RESUMO
Este artigo enfatiza a pertinência dos conceitos de moeda indexada, bem como de liquidez excessiva de ativos financeiros, para a análise de programas de estabilização no Brasil. O autor critica a análise de A. C. Pastore, que enfatiza os problemas associados à chamada “zeragem automática” (financiamento automático das posições overnight das instituições financeiras pelo Banco Central do Brasil ao longo dos anos 80). Argumenta-se aqui que a “fuga” de investidores de certos ativos financeiros deve ser entendida como aumentos no número de transações, e não apenas como uma maior demanda por moeda, uma vez que os fundos retirados retornam aos bancos de uma só vez e os saques podem ser realizados. mesmo quando indesejados pelo Banco Central. Este artigo insiste nas dificuldades trazidas pela combinação de uma quantia alta de quase-dinheiro com pressões fiscais e cambiais que são fortemente expansionistas, incluindo pressões decorrentes do serviço da dívida pública, e sugere que tais dificuldades podem ter levado o Banco Central a fornecer financiamento automático, conforme mencionado.
PALAVRAS-CHAVE:
Inflação; banco central; estabilização