Resumo:
Este artigo tem como objetivo analisar a participação de mulheres no campo médico paulista entre os anos de 1898 e 1930. Para tanto, foram analisados os dois periódicos médicos de maior circulação nesse período: a Revista Médica de São Paulo e os Anais Paulistas de Medicina e Cirurgia. Partindo da análise das fontes, buscou-se refletir de que maneira foram estabelecidas relações entre os discursos sobre gênero, política e ciência na imprensa médica paulista. Nesse sentido, buscamos discutir a inserção profissional das médicas em áreas que, inicialmente, se mostrariam mais permeáveis à presença de mulheres, tais como a benemerência, além da ginecologia, obstetrícia e pediatria. Analisamos também o uso estratégico do recurso ao laboratório - e sua aparente neutralidade - no momento em que essas profissionais tentaram adentrar outras áreas e defrontar os tabus vinculados ao contanto com corpos masculinos.
Palavras-chave:
Gênero; revistas médicas paulistas; médicas; Primeira República; história das ciências