O presente artigo apresenta experiências vividas por jovens universitárias que ingressaram pelo sistema de cotas na Universidade de Brasília nos cursos de Engenharia e Ciências Sociais e que apresentam distintas trajetórias de socialização escolar. Analisa as experiências vividas nesses espaços assim como as estratégias diferenciadas no que diz respeito ao enfrentamento do preconceito e da discriminação. Apresenta ainda as avaliações realizadas pelas jovens a respeito da implementação de cotas para estudantes negros nas universidades públicas. Concordamos que não adianta a medida ser justa e estar de acordo com os imperativos da justiça social se ela não produz resultados. As cotas não representam a única forma de luta por reconhecimento e redistribuição, mas refletem a importância e a necessidade de uma modificação mais profunda na gramática dos discursos no interior da universidade e no atendimento das demandas políticas e sociais.
ações afirmativas; universidade; negros e educação; juventude; gênero