Baseado em pesquisa qualitativa numa escola pública de ensino fundamental de São Paulo, o artigo discute os critérios de avaliação escolar das professoras, apontando em que medida suas opiniões sobre masculinidade e feminilidade interferiam em seus julgamentos e o que era mais valorizado no comportamento de meninas e meninos. Conclui pela urgência de promover essa reflexão no campo educacional, pois, se já eram marcantes em sistemas de avaliação mais formalizados, com testes, atribuição de notas e organização da escola em séries, as hierarquias de gênero parecem tornar-se mais poderosas nas chamadas avaliações de processo, em curso na maioria das escolas brasileiras, a partir do sistema de ciclos.
ensino fundamental; avaliação; relações de gênero; fracasso escolar