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Por que a China do início da idade moderna não conseguiu fazer a transição para o capitalismo?

RESUMO

Neste artigo, lançamos a seguinte pergunta: por que a China do Início da Idade Moderna não conseguiu fazer a transição para o capitalismo, tal como viemos a conhecê-lo no Ocidente? Embora a China estivesse à altura da Europa em características econômicas chave - comercialização e comodificação de bens, terra e trabalho - até o século XVIII, nós sugerimos que ela não embarcou em uma trajetória de acumulação capitalista por causa do “Fato do Império”. Carecendo do nível de dificuldades fiscais encontradas na Europa do Início da Era Moderna, a China Imperial não precisou taxar pesadamente os comerciantes e os notáveis; portanto, ela não precisou negociar direitos e obrigações com a classe mercantil. De forma mais inovadora, também propomos que a relativa falta de dificuldades fiscais na China militou contra o desenvolvimento de uma “simbiose virtuosa” entre a taxação, a monetização da economia e a dívida pública. Falamos em “simbiose virtuosa” porque foi, essencialmente, a mobilização dos recursos sociais - via dívida pública e impostos - em prol da manutenção de uma força militar o que criou as primeiras grandes oportunidades para os comerciantes e banqueiros acumularem uma riqueza sem precedentes.

PALAVRAS-CHAVE:
China Imperial; Capitalismo; Europa do Início da Idade Moderna; Fernand Braudel; José Luís Fiori

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