Objetivo
Conhecer as trajetórias que as mulheres percorrem desde a entrada até à saída de relações de violência exercida por parceiros íntimos (VPI), e identificar as fases do processo de transição.
Método
Utilizou-se um paradigma construtivista com recurso à grounded theory. Salvaguardaram-se as orientações éticas da OMS em matéria de investigação sobre violência doméstica. A análise centrou-se em narrativas de 28 mulheres sobreviventes de VPI, obtidas em entrevistas em profundidade.
Resultados
Referem que as trajetórias percorridas pelas mulheres foram atravessadas por questões de género, (auto)silenciamento, esperança e sofrimento, o que ultrapassou o fim da VPI.
Conclusão
O processo de transição é constituído por quatro fases: entrada - enamora-se e fica aprisionada; manutenção - auto-silencia-se, consente e permanece na relação; decisão de saída - enfrenta o problema e luta pelo resgate; (re)equilíbrio - (re)encontra-se com uma nova vida. Este (longo) processo foi atravessado por querer (e poder) autodeterminar-se.
Violência contra a mulher; Cônjuges; Saúde da mulher; Gênero e saúde; Cuidados de enfermagem