Resumo:
Neste artigo, analisamos a construção de representações sobre lesbianas e lesbiandade no discurso médico-legal brasileiro dos anos de 1930, com o intuito de identificar quais sentidos foram empregados na produção dessas sujeitas sexuais. Para isso, selecionamos o relato do relacionamento de duas lesbianas de Salvador, na Bahia, presente no livro A Inversão dos Sexos (1935), do médico Estácio de Lima, tendo em vista o poder/saber disciplinar e burguês que embasava miradas patológicas sobre os corpos não cisheterossexuais e a intersecção de marcadores de desigualdade no período. Como técnica de pesquisa, empregamos alguns operadores da análise de discurso (AD) de vertente francesa.
Palavras-chave:
lesbiandade; gênero; mulher; discurso médico; interseccionalidade
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Fonte: Lima (1935).#PraTodoMundoVer A imagem em preto e branco representa Vivi em sua casa, em Salvador. Ela/ele está de calça formal, blusa de botão e cinto destacado, roupas que lhe agradavam e serviam para sua identificação social. Traz os cabelos curtos em corte masculino, tem um semblante sério e está em pé encostada(o) numa parede, ao lado de um grande abajur.
Fonte: Lima (1935).#PraTodoMundoVer A imagem em preto e branco representa Amelinha em sua casa, sentada em uma cadeira de lateral elegante, com um corte de cabelo bem próximo à cabeça, estilo la garçonne, corte associado, à época, às mulheres modernas. Ela está maquiada, porta um colar de pérolas destacável, roupa branca e segura rosas nas mãos. Vivi está presente no plano de fundo, numa espécie de bricolagem.