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O binarismo à deriva: as sexualidades performáticas de “Gêneros incríveis”

DUQUE, Tiago. . Gêneros Incríveis: um estudo sócio-antropológico sobre as experiências de (não) passar por homem e/ou mulher . Campo Grande: EDUFMS, 2017.

“É mais fácil ser do que explicar o que se é.” (Tiago DUQUE, 2017DUQUE, Tiago. Gêneros Incríveis: um estudo sócio-antropológico sobre as experiências de (não) passar por homem e/ou mulher. Campo Grande: EDUFMS, 2017., p. 69) Com essa sentença de um de seus interlocutores, Tiago Duque começa, de modo sensível, a apresentar ao/à leitor/a os seus sujeitos e o seu campo de pesquisa. Os diferentes regimes de passabilidade por ele analisados rompem a barreira do abjeto - na melhor acepção butleriana - e enlevam o/a leitor/a por meio da reflexão sobre a complexa experiência em passar (ou não) por homem ou por mulher. Raça e classe, sexualidade e gênero, corpos e performances são discutidos no sentido de compreender os diferentes matizes que assumimos, como humanos, diante da articulação de distintos marcadores sociais da diferença.

O livro Gênero Incríveis... é resultado da tese de doutoramento do autor, defendida na UNICAMP em 2013, sob orientação de Karla Bessa, e lançado pela Editora UFMS no ano de 2017. A interpretação socioantropológica de Duque é perspicaz, minuciosa e está calcada sob as luzes dos debates atuais da Teoria Queer, configurando-se como uma obra referencial entre a gama dos estudos sobre a questão trans e seus regimes de visibilidade.

Sua justificativa de “abandonar” a hipótese inicial de suas reflexões, circunscritas na expectativa de existência de um “armário trans”, partiu da constatação que se restringia a um binarismo masculino-feminino desconexo das dinâmicas de gênero e sexualidade que, aparentemente, regulavam o regime de passar por de travestis adolescentes que pesquisou em Montagens e Desmontagens: desejo, estigma e vergonha entre travestis adolescentes (Tiago DUQUE, 2011DUQUE, Tiago. Montagens e Desmontagens: desejo, estigma e vergonha entre travestis adolescentes. São Paulo: Anablume, 2011.).

Desse modo, o livro procura, nas palavras do autor, “buscar experiências identitárias, envolvendo gênero e sexualidade que têm sido comumente estudadas em separado” (DUQUE, 2017DUQUE, Tiago. Gêneros Incríveis: um estudo sócio-antropológico sobre as experiências de (não) passar por homem e/ou mulher. Campo Grande: EDUFMS, 2017., p. 18). Para isso, recorre ao conceito de passabilidade analisado como uma vivência, um regime de visibilidade experimentado por seus/suas interlocutores/as1 1 Residentes na cidade de Campinas - SP. . O conceito de passar por elaborado por Duque é uma alternativa ao conceito de armário de Eve Kosofsky Sedgwick (2007SEDGWICK, Eve Kosofsky. “A Epistemologia do Armário”. Cadernos Pagu, n. 28, p. 19-54, 2007.), pois analisa em termos da ordem sexual/social histórica e contextual que afirmam ou não serem apontadas como pessoas que passam por homem ou passam por mulher.

Pensar a performatividade tanto de gênero quanto da sexualidade a partir do conceito êmico de “passar por”, permite afastar as costumeiras implicações causais entre os dois âmbitos. É uma forma de superar o discurso da diferença sexual tão recorrente que acabou por estabelecer uma falsa premissa que naturaliza e essencializa os comportamentos ditos femininos e masculinos2 2 Anne Fausto-Sterling (2001) analisa os “supostos subjacentes”, dualismo em duelo, que recaem sobre a natureza física do corpo como a raça e o sexo. . Assim, para Duque, a própria heterossexualidade é performática. O passar por (homem/mulher) é uma dessas práticas que transcorre em determinados contextos e temporalidades em que o reconhecimento da suposta normalidade de gênero e sexualidade demarca um continuum normatizador.

Sobre esse aspecto Duque se filia ao pensamento de Judith Butler (2014BUTLER, Judith. “Regulações de Gênero”. Cadernos Pagu, n. 42, p. 249-274, 2014., p. 252), para quem a norma “não é o mesmo que uma regra, e não é o mesmo que uma lei”. E a forma que ela opera, transita dentro de padrões que, a partir das interlocutoras do autor, ganham forma e inteligibilidade, provando que tornar essas normas explícitas exige não apenas rigor teórico, mas também a argúcia e sensibilidade de um bom etnógrafo.

Do ponto de vista metodológico, Gêneros Incríveis... distancia-se das tradicionais correntes de pensamento que sistematizam suas análises de gênero e sexualidade a partir de teorias sobre opressão e libertação que acabam por sedimentar conceitualmente ideias de sujeitos e sexualidades intransitivas. Vemos na obra, então, uma confluência que interseciona a teoria feminista, os estudos foucaultianos, queer e pós-coloniais a partir de autores como Joan Scott (1989SCOTT, Joan. “Gender: a Useful Category of Historical Analyses”. Gender and the Politcs of History. New York: Columbia University Press, 1989.), Gayle Rubin (2017RUBIN, Gayle. Políticas do sexo. Trad. de Jamille Pinheiro Dias. São Paulo: Ubu Editora, 2017.), Michel Foucault (2013FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade: A vontade de Saber. Trad. de Maria Thereza da Costa Albuquerque. São Paulo: Paz e Terra, 2013.), Judith Butler (2011BUTLER, Judith. “Vida Precária”. Contemporânea, v. 1, n. 1, p. 13-33, Jan-Jun 2011.) e Eve Sedgwick (2007SEDGWICK, Eve Kosofsky. “A Epistemologia do Armário”. Cadernos Pagu, n. 28, p. 19-54, 2007.). Nas palavras de Duque (2017DUQUE, Tiago. Gêneros Incríveis: um estudo sócio-antropológico sobre as experiências de (não) passar por homem e/ou mulher. Campo Grande: EDUFMS, 2017., p. 47),

a filiação desta pesquisa a uma rede que envolve as perspectivas feminista, foucoultiana e desconstrutivista se dá via o entrelaçamento oferecido pelas inovações que estes estudos suscitaram no contexto estadunidense a partir do final dos anos de 1980, ou seja, a Teoria Queer.

Além disso, Tiago Duque inclui nas tramas de sua “rede” autores brasileiros e ou brasilianistas que, apesar de não se autoproclamarem teóricas queer, produziram/produzem reflexões referenciais para compreensão das questões de gênero e sexualidade identificados com uma vertente que hoje poderíamos chamar de pós-estruturalista, como é o caso de Carmem Dora Guimarães (2004GUIMARÃES, Carmen Dora. O homossexual visto por entendidos. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.), Peter Fry (1982FRY, Peter. “Homossexualidade masculina e cultos afro-brasileiros”. In: FRY, Peter. Para inglês ver: identidade e política na cultura brasileira. Rio de Janeiro: Zahar, 1982, p. 54-86.) e Néstor Perlongher (1987PERLONGHER, Nestor. O negócio do michê. A prostituição viril. São Paulo: Brasiliense, 1987.).

Paralelo às teorias evocadas pelo autor em seu estudo, não deixaram de figurar também as demandas apontadas pelo campo, em que foi essencial compreender elementos da pesquisa a partir de reflexões sobre história e sociologia da moda. Análises documentais, de imagens midiáticas e as experiências etnográficas em diferentes espaços de sociabilidades foram recursos não só necessários, como também expostos de maneira precisa em sua narrativa.

Ao contrário do que se denota, a “rede” de Duque não pode ser equiparada a um mosaico. Seus conceitos habilmente aplicados a um campo sinuoso, performático e avesso a denominações simplistas, mostram uma preocupação genuína em apreender vidas, identidades e sexualidades que teriam seu entendimento pulverizado ao serem submetidos arbitrariamente a teorias usuais de gênero e sexualidade.

As oito interlocutoras3 3 Todas as referências às interlocutoras serão no gênero feminino. da pesquisa foram escolhidas por suas experiências de passabilidade. É interessante observar que as próprias indicações dessas interlocutoras não deixaram de despertar a inquietação do autor. Ele observa que no próprio olhar do grupo pesquisado, “a fluidez é muito pouco percebida ou reconhecida [...]. Eles [as interlocutoras] não se colocaram em dúvida em classificar o outro.” (DUQUE, 2017DUQUE, Tiago. Gêneros Incríveis: um estudo sócio-antropológico sobre as experiências de (não) passar por homem e/ou mulher. Campo Grande: EDUFMS, 2017., p. 72).

O perfil das interlocutoras é bastante diverso: de um homem transexual hetero ainda em transformação a uma mulher transexual lésbica. Morganas, Mendes e Rafaéis ganham voz durante sua etnografia. E é com essas vozes que Duque se “trans-forma” em nosso guia pelos rizomas pós-estruturalistas - na melhor acepção deleuzianaDELEUZE, Gilles; GUATARRI, Félix. Mil Platôs (Capitalismo e Esquizofrenia) - Vol. 1. São Paulo: Ed. 34, 1995. - buscando sempre observar os princípios de conexão e heterogeneidade do mundo de suas interlocutoras.

A partir dos relatos coletados em sua pesquisa, emergem categorias ancoradas nas raças, nas classes, nos gêneros, nas sexualidades subalternas e nas diferentes temporalidades em que se marcam as experiências identitárias de cada uma. A delicada performance andrógina de André - uma de suas interlocutoras - e sua recusa em se enquadrar nos parâmetros de passabilidade identificados nas experiências vividas por Mende. O desconcertante “eu não sei onde me encaixo” de Ricardo, homem trans bissexual, outra de suas interlocutoras. A parcimônia indumentária de Morgana, que, segundo ela, pela sua idade e pelas restrições impostas por sua condição de desempregada, tem que refletir sobre o tipo de mulher que deseja ser.

Esses marcadores sociais da diferença, apesar de parecerem óbvios quando narrados em síntese, escondem um complexo padrão de poder que disciplina corpos, molda comportamentos e sedimenta subjetividades. Aí, talvez, resida o maior mérito do ensaio socioantropológico de Duque: exprimir de maneira clara como esses padrões objetificam plasticamente os sujeitos, reificam uma normatividade artificial de sexo e de gênero e articulam com outras formas de experiência no espaço e no tempo capazes de alocar esses “corpos abjetos” num patamar inferior de vida em sociedade.

Dando continuidade à etnografia dos regimes de passabilidade, o autor, no terceiro capítulo do livro, analisa os processos de edificar o corpo passável. As intervenções médicas, o discurso jurídico, o espaço em que esses corpos atuam e as feminilidades e as masculinidades dos corpos projetados pela mídia propiciam um fértil campo de análise para as diferentes conformações dos regimes de passabilidade experimentados pelas entrevistadas. O contato de algumas interlocutoras com o uso de fármacos (hormônios sintéticos) e os desdobramentos da abordagem das práticas médicas na construção do corpo são apresentados, seja pelo relato intrigante de Rafael, seja por seu hábito de anotar no verso das embalagens de testosterona injetável que utilizou, o resultado das aplicações em sua aparência.

Outro aspecto importante identificado pelo autor em seu trabalho é como os diferentes espaços de sociabilidade e as projeções da mídia sobre corpos passáveis integram esse emaranhado de significações experimentados pelas interlocutoras da pesquisa. Esses processos de significação observados na experiência de “passar por” (ou não) de suas interlocutoras não abre mão da materialidade. E são essas marcas encontradas em seu campo que se tornaram profícuos para compreender os marcadores sociais da diferença que medeiam a construção das subjetividades trans: medicina, direito, espaços sociais e ideais de beleza se conectam por formas dificilmente imaginadas. Nas palavras do autor “para saber o que são os corpos, é preciso atentar para o mundo que eles indicam estar para além deles mesmos” (DUQUE, 2017DUQUE, Tiago. Gêneros Incríveis: um estudo sócio-antropológico sobre as experiências de (não) passar por homem e/ou mulher. Campo Grande: EDUFMS, 2017., p. 72). A essa perspectiva, sobram méritos.

Para além da importância do corpo e da imagem que ele projeta, outro tema esmiuçado no livro é a interação simbiótica que esses elementos têm com o comportamento. Para Duque, o corpo, a imagem e o comportamento integram a mesma realidade. Sem compreender essa intrincada relação entre os três, não seria possível, segundo o autor, formular uma análise precisa sobre essas experiências de passabilidade.

Assim, uma ideia elaborada sobre o vestuário - sua conformação com o corpo e o comportamento que resulta ou não em uma imagem bela e, consequentemente, viabiliza (ou não) a experiência de passar por - aparece como um marco fundamental para mapear os sinuosos enlaces que as roupas, entendidas como uma “moldura do corpo” permitem (ou não) uma passabilidade para quem as usa e no contexto que se usa4 4 Guilherme Rodrigues Passamani (2015) apresenta como a dimensão da vestimenta é importante para alguns de seus interlocutores na pantanal-MS a fim de melhor se comportarem diante dos distintos regimes de visibilidade presentes na região. .

Tomemos como outro exemplo, as reações que a imagem pouco usual de Lelé - outra interlocutora de Duque - provoca nas pessoas. Quando se monta, misturando tudo o que tem em casa para os seus shows, ela destoa do ideal de beleza que é objetivado por muitos. Nesse sentido, segundo Duque, o projeto de criar uma imagem associada ao que é feio também compõe uma condição de não passabilidade que corrobora à associação corpo-imagem-comportamento como bases de performatividades determinantes para passar (ou não) por. Mais uma vez, é demonstrado como os marcadores sociais da diferença interagem na construção desses referenciais de passabilidade. Num contexto em que corpos jovens, brancos, atléticos, cobertos por vestimentas da moda emergem como um padrão a ser seguido, observa-se que os ideias de beleza são profundamente assinalados por cor, geração, raça, classe, gênero, entre outros.

A experiência de não passar por relatada por algumas entrevistadas durante sua pesquisa, também é analisada a partir dos referenciais de passabilidade calcados no conjunto corpo-imagem-comportamento: a recusa de algumas de suas interlocutoras em não se adequar a esses requisitos de passabilidade (seja ela pautada em condições de classe, gênero, raça/cor) se manifesta através de uma atitude política. Ser alguém não passável é, para muitos/as de suas interlocutoras, uma forma de se mostrar como uma pessoa respeitável, corajosa, única e especial.

Dessa forma, nas palavras do autor,

As experiências de Lelé, Mende e também de Morgana demonstram que o passar por, ou não passar por, conforme os contextos de interação, é uma possibilidade de conquistar menor exposição a situações de violência e também uma forma de galgar reconhecimento a despeito da condição de classe (DUQUE, 2017DUQUE, Tiago. Gêneros Incríveis: um estudo sócio-antropológico sobre as experiências de (não) passar por homem e/ou mulher. Campo Grande: EDUFMS, 2017., p. 110).

A etnografia de Duque utiliza a vida de suas interlocutoras para tornar viva sua “rede”. O antropólogo competente não deixa transparecer o militante engajado há mais de 20 anos em causas de travestis e transexuais, o que aqui é um bônus a qualificar a originalidade de sua análise.

“Eu quero ser entendida, entendeu?” (DUQUE, 2017DUQUE, Tiago. Gêneros Incríveis: um estudo sócio-antropológico sobre as experiências de (não) passar por homem e/ou mulher. Campo Grande: EDUFMS, 2017., p. 138). É assim que o pesquisador encaminha o final do livro. Trata-se de uma recomendação do campo, impondo uma tarefa quase pedagógica ao/à pesquisador/a ou a qualquer pessoa que tenha se aventurado no complexo universo que Tiago Duque submergiu. Também poderia ser aplicada como uma metáfora que melhor traduziria os embates da Teoria Queer trazidos à baila nos estudos de gênero e sexualidades, a partir de um profícuo conflito epistemológico com feminismos e estruturalismos hegemônicos no campo que delegaram uma condição subalterna a experiências de vida que transcorrem em matrizes de inteligibilidade que rechaçam o binário naturalizado e essencializado. Esse triunfo queer nos estudos de gênero e sexualidades - narrado por redes tecidas pela delicadeza interpretativa - que reside toda a grandeza desses Gêneros Incríveis... generosamente apresentados por Tiago Duque.

Referências

  • BUTLER, Judith. “Regulações de Gênero”. Cadernos Pagu, n. 42, p. 249-274, 2014.
  • BUTLER, Judith. “Vida Precária”. Contemporânea, v. 1, n. 1, p. 13-33, Jan-Jun 2011.
  • DELEUZE, Gilles; GUATARRI, Félix. Mil Platôs (Capitalismo e Esquizofrenia) - Vol. 1. São Paulo: Ed. 34, 1995.
  • DUQUE, Tiago. Gêneros Incríveis: um estudo sócio-antropológico sobre as experiências de (não) passar por homem e/ou mulher Campo Grande: EDUFMS, 2017.
  • DUQUE, Tiago. Montagens e Desmontagens: desejo, estigma e vergonha entre travestis adolescentes São Paulo: Anablume, 2011.
  • FAUSTO-STERLING, Anne. “Dualismos em Duelo”. Cadernos Pagu, n. 17/18, p. 9-79, 2001.
  • FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade: A vontade de Saber Trad. de Maria Thereza da Costa Albuquerque. São Paulo: Paz e Terra, 2013.
  • FRY, Peter. “Homossexualidade masculina e cultos afro-brasileiros”. In: FRY, Peter. Para inglês ver: identidade e política na cultura brasileira Rio de Janeiro: Zahar, 1982, p. 54-86.
  • GUIMARÃES, Carmen Dora. O homossexual visto por entendidos Rio de Janeiro: Garamond, 2004.
  • PASSAMANI, Guilherme R. Batalha de Confete no “Mar de Xarayés”: condutas homossexuais, envelhecimento e regimes de visibilidade 2015. Tese (Doutorado em Ciências Sociais). - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil.
  • PERLONGHER, Nestor. O negócio do michê. A prostituição viril São Paulo: Brasiliense, 1987.
  • RUBIN, Gayle. Políticas do sexo Trad. de Jamille Pinheiro Dias. São Paulo: Ubu Editora, 2017.
  • SCOTT, Joan. “Gender: a Useful Category of Historical Analyses”. Gender and the Politcs of History New York: Columbia University Press, 1989.
  • SEDGWICK, Eve Kosofsky. “A Epistemologia do Armário”. Cadernos Pagu, n. 28, p. 19-54, 2007.
  • 1
    Residentes na cidade de Campinas - SP.
  • 2
    Anne Fausto-Sterling (2001FAUSTO-STERLING, Anne. “Dualismos em Duelo”. Cadernos Pagu, n. 17/18, p. 9-79, 2001.) analisa os “supostos subjacentes”, dualismo em duelo, que recaem sobre a natureza física do corpo como a raça e o sexo.
  • 3
    Todas as referências às interlocutoras serão no gênero feminino.
  • 4
    Guilherme Rodrigues Passamani (2015PASSAMANI, Guilherme R. Batalha de Confete no “Mar de Xarayés”: condutas homossexuais, envelhecimento e regimes de visibilidade. 2015. Tese (Doutorado em Ciências Sociais). - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil.) apresenta como a dimensão da vestimenta é importante para alguns de seus interlocutores na pantanal-MS a fim de melhor se comportarem diante dos distintos regimes de visibilidade presentes na região.
  • Paulo Roberto Lucca (domlucca@gmail.com) possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2004). Atualmente é Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, com atuação direta nos serviços públicos destinados ao gerenciamento da malha fundiária estadual. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Faculdade de Ciências Humanas (FACH) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Pesquisador do Núcleo de Estudos Néstor Perlongher - Cidade, Geração e Sexualidade (CNPq/UFMS). ORCID: http://orcid.org/0000-0002-0057-7331
  • Guilherme Rodrigues Passamani (grpassamani@gmail.com) é doutor em Ciências Sociais (UNICAMP), mestre em Integração Latino-Americana (UFSM), graduação em Ciências Sociais e História (UFSM) e professor do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Autor dos livros O arco-íris (des)coberto (EdUFSM, 2009) e Na batida da concha: sociabilidades juvenis e homossexualidades reservadas no interior do Rio Grande do Sul (EdUFSM, 2011). Coordenador do Núcleo de Estudos Néstor Perlongher - Cidade, Geração e Sexualidade (CNPq/UFMS)

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Set 2018
  • Data do Fascículo
    2018

Histórico

  • Recebido
    26 Out 2017
  • Aceito
    19 Mar 2018
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