Theories of financialization of non-financial corporations: a critique

Cipolla, Francisco Paulo; Giussani, Paolo

doi:10.1590/0101-31572022-3160

Francisco Paulo Cipolla

Professor do Departamento de Economia da UFPR - Universidade Federal do Paraná, Curitiba/PR, Brasil. E-mail: cipolla@ufpr.br

** O autor agradece bolsa de Estágio Sênior outorgada pela CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal e Ensino para realização, durante o período 2014-2015, de pesquisa intitulada Crítica das Teorias da Financeirização da qual resultou este artigo.

http://orcid.org/0000-0002-7380-4662

Paolo Giussani

Economista independente radicado em Milão. Paolo Giussani foi, generosamente, meu orientador de fato durante a realização de meu Estágio Sênior na Université Panthéon Sorbonne - Paris I, França durante os anos de 2014 e 2015

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Paolo faleceu no dia 13 de janeiro de 2020, com este artigo em mãos, antes, portanto, de ter-me enviado o seu feedback. O que ora submeto tem os méritos de sua generosa e profunda orientação. Os defeitos que ficaram são, portanto, de minha inteira responsabilidade.

Autores	Razões da crescente atividade financeira das empresas não financeiras
Escola da Monthly Review	Os lucros não podem ser reinvestidos pois os monopólios criam excesso de capacidade. Os lucros são canalizados para a esfera financeira onde fazem aumentar o preço dos ativos financeiros causando bolhas especulativas (Magdoff e Sweezy 1987Magdoff, H. e Sweezy, P.M. (1987). Stagnation and the financial Explosion. New York: Monthly Review Press., p. 104)
David Harvey	Com o neoliberalismo, a barreira sindical e salarial à rentabilidade do capital foi substituída pela barreira do subconsumo. A deficiência de demanda foi compensada pela compra de capital fictício criado pelos bancos sobre a base do endividamento das famílias e do próprio sistema financeiro.
Michel HussonHusson, M. (2008). Un Pur Capitalisme. Paris: Editions Page Deux.	O aumento da taxa de exploração do trabalho levou a uma recuperação da taxa de lucro, mas sem um correlato aumento da taxa de acumulação. A tesoura entre as duas taxas é a medida do grau de financeirização. Ante a falta de oportunidades rentáveis de investimento os lucros passaram a ser distribuídos como dividendos.
Kliman	O neoliberalismo não logrou recuperar a queda na lucratividade ocorrida no pós-guerra. Isso levou os capitais a optarem por investimentos especulativos de maior retorno.

Autores	Razões da crescente atividade financeira das empresas não financeiras
Stockhammer	O interesse dos gerentes no crescimento da empresa foi soprepujado pelo interesse das instituições financeiras na maior distribuição de dividendos. Assim, as instituições financeiras impuseram às empresas não financeiras uma gestão que privilegia a distribuição do lucro em detrimento do crescimento.
Lazonick	O alinhamento do interesse dos administradores com os interesses dos acionistas levou a tomadas de decisão em prol do interesse próprio dos administradores. Assim, uma proporção considerável dos lucros é canalizada para a recompra de ações e uma proporção menor para os investimentos.
Crotty	A diminuição da demanda devido ao aumento da concorrência e à redução da parcela salarial se somou à pressão das instituições financeiras por maiores pagamentos de dividendos. A gestão das empresas não financeiras se adaptou a essa pressão pela via do alinhamento do interesse dos gerentes aos interesses do mercado financeiro.
Duménil e Lévy	O restabelecimento da hegemonia financeira com o neoliberalismo levou a um aumento dos pagamentos de juros e dividendos. Apesar da recuperação da taxa de lucro, taxa de lucro retido diminuiu causando uma queda no crescimento (D&L 2004, p. 76-77). Ademais, a mais alta rentabilidade das finanças em relação ao setor produtivo levou a uma migração de capitais para o setor financeiro.

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Paolo faleceu no dia 13 de janeiro de 2020, com este artigo em mãos, antes, portanto, de ter-me enviado o seu feedback. O que ora submeto tem os méritos de sua generosa e profunda orientação. Os defeitos que ficaram são, portanto, de minha inteira responsabilidade.

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Theories of financialization of non-financial corporations: a critique

ABSTRACT