Resumo:
É possível considerar Luce Irigaray, junto com sua crítica ao caráter falogocêntrico da linguagem, uma pensadora queer? Essa proposta é estranha (queer), pois, por um lado, a hegemonia do construcionismo discursivo de Judith Butler degradou o poder das ideias de Irigaray por meio da alocação espúria de um essencialismo metafísico. Por outro lado, muitas vezes é assumido que o monismo linguístico de Butler constitui o prisma teórico que fundamenta todo o campo dos estudos queer. A conjunção de ambos os motivos impede uma resposta afirmativa à nossa pergunta. Contra eles, este artigo reúne Irigaray com pensadores queer a partir da postulação de uma dimensão ontológica -não essencialista- que envolve a periculosidade do poder gestacional e produtivo de uma alteridade radical no que diz respeito à linguagem.
Palavras-chave:
Luce Irigaray; diferença sexual; negatividade queer; matéria