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O Modelo de Racionamento de Crédito e a Política Monetária Novo-Keynesiana: Uma Análise Crítica* * Este artigo faz parte do Projeto de Estudos da Moeda e do Sistema Financeiro, desenvolvido no Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ), com apoio do CNPq.

The Credit Rationing Model and the Novo-Keynesian Monetary Policy: A Critical Analysis

RESUMO

O artigo discute e critica o modelo de racionamento de crédito (CRM) e seu uso para apoiar a abordagem nova-Keynesiana da política monetária. Após analisar o funcionamento do modelo nas diferentes fases do ciclo de negócios, conclui-se que: (i) na fase ascendente, o equilíbrio do racionamento da demanda - que é uma condição para a recomendação da política monetária anticíclica no âmbito do CRM - não é plausível como um fenômeno macroeconômico, mas apenas no nível microeconômico; (ii) na fase descendente, embora o racionamento da demanda seja um equilíbrio plausível, não ocorre pela razão alegada pelo CRM (rigidez da taxa de juros), nem atua a favor do mecanismo de transmissão da política monetária. Essas conclusões implicam a rejeição do CRM como base teórica para a análise da política monetária, bem como da nova abordagem Keynesiana sobre esse tema. Finalmente, argumenta-se que, no nível macroeconômico, a contribuição teórica única do CRM é justificar intervenções “verticais” do governo nos mercados financeiros, por meio de políticas de financiamento para setores ou projetos cujos riscos são mais difíceis de estimar, notadamente, em infraestrutura. setores de infraestrutura, P&D e novas tecnologias.

PALAVRAS-CHAVE:
Modelo de racionamento de crédito; política monetária; política anticíclica; mercado de crédito

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