animal do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (protocolo nº 173/2007), respeitando-se a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Estudo tipo corte transversal, realizado com a população de estudantes (n=250) regularmente matriculados no curso de graduação em Enfermagem (aproximadamente 50 alunos por ano). Foram excluídos aqueles que possuíam idade inferior a 18 anos, não encontrados em sala de aula após três tentativas do pesquisador e os do sexo masculino (três alunos), totalizando 203 participantes, distribuídos entre os cinco anos do curso (81,2% dos alunos do curso de enfermagem). As variáveis do estudo incluíram: ocorrência de cefaleia (considerada como qualquer dor localizada na cabeça), caracterizada quanto à intensidade (medida através de uma Escala Numérica (EN)(15), de 0 a 10, na qual 0 significava sem dor e 10 a pior dor possível. Escores de 1 a 4 representaram dor leve, 5 e 6 dor moderada e de 7 a 9 dor forte; qualidade avaliada por meio do Questionário de McGill-LF(16), constituído por 78 descritores, distribuídos em quatro grandes grupos e 20 subgrupos, sendo 11 subgrupos caracterizando a dimensão sensitiva-discriminativa da experiência dolorosa, quatro a dimensão afetiva-motivacional, um subgrupo a dimensão cognitiva-avaliativa e cinco o grupo miscelânea. Ademais, investigou-se o período do dia em que o episódio de dor ocorreu (manhã, tarde e noite), duração do episódio de dor (algumas horas, metade do dia, o dia todo, uma parte da semana, uma parte do mês e o mês todo), a frequência dos episódios de dor (nenhuma vez, algumas vezes, frequentemente, continuamente) e os fatores relacionados ao surgimento da cefaleia (separação da família, perda de pessoas próximas, rompimento de relacionamento afetivo, estudos, estresse, não sabe e outros). A intensidade do prejuízo causado pela cefaleia nas atividades cotidianas foi medida por meio de uma escala de copos(17), na qual o primeiro copo equivalia ao escore 0=nenhum prejuízo; o segundo ao escore 1=prejuízo pequeno; o terceiro ao escore 2=prejuízo moderado; o quarto copo ao escore 3=prejuízo grande e o quinto copo ao escore 4=prejuízo total e os fatores relacionados ao surgimento da dor (separação da família, perda de pessoas próximas, rompimento de relacionamento afetivo, estudos, estresse, não sabe e outros). As participantes foram caracterizadas de acordo com a classe socioeconômica (classificada com base na escolaridade do chefe da casa e na quantidade de bens que possuiam, de acordo com a Chave de Correção de Classificação Socioeconômica no Brasil, Classes: A1, A2, B1, B2, C1, C2, D, e E - Associação Brasileira de Anunciantes/Associação Brasileira de Institutos de Pesquisa de Mercado (ABA/ABIPEME)(18), a idade (18-20 anos, 21-23 anos, >= 24 anos), o ano do curso que a estudante frequentava (1º, 2º, 3º, 4º ou 5º ano); envolvimento em atividades extracurriculares (pesquisa, extensão, monitoria e estágios - respostas sim ou não) e prática regular de atividade física (no mínimo três vezes por semana - respostas sim ou não). As universitárias foram abordadas em sala de aula, em momento propício para o preenchimento de instrumento padronizado para a coleta de dados. Foram orientadas a localizarem, em diagramas corporais, a principal dor sentida e em seguida caracterizá-la segundo as variáveis de interesse. Os dados foram compilados e analisados pelo programa SPSS 16.0 e representados por meio de medidas descritivas de centralidade como a média e mediana e de dispersão (Q1-25% da amostra ordenada e Q3-75% da amostra ordenada, mínima, máxima e desvio padrão). O teste de correlação de Spearman foi utilizado para associação entre as variáveis numéricas e o teste do qui-quadrado para associação entre as variáveis categóricas. O nível de significância considerado para todos os testes foi de 5%. RESULTADOS Entre as 203 universitárias de enfermagem, distribuídas nos cinco anos do curso de graduação em Enfermagem, 70 (34,5%) apontaram a cabeça como o local da principal dor. A idade das mulheres que queixaram cefaleia variou entre 18 e 28 anos (M=21 anos; Dp=1,8); 48,5% pertenciam à classe econômica A (A1+A2); 65,7% participavam de atividades extracurriculares e apenas 21,4% praticavam atividade física regularmente (Tabela 1). As estudantes do terceiro ano do curso de Enfermagem foram as que apresentaram maior frequência de relatos de cefaleia (25,7%). Os episódios surgiram com maior frequência no período vespertino (52,9%), com duração de algumas horas (51,4%) e foram frequentes para 40,0% das estudantes (Tabela 2). Quando questionadas sobre os fatores relacionados ao início da cefaléia, 54,3% das estudantes não souberam informá-los, 17,1% apontaram os estudos e 11,4% o estresse. A mediana dos escores de intensidade da dor (atribuídos por meio da escala numérica de 0-10) foi igual a 7,0 (MÍN=2,0; MÁX=10; Q1=5,0; Q3= 8,0). Para 45,7% das estudantes, a dor foi classificada como forte; para 35,7% como moderada; para 10,0% como leve e para 8,6% como a pior dor possível (Figura 1). Quanto à qualidade da dor, os descritores mais frequentemente escolhidos (porcentagem igual ou superior a 30% da população) foram: latejante (74,3%), pontada (62,9%), enjoada (55,7%), cansativa (48,6%), aperto (38,6%), que incomoda (38,6), penetra (32.9%), pesada (31,4%), dá náusea (30,0%) e sensível (30%), dos quatro agrupamentos (sensitivo, afetivo, avaliativo e misto) do Questionário para Dor de McGill-LF(16). As atividades prejudicadas pela cefaleia estão mostradas na Tabela 3. A proporção de estudantes que referiu prejuízo nas atividades cotidianas (capacidade de concentração, humor, relações com outras pessoas, habilidades cognitivas, habilidades psicomotoras e realização das atividades práticas e de avaliação) devido à cefaleia foi maior que aquelas que referiram prejuízo devido a outras dores. Os escores atribuídos à intensidade do prejuízo causado pela dor nas atividades cotidianas, por meio da escala de copos, podem ser observados na Figura 1. Maior porcentagem das estudantes (35,7%) atribuiu escore 3 - prejuízo muito grande, nas atividades exigidas pelas disciplinas e capacidade de concentração; e 22,0% atribuíram escore 2 - prejuízo moderado, no humor, sono, em realizar atividades práticas, atividades diárias, aproveitar a vida e relacionar-se com os colegas. A correlação entre a intensidade de prejuízo e intensidade de dor na cabeça (índice de Spearman) foi fraca (r variou de 0,27 a 0,35), positiva e significativa para a capacidade de concentração (r=0,35; p=0,006); atividades sociais, recreativas e familiares (r=0,31; p=0,010); relação com outras pessoas (r=0,32; p=0,006) e capacidade de aproveitar a vida (r=0,27; p=0,010), apontando a importância de se considerar a intensidade de dor na avaliação da incapacidade. DISCUSSÃO Estudos epidemiológicos(5-6,8-9) realizados em diversos países, inclusive no Brasil(11), estimaram prevalência de cefaleia entre estudantes universitários mais alta (41,0% a 98,3%) que a do presente estudo - 34,5% - e tal achado pode estar relacionado ao fato de ter sido considerada apenas a principal dor, ou seja, aquela que mais incomodava. Na Nigéria, entre estudantes do primeiro e sexto ano do curso de Medicina, com média de idade de 23,4 anos, a prevalência de cefaleia foi de 46,0%, significativamente mais comum entre as mulheres (62,8%)(19). Na Turquia, entre estudantes (idade média de 21,16 anos; d.p.=2,03) do mesmo curso, houve predomínio de enxaqueca entre as mulheres(6). Em Oman, no Golfo Pérsico, foram observadas altas prevalências de cefaleia (98,3% em algum momento da vida e 96,8% no último ano de vida) entre 403 universitários, com média de idade de 21,9 anos; d.p.=1,9, representados pelo sexo feminino (62,5%)(20). Na Universidade de Belgrado, Yugoslávia, a prevalência de cefaleia primária entre universitárias do curso de Medicina e Farmácia, com idades entre 18 e 28 anos, foi de 66,8%(10). Nos Estados Unidos da América (EUA), 17,3% dos estudantes referiram episódios de cefaleia uma ou mais vezes por semana; 33,6% uma ou duas vezes no mês; 50,9% pelo menos uma vez no mês e 49% com pouca frequência e variação maior de tempo. Ademais, 60% dos entrevistados afirmaram que a dor de cabeça interferiu em suas atividades habituais(4), frequência superior a constatada no presente estudo (21,4%), semelhante à de Oman(20), em que 20% dos estudantes de Medicina referiram não conseguir realizar as atividades diárias durante os episódios de dor, que apareciam uma ou mais vezes ao mês. Tais dados apontam prejuízo frequente nas atividades dos estudantes, podendo resultar em fracasso acadêmico e dificuldade em tomar decisões importantes na vida profissional e pessoal. Em nosso estudo, a dor de cabeça foi estudada sem referência ao diagnóstico etiológico. No entanto, estudos mostraram que a enxaqueca e a cefaleia tensional são as que mais acometem as mulheres(6,9-10, 14, 19-20), gerando a hipótese de que estes eram os dois tipos mais frequentes de cefaleia entre as estudantes universitárias deste estudo. Ademais, em relação à enxaqueca, observa-se associação com as variações hormonais que as mulheres estão sujeitas durante a vida, especialmente relacionadas ao ciclo menstrual(10). Além disso, a enxaqueca é descrita como pulsante/latejante e de intensidade moderada a grave, semelhantemente aos achados desse estudo. No Brasil, no Estado do Rio Grande do Sul, em estudo com a população em geral, as mulheres apresentaram quatro vezes mais enxaqueca que os homens(14). Por outro lado, a cefaleia tensional é prevalente em indivíduos com maior escolaridade e há um pico de prevalência em torno dos 30-39 anos para ambos os sexos(21). Quanto aos fatores relacionados ao início da cefaleia, 17,1% das estudantes apontaram os estudos e 11,4% o estresse. Entre estudantes de Medicina, a privação do sono (72,4%), as horas excessivamente longas de trabalho (57,9%) e a falta de descanso (52,3%) foram os fatores precipitantes/agravantes da dor(20). No Estado de Santa Catarina, Brasil, em população eminentemente feminina, apontaram o estresse (79,7%) e a menstruação (61,7%) como os fatores desencadeadores de dor mais frequentemente citados(12). Na África, o cansaço psicológico foi o fator desencadeante de cefaleia mais frequente entre os estudantes universitários(5). A qualidade da dor foi descrita pelas universitárias deste estudo por meio de palavras dos grupos sensitivo, afetivo, avaliativo e misto do (MPQ-LF), aparecendo como as mais frequentemente escolhidas: latejante (74,3%), pontada (62,9%), enjoada (55,7%), cansativa (48,6%), aperto (38,6%), que incomoda (38,6), penetra (32.9%), pesada (31,4%), dá náusea (30,0%) e sensível (30%). Em investigação conduzida num serviço de neurologia de um hospital escola do Estado do Rio de Janeiro com 50 pacientes (80% do sexo feminino; idade média de 32 anos) portadores de cefaleia do tipo tensional episódica, os descritores de dor escolhidos com maior frequência foram pesada (34%) e aperto (30%)(21). Aperto também foi a palavra mais frequentemente escolhida (70,96%) por estudantes com cefaleia tipo tensional e latejante por aqueles com enxaqueca (87,57%)(6). Entre estudantes de Medicina, a cefaleia foi descrita com maior frequência pelos descritores aperto (38,6%) e latejante (36,1%)(20), semelhantemente aos achados do presente estudo. Novas pesquisas são necessárias para elucidar com maior acurácia a descrição dos diferentes tipos de cefaleia. Vale lembrar que o MPQ pode ser utilizado para diferenciar síndromes dolorosas(22). A intensidade da dor autorreferida neste estudo foi forte (escores 7,8,9) para 45,6% das estudantes e pior dor possível (escore 10) para 8,6% delas. A cefaleia também teve intensidade muito forte para 11,9% dos estudantes de Medicina de Oman(20), fato que alerta para a intensidade da dor na cabeça, independente da idade e profissão, poder ser referida como muito forte, resultando em limitação e incapacidade, como observado em estudo realizado no Estado de São Paulo, Brasil(11). Ademais, no presente estudo, a correlação entre intensidade de dor e intensidade de prejuízo nas atividades cotidianas das estudantes foi positiva e significativa, apoiando os relatos de prejuízo nestas atividades. Estudantes de Medicina também relataram dificuldade em completar suas atividades diárias(20). Na Turquia, incapacidade moderada-grave foi encontrada em dois terços dos universitários migranosos de diferentes cursos, associada a fracasso educacional(1). Na Nigéria, a incapacidade foi moderada-grave para 36,6% dos universitários(19). concentração e o humor (84,3%) (<0,05). Quanto à frequência com que as atividades cotidianas das universitárias foram prejudicadas pela cefaleia, observamos que prevaleceu a capacidade de concentração e o humor (p<0,05) e com menor frequência a capacidade de desenvolver atividades diárias e o relacionamento com os colegas. O impacto na qualidade de vida, bem como a diminuição da capacidade laboral e de lazer, são fatores bem conhecidos e amplamente descritos na literatura. Funcionários do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, Estado de São Paulo, disseram que evitam dirigir com dor (35,1%); alguns relataram já haver cancelado atividades com a família (59,9%) e de lazer (81,2%) devido à dor. 82% relataram que precisaram parar de fazer o que estavam fazendo para deitar-se ou o que gostariam de fazê-lo(3). Neste estudo, a correlação significativa entre intensidade da dor e a intensidade de prejuízo na capacidade de concentração, participação em atividades sociais e recreativas, relação com outras pessoas e capacidade de aproveitar a vida aponta a intensidade da dor como possível fator determinante de baixa produtividade e/ou perda de qualidade no resultado das tarefas das estudantes, como observado em estudo(11) conduzido com 1022 estudantes universitários brasileiros. As limitações deste estudo relacionadas à população restrita a uma única faculdade de Enfermagem e à falta de diagnóstico etiológico das cefaleias apontam a necessidade de novas pesquisas, com amostras mais representativas, que permitam conhecer melhor o problema cefalei, entre universitárias de Enfermagem. A importância de se investigar a cefaleia em população feminina e jovem tem como propósito maior evitar sofrimento desnecessário, reduzir comorbidades, iniciar tratamento precoce e adequado e promover saúde, reconhecendo o valor dessa população como futuros profissionais da saúde. CONCLUSÃO A prevalência de cefaleia como a principal dor referida pelas universitárias de enfermagem é menor que aquela encontrada em estudos semelhantes. No entanto, a intensidade subjetiva de dor é classificada como muito forte/pior possível para a maioria das estudantes. Qualitativamente, a dor é descrita por palavras do agrupamento sensitivo, afetivo e avaliativo do McGill Pain Quationnaire (MPQ), apontando a natureza multidimensional dessa experiência. Os episódios de dor surgem preferencialmente à tarde, permanecem por algumas horas do dia, surgem com frequência e são desencadeados pelos estudos e pelo estresse. A cefaleia interfere nas atividades cotidianas das estudantes, principalmente na capacidade de concentração e no humor, fundamentais para o processo de aprendizagem. Ressalta-se que a elaboração/implantação de programas de saúde preventivos deve ser encorajada, com o propósito de rastrear casos de cefaleia e encaminhar os estudantes precocemente para atendimento especializado, com o objetivo de prevenir doença e promover saúde nesta população jovem. Endereço para correspondência: Polyana Cristina Vilela Braga Rua 227 Qd. 68, s/n - Setor Leste Universitário CEP 74605-080 - Goiânia, GO, Brasil Recebido: 21/12/2009 Aprovado: 11/05/2010 * Extraído do Trabalho de Conclusão de Curso "Ocorrência, características clínicas da cefaleia e prejuízo advindo dessa dor nas atividades cotidianas de estudantes universitárias de Enfermagem", Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás", 2009". 1. Demirkirkan MK, Ellidokuz H, Boluk A. Prevalence and clinical characteristics of migraine in university students in Turkey. Tohoku J Exp Med. 2006;208(1):87-92. Prevalence and clinical characteristics of migraine in university students in Turkey Tohoku J Exp Med 2006 87 92 1 208 Demirkirkan MK Ellidokuz H Boluk A 2. Krymchantowski AV, Moreira Filho, Ferreira P. Atualizaçäo no tratamento profilático das enxaquecas. Arq Neuropsiquiatr. 1999;57(2B):513-9. 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Classification of clinical pain descriptions by multiple group discriminant analysis Exp Neurol 1976 480 7 2 51 Dubuisson D Melzack R The occurrence of headaches and their effect upon nursing undergraduate students This study was performed with the objectives of identifying the occurrence of headache as the major cause of pain and characterizing the effect headaches have on the everyday activities of nursing undergraduate students. This cross-sectional study was performed at the College of Nursing of the Federal University of Goiás, Goiânia, Brazil, from May to June 2008. Participants included 203 students (mean age 21 years; s.d.=1.8), 48.5% from economic class A. Headaches were the major cause of pain for 34.5% of students; described as being of strong intensity; referred to as throbbing (74.3%), stabbing (62.9%), and causing nausea and/or vomiting (55.7%); with episodes occurring in the afternoon (52.9%), and lasting for several hours a day (51.4%). Factors related to the onset of pain were: studying (17.1%) and stress (11.4 %). The activities most affected were: their capacity to concentrate (84.3%) and their mood (84.3%) (p<0.05). Headaches are less common in the population compared to other country studies, and they affect the students' everyday activities. Headache Students, nursing Pain measurement ORIGINAL ARTICLE The occurrence of headaches and their effect upon nursing undergraduate students* Ocurrencia y perjuicios de la cefalea en estudiantes universitarios de enfermería Polyana Cristina Vilela BragaI; Layz Alves Ferreira SouzaII; Renata Alessandra EvangelistaIII; Lilian Varanda PereiraIV IRN, School of Nursing, Universidade Federal de Goiás. Nurse, Epidemiological Surveillance Department, Goiânia Municipal Health Secretary. Goiânia, GO, Brazil. polyanacvb@hotmail.com IIMaster's student in Nursing, Graduate Program, School of Nursing, Universidade Federal de Goiás. Nurse Inspector, Goiás Regional Nursing Council. Goiânia, GO, Brazil. layzenf@gmail.com IIIRN. Ph.D., Interunit Doctoral Program, University of São Paulo at Ribeirão Preto College of Nursing. Adjunct Professor, Universidade Federal de Goiás. Goiânia, GO, Brazil. r-evangelista@hotmail.com IVRN. Ph.D. in Fundamental Nursing, University of São Paulo at Ribeirão Preto College of Nursing. Adjunct Professor, School of Nursing, Universidade Federal de Goiás. Goiânia, GO, Brazil. lvaranda@terra.com.br Correspondence addressed to: ABSTRACT This study was performed with the objectives of identifying the occurrence of headache as the major cause of pain and characterizing the effect headaches have on the everyday activities of nursing undergraduate students. This cross-sectional study was performed at the College of Nursing of the Federal University of Goiás, Goiânia, Brazil, from May to June 2008. Participants included 203 students (mean age 21 years; s.d.=1.8), 48.5% from economic class A. Headaches were the major cause of pain for 34.5% of students; described as being of strong intensity; referred to as throbbing (74.3%), stabbing (62.9%), and causing nausea and/or vomiting (55.7%); with episodes occurring in the afternoon (52.9%), and lasting for several hours a day (51.4%). Factors related to the onset of pain were: studying (17.1%) and stress (11.4 %). The activities most affected were: their capacity to concentrate (84.3%) and their mood (84.3%) (p<0.05). Headaches are less common in the population compared to other country studies, and they affect the students' everyday activities. Descriptors: Headache; Students, nursing; Pain measurement RESUMEN El estudio objetivó verificar la ocurrencia de cefalea como dolor principal y caracterizar tal ocurrencia y el perjuicio derivado en las actividades cotidianas de estudiantes universitarias de enfermería. Estudio transversal, realizado en Facultad de Enfermería de Universidad Federal de Goiás, Goiânia-GO, Brasil, entre mayo y junio de 2008, con 203 estudiantes (edad promedio 21 años; d.p.=1,8), 48,5% de segmento económico A. La cefalea constituyó el dolor principal para 34,5% de estudiantes; de fuerte intensidad; descrita como intermitente (74,3%), con puntadas (62,9%) y náuseas (55,7%); prevaleciendo de tarde (52,9%), durando algunas horas al día (51,4%). Los factores relacionados con el inicio del dolor fueron: los estudios (17,1%) y el estrés (11,4%), y las actividades más perjudicadas: la capacidad de concentración (84,3%) y el humor (84,3%) (p<0,05). La cefalea es menos frecuente en esta población en comparación con otros países, y perjudica las actividades diarias de las estudiantes. Descriptores: Cefalea; Estudiantes de enfermería; Dimensión del dolor INTRODUCTION Headache is a frequent complaint among young students and the losses this pain causes implies disability, educational failure and an average absenteeism rate of 2.8 days/year(1), greater vulnerability to comorbidities(2) and impaired quality of life(3). A consensus exists that women and young adults are the most represented cases(4). International epidemiological studies have investigated the prevalence of headache among college students. At the University of Abomey-Calavi School of Health Science in Cotonou (Benin), Africa(5), the prevalence rate of migraine corresponded to 11.3% (95% CI: 8.2-15.3), significantly higher among female (18.3%) than among male (6.8%) students. In Turkey(6), the prevalence of tension headache among college students amounted to 22.64% and that of migraine to 17.89%, significantly more frequent among women (p<0.0001). At the University Ambrose Alli in Nigeria, the prevalence rate of migraine (according to International Headache Society criteria) equaled 9.6% (10.3% for women and 8.9% for men, p=0.35), causing severe and significant disability for 15.9% of the interviewees(7). In Munich, Germany, 83.1% of students between 14 and 20 years of age mentioned headache, with a higher frequency of female students(8). At the University of Zagreb Medical School, Croatia, the prevalence of migraine was estimated at 8.86% among first-year and 10.90% among sixth-year students, while prevalence rates for tension headache corresponded to 60.13% and 57.69%, respectively(9). Frequency rates were significantly higher among women than among men (p=0.017). At the University of Belgrade, Yugoslavia, 66.8% (n=1943) of students indicated primary headache(10). In Brazil, a study(11) conducted among college students from different courses in Ribeirão Preto, São Paulo State, estimated a 24% prevalence rate for migraine and 32% for tension headache, with lower school productivity levels among students with migraine than among those with tension headache. Other studies conducted in the Brazilian general population appointed 74.1% of headache prevalence in Santa Catarina State(12); 53.2% in the interior of Espírito Santo(13) and 71.3% in Rio Grande do Sul(14). In all studies, women and young adults predominated. In view of this reality and the lack of studies about the theme among Brazilian college students, it was considered important to contribute to knowledge advances on the epidemiology of headache in that population, with a view to knowing the extent of the problem among future nurses and support health services that aim for problem prevention and health promotion in this population. The study aimed to verify the occurrence of headache as the main self-referred pain among female college students in Nursing and to characterize the painful experience and resulting losses in these women's daily activities. METHOD The study was developed at the School of Nursing of Universidade Federal de Goiás (FEN/UFG), located in the city of Goiânia, Goiás State, Brazil, between May and June 2008, after a favorable opinion from the Institutional Review Board at Universidade Federal de Goiás Hospital das Clínicas, in compliance with National Health Council Resolution 196/96. A cross-sectional study was accomplished in the student population (n=250) regularly enrolled in the undergraduate Nursing program (approximately 50 students per year). Students younger than 18 and who were not present in the classroom after three attempts by the researcher and male students (three) were excluded, totaling 203 participants, distributed across the five course years (81.2% of nursing students). The research variables included: occurrence of headache (considered as any pain located in the head), characterized in terms of intensity (measured through the Numerical Scale (NS)(15), ranging from 0 to 10, in which 0 meant no pain and 10 the worst possible pain. Scores from 1 to 4 represented mild pain, 5 and 6 moderate pain and from 7 to 9 strong pain; quality, assessed through the McGill-LF Questionnaire(16), comprising 78 descriptors, distributed in four large groups and 20 subgroups, 11 of which characterized the sensory-distinctive dimension of the painful experience, four the affective-motivational dimension, one the cognitive-evaluative dimension and five the miscellaneous group. Moreover, the time of day was investigated when the pain episode occurred (morning, afternoon and night), the duration of the pain episode (some hours, half of the day, the entire day, part of the week, part of the month and the entire month), the frequency of pain episodes (none, sometimes, frequently, continuously) and the factors related with the emergence of headache (separation from the family, loss of close people, rupture of affective relation, studies, stress, does not know and others). The intensity of the impairment the headache caused in daily activities was measured through a cup scale(17), in which the first cup was equivalent to 0=no impairment; the second to 1=small impairment; the third to 2=moderate impairment; the fourth to 3=great impairment and the fifth to 4=total impairment and the factors related to the emergence of the pain (separation from the family, loss of close people, rupture of affective relation, studies, stress, does not know and others). The participants were characterized according to the socioeconomic class (classified based on the family head's education level and the number of goods owned, according to the Correction Key for Socioeconomic Classification in Brazil, Classes: A1, A2, B1, B2, C1, C2, D, and E - Brazilian Association of Advertisers/Brazilian Association of Market Research Institutes (ABA/ABIPEME)(18), the age (18-20 years, 21-23 years, >= 24 years), the course year the student was attending (1st, 2nd, 3rd, 4th or 5th year); involvement in extracurricular activities (research, community service, monitoring and training programs - yes/no answers) and regular exercising (at least thrice per week - yes/no answers). The female students were contacted in the classroom, at an appropriate time to complete the standardized data collection instrument. They received instructions to locate the main pain felt on body diagrams and then characterize it according to the variables of interest. Data were compiled and analyzed using SPSS 16.0 software, and represented through descriptive central trend measures like mean and median, and dispersion measures (Q1-25% of the ranked sample and Q3-75% of the ranked sample, minimum, maximum and standard deviation). Spearman's correlation test was used for associations between numerical variables and the chi-square test for associations between categorical variables. Significance was set at 5%. RESULTS Among the 203 nursing college students, distributed across the five years of the undergraduate Nursing program, 70 (34.5%) appointed the head as the main pain site. The ages of the women who complained of headache ranged between 18 and 28 years (M=21 years; SD=1.8); 48.5% belonged to economic class A (A1+A2); 65.7% participated in extracurricular activities and only 21.4% exercised regularly (Table 1). Third-year nursing students showed the highest frequency of headache reports (25.7%). The episodes were more frequent in the afternoon period (52.9%), took some hours (51.4%) and were frequent for 40.0% of the students (Table 2). When asked about the factors related with the onset of headache, 54.3% of the students could not inform about these, 17.1% appointed studying and 11.4% stress. The mean pain intensity scores (according to the 0-10 numerical scale) was 7.0 (MIN=2.0; MAX=10; Q1=5.0; Q3= 8.0). According to 45.7% of the students, the pain was classified as strong; 35.7% considered it moderate; 10.0% mild and 8.6% the worst possible pain (Picture 1). Regarding pain quality, the most frequently chosen descriptors (30% or more of the population) were: throbbing (74.3%), jumping (62.9%), sickening (55.7%), tiring (48.6%), tight (38.6%), troublesome (38.6), penetrating (32.9%), heavy (31.4%), nauseating (30.0%) and sensitive (30%), in the four groups (sensory, affective, evaluative and mixed) of the McGill-LF Pain Questionnaire(16). The activities the headache impaired are displayed in Table 3. The proportion of students that indicated impairment in daily activities (concentration ability, mood, relations with other people, cognitive skills, psychomotor skills and accomplishment of practical and assessment activities) due to the headache was greater than that of students who mentioned impairment due to other pain forms. The scores attributed to the intensity of the impairment the pain caused in daily activities, using the cup scale, are displayed in Picture 1. A higher percentage of students (35.7%) attributed score 3 - very large impairment in course subject activities and concentration ability; and 22.0% attributed score 2 - moderate impairment in mood, sleep, accomplishment of practical activities, daily activities, making the best of life and relating with classmates. The correlation between the impairment intensity and headache intensity (Spearman ratio) was weak (r ranged from 0.27 to 0.35), positive and significant for concentration ability (r=0.35; p=0.006); social, leisure and family activities (r=0.31; p=0.010); relation with other people (r=0.32; p=0.006) and ability to make the best of life (r=0.27; p=0.010), indicating the importance of considering pain intensity when assessing the disability. DISCUSSION Epidemiological studies(5-6,8-9) developed in different countries, including Brazil(11), estimated a higher prevalence rate of headache among college students (between 41.0% and 98.3%) than in the present study - 34.5%. This finding may be related to the fact that only the main pain was considered, i.e. the pain that bothered most. In Nigeria, among first to sixth-year medical students, with a mean age of 23.4 years, the prevalence of headache corresponded to 46.0%, significantly more common among women (62.8%)(19). In Turkey, among students in the same course (mean age 21.16 years; sd=2.03), migraine predominated among women(6). In Oman, in the Persian Gulf, high prevalence rates were observed for headache (98.3% at some moment in life and 96.8% in the latest year of life) among 403 college students, with a mean age of 21.9 years; sd=1.9 and a majority of women (62.5%)(20). At the University of Belgrade, Yugoslavia, the prevalence of headache among Medicine and Pharmacy college students between 18 and 28 years of age corresponded to 66.8%(10). In the United States (USA), 17.3% of students indicated headache episodes one or more times per week; 33.6% once or twice per month; 50.9% at least once per month and 49% with low frequencies and greater variation over time. Moreover, 60% of the interviewees affirmed that headache interfered in their habitual activities(4), a higher frequency than in the present study (21.4%) and similar to that in Oman(20), in which 20% of medical students indicated that they were unable to perform daily activities during the pain episodes, which emerged one or more times per month. These data appoint frequent impairments in students' activities, which can result in academic failure and difficulties to make important decisions in professional and personal life. In our study, headache was studied without any reference to the etiological diagnosis. Studies have shown, however, that migraine and tension headache most affect women(6,9-10, 14, 19-20), leading to the hypothesis that these were the two most frequent types of headache among female college students in this study. Moreover, regarding migraine, an association is observed with the hormonal variations women are subject to in their lifetime, especially related to the menstrual cycle(10). Besides, the migraine is described as pounding/throbbing and moderate to severe, similar to the present study findings. In the State of Rio Grande do Sul, Brazil, in a study involving the general population, women displayed four times more headache than men(14). On the other hand, tension headache prevails in individuals with higher education levels, with a prevalence peak around 30-39 years for men and women(21). Regarding factors related to the onset of headache, 17.1% of students appointed studying and 11.4% stress. Among medical students, sleep privation (72.4%), excessively long work hours (57.9%) and lack of rest (52.3%) were the precipitating/aggravating factors of pain(20). In the State of Santa Catarina, Brazil, in an eminently female population, stress (79.7%) and menstruation (61.7%) were the most frequently mentioned triggering factors(12). In Africa, psychological fatigue was the most frequent triggering factor of headache among college students(5). Students in this research described pain qualities through words from the sensory, affective, evaluative and mixed groups of the MPQ-LF. The following were the most frequently chosen: throbbing (74.3%), jumping (62.9%), sickening (55.7%), tiring (48.6%), tight (38.6%), troublesome (38.6), penetrating (32.9%), heavy (31.4%), nauseating (30.0%) and sensitive (30%). In a research conducted at the neurology service of a teaching hospital in the State of Rio de Janeiro, involving 50 episodic tension headache patients (80% female; mean age 32 years), the most frequently chosen pain descriptors were heavy (34%) and tight (30%)(21). Tight was also the word most frequently chosen (70.96%) among students with tension headache and throbbing among students with migraine (87.57%)(6). Among medical students, the most frequent headache descriptors were tight (38.6%) and throbbing (36.1%)(20), similar to the present study findings. Further research is needed to more accurately clarify the description of different headache types. It should be reminded that the MPQ can be used to distinguish painful symptoms(22). The self-referred pain intensity in this study was strong (scores 7, 8, 9) for 45.6% of the students and the worst possible pain (score 10) for 8.6% of them. The pain intensity of headache was also very strong for 11.9% of the medical students in Oman(20). This alerts to the fact that the intensity of headache, independently of age and profession, can be considered very strong, resulting in limitation and disability, as observed in a study in the State of São Paulo, Brazil(11). Moreover, in this study, the correlation between pain intensity and the intensity of impairments in the students' daily activities was positive and significant, support reports about impairments in these activities. Medical students also reported difficulties to complete their daily activities(20). In Turkey, moderate-severe disability was found in two-thirds of migraine students from different courses, associated with educational failure(1). In Nigeria, the disability was moderate-severe for 36.6% of students(19). Regarding the frequency of impairments in the students' daily activities due to the headache, concentration ability and mood (p<0.05), followed by ability to perform daily activities and relationship with classmates, with lower frequency levels. The impact on quality of life and decreased occupational and leisure abilities are well-known factors that have been largely described in literature. Employees from the University of São Paulo at Ribeirão Preto Medical School Hospital das Clínicas in the State of São Paulo said that they avoid driving when in pain (35.1%); some reported about having canceled family (59.9%) and leisure activities (81.2%) due to pain. Eighty-two percent reported that they had to stop doing what they were doing to lie down or that they would like to lie down(3). In this study, the significant correlation between pain intensity and the intensity of impairments for concentration ability, participation in social and leisure activities, relation with other people and ability to make the best of life appoints pain intensity as a possible determinant factor of low productivity and/or quality loss in the results of students' tasks, as observed in a study(11) that involved 1022 Brazilian college students. The present study limitations, related to the population restricted to one single Nursing college and the lack of an etiological diagnosis of the headaches point towards the need for further research, using more representative sample, which permit better knowledge on the headache problem among female Nursing students. The importance of investigating headache in a young and female population is to avoid further unnecessary suffering, reduce comorbidities, start early and adequate treatment and promote health, acknowledging the value of this population as future health professionals. CONCLUSION The prevalence of headache as the main referred pain among female nursing students is lower than the rates found in similar studies. Nevertheless, the subjective pain intensity is classified as very strong/worst possible for most students. In qualitative terms, the pain is described through words from the sensory, affective and evaluative groups of the McGill Pain Questionnaire (MPQ), indicating the multidimensional nature of this experience. The pain episodes preferably emerge in the afternoon, continue for some hours during the day, emerge frequently and are triggered by studying and stress. Headache interferes in the students' daily activities, mainly in their concentration ability and mood, which are fundamental for the learning process. It is highlighted that the elaboration/implantation of preventive health programs should be encouraged with a view to screening for headache cases and forwarding students to specialized care at an early stage, with a view to preventing disease and promoting health in this young population. REFERENCES
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