RESUMO
Munido do conceito bourdieusiano de campo, este artigo toma a avaliação da Capes sobre os programas de pós-graduação como expressão das contínuas disputas em torno da definição mesma daquilo que constitui a Economia. Baseando-se em extensa análise documental, demonstra-se como os critérios de avaliação são marcadamente excludentes. Por um lado, incentivam-se as pesquisas filiadas aos pressupostos do liberalismo neoclássico, postos à prova por modelos econométricos, em linha com a agenda de pesquisa predominante nas escolas norte-americanas; por outro, punem-se as demais e mais variadas abordagens teóricas, metodológicas e temáticas possíveis, desencorajando-se os estudos de questões próprias às nossas realidades locais.
PALAVRAS-CHAVE:
Avaliação da Capes; pós-graduação; ortodoxia neoclássica; economia heterodoxa