Resumo:
Da experiência espiritual da mulher negra em diáspora, surge um pensamento fronteiriço como resposta bíblico-teológica à experiência histórica do racismo. Trata-se de um exercício hermenêutico que assume o imperativo ético e epistemológico da decolonização da teologia e da Bíblia, visto que ambas serviram como “ferro em brasa” para subjugar e desumanizar os povos de origem africana. De um exercício interpretativo a partir do subalterno, desvela-se o protagonismo espiritual da mulher negra no mundo bíblico a fim de revelar as matrizes africanas da fé judaico-cristã. Com isso, anseia-se contribuir para a desconstrução do imaginário eurocêntrico que segue legitimando a dominação e o aniquilamento do outro e, assim, cooperar para a reconstrução de um imaginário despatriarcalizado e antirracista.
Palavras-chave:
Decolonização; Bíblia; mulher negra; sacerdotisa; matriz africana