RESUMO
Este artigo é um relato do processo intelectual que levou, no início dos anos 80, à definição de uma nova teoria econômica - a teoria da inflação inercial - e à proposta de políticas heterodoxas para lidar com esse tipo de inflação alta e crônica, que, em termos de intensidade, permanece entre inflação moderada ou usual e hiperinflação. A teoria diz que esse tipo de inflação é a consequência de ajustes de preços escalonados. Os agentes econômicos estão envolvidos em um processo interminável de equilibrar e desequilibrar os preços relativos, acompanhando a inflação em curso, indexando formal ou informalmente seus preços. Para combater esse tipo de inflação, políticas fiscais e monetárias ortodoxas ou convencionais são insuficientes. Além disso, é necessário adotar um mecanismo heterodoxo que neutralize a inércia, possibilitando parar a inflação. Faz parte de um livro em preparação, onde o autor relata sua experiência como ministro das Finanças do Brasil em 1987.
PALAVRAS-CHAVE:
Inflação; inflação inercial; história do pensamento econômico; estabilização