Resumo
Historicamente, os ícones dos movimentos sociais foram tratados como párias pelas estruturas de controle social. Quando defensores de direitos humanos violam normas injustas para promover direitos, suas nobres causas parecem não se encaixar na noção de “desvio” advinda do senso comum, o que impõe algumas reflexões. Quando ativistas infringem normas para defender direitos humanos, como suas condutas se inserem na moldura legal de crime? Como as pessoas percebem suas ações e por quê? Este artigo tem como objetivo abordar essas questões, a partir do estudo de caso de defensores de migrantes na Hungria. Abordando fenômenos como estigmatização e criminalização, o artigo apresenta as figuras de desvio positivo, supranormalidade e estigmatização funcional como alternativas às perspectivas tradicionais.
Palavras-chave
defensores de pessoas em mobilidade; estigmatização functional; criminalização; desvio positive; supranormalidade