Resumo:
No contexto da expansão e multiplicação dos discursos feministas na Argentina e em sintonia com transformações produzidas em espaços supranacionais e transnacionais, a prostituição tornou-se uma questão polêmica dentro do movimento. O objetivo deste artigo é explorar e analisar como, na última década, a militância abolicionista da prostituição empregou uma retórica de repugnância para produzir uma narrativa sobre a experiência de fazer comércio sexual. Para isso, usamos a análise de discursos públicos (de livros e fanzines ate apresentações em conferências) produzidos por organizações abolicionistas na Argentina. Por fim, nos perguntamos sobre o lugar que a retórica do nojo poderia ocupar na redefinição e estabilização das hierarquias sexuais do regime sexual contemporâneo.
Palavras-chave:
prostituição; abolicionismo; retórica; emoções; regime de sexualidade