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Uma avaliação formal da teoria e da política novo desenvolvimentista

RESUMO

Desenvolvemos uma estrutura formal que endogeneiza a estrutura produtiva de uma pequena economia periférica aberta como o resultado de um problema de escolhas técnicas. Em seguida, examinamos as principais teses teóricas e prescrições políticas da abordagem neodesenvolvimentista do desenvolvimento econômico. Argumentamos que: a) não apenas o padrão de especialização depende das condições técnicas, mas também da distribuição de renda; b) numa economia sem rendas, o nível do rácio do salário nominal-taxa de câmbio é determinado univocamente quando a taxa de lucros é conhecida e mostra uma relação inversa com a mesma; c) se as rendas diferenciais forem consideradas, o nível da taxa de lucros pode ser estabelecido independentemente do rácio do salário monetário; d) o nível da taxa de câmbio que garante a rentabilidade normal do setor primário não precisa coincidir com a taxa de equilíbrio em conta-corrente; e) a taxa de câmbio efetiva não precisa gravitar em torno de nenhum desses dois níveis anteriores, que devem ser vistos como limiares mínimos da taxa efetiva; f) as consequências distributivas desagradáveis da depreciação da taxa de câmbio podem ser parcialmente evitadas por meio de impostos de exportação que não elevam os custos de produção de commodities primárias.

PALAVRAS-CHAVE:
conflito distributivo; doença holandesa; política cambial; novo desenvolvimentismo; padrões de especialização

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