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Programa tutorial acadêmico no curso de enfermagem: o aluno como sujeito do cuidado

EDITORIAL

Programa tutorial acadêmico no curso de enfermagem: o aluno como sujeito do cuidado

As políticas públicas definidas para a educação na área de saúde, fundamentadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), no Sistema Único de Saúde (SUS), precisam ser consolidadas e legitimadas. Para que tal ocorra, é indispensável o implemento do Projeto Político-Pedagógico (PPP). Entendendo-se Projeto Político Pedagógico como uma forma de explicitar os objetivos do curso e orientar as estratégias a serem utilizadas. Desse modo, há necessidade de os cursos investirem na construção de práticas com o objetivo de atender as suas metas e possibilitar a incorporação de novas necessidades. Percebe-se na maioria dos cursos de enfermagem uma lacuna a respeito do atendimento ao aluno, portanto, é importante que neste espaço seja construído um trabalho amplo de instrumentalização não só com os universitários ingressantes, mas também com os veteranos, para que possam assistir a clientela nas mais diferentes situações. Pensando assim, é importante que os cursos utilizem estratégias que propiciem aos alunos conhecimento de seus sentimentos, emoções, fragilidades e potencialidades como questões que devem ser fortalecidas na sua formação para que possam cuidar do cliente sob sua responsabilidade.

Nessa linha de raciocínio, uma das metas de expansão que os cursos de enfermagem podem construir é o Programa Tutorial Acadêmico (PTA). Por quê? Porque este programa poderá ajudar o aluno a se integrar na vida acadêmica por meio da orientação de um professor que o auxiliará a planejar ações que facilitem o seu desempenho acadêmico na Universidade.

Quem poderá fazer isso? O professor-tutor, este deve ser o docente que ministra a disciplina Introdução à Enfermagem, cabendo a ele a responsabilidade pelo planejamento e a execução das atividades que venham a melhorar o desempenho acadêmico e pelo encaminhamento de problemas específicos de ajustamento do universitário, uma vez que a maioria dos alunos ingressantes nas universidades atualmente está na faixa etária de 18 anos e vêm de outras cidades. Também ajudar na integração e na situação de exclusão vivenciada pelos alunos no cotidiano do curso. Consideramos esses problemas como necessidades básicas, que podem se exteriorizar por meio de uma simples falta de adaptação até verdadeiros transtornos emocionais que podem se apresentar de forma latente ou manifesta que reclamam providências. Deve-se considerar o Programa Tutorial Acadêmico como um espaço privilegiado para o atendimento ao aluno no que diz respeito às tarefas cotidianas e terapêuticas e este deve ter como proposta trabalhar dimensões como a da subjetividade, da afetividade, dimensões estas pouco lembradas na relação aluno-professor.

Vale dizer ainda que é importante que cada um de nós realize nossas próprias transformações, investindo em terapias visando a melhorar o relacionamento interpessoal e a comunicação para uma melhor integração com os outros e principalmente com o aluno. Se assim trabalharmos significa que estamos tentando proporcionar ao aluno unir a competência técnica à competência emocional. Dessa maneira, auxiliaremos na consolidação do Projeto Político Pedagógico que é o de formar profissionais críticos, reflexivos, com competência técnico-científica, ético-política e socioeducacional e com capacidade para manter relações intra e interpessoais efetivas, cuidando da coletividade com qualidade, considerando o quadro epidemiológico da região e do País.

Profª DrªFrancisca Lucélia Ribeiro de Farias

Universidade de Fortaleza - UNIFOR

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Mar 2008
  • Data do Fascículo
    Jun 2005
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