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Consumo social e crescimento redistributivo: Notas para se pensar um modelo de crescimento para o Brasil* * Este trabalho corresponde à palestra ministrada no II Congresso Internacional do Centro Celso Furtado, sob o título Consumo (social) e Crescimento (redistributivo), na mesa "Consumo de Massas e Crescimento na América Latina", coordenada por Carmem Feijó, ocorrido entre 18 e 20 de agosto de 2014 no Centro de Estudos do BNDES, Rio de Janeiro. A autora agradece os comentários e sugestões do público e membros da mesa, Carlos Medeiros e Carmem Feijó, e a leitura atenta e os comentários de Jaques Kerstenetzky. Agradece a Francisco Eduardo Pires de Souza pela disponibilização de vários dados e importantes esclarecimentos adicionais. Agradece ainda a um parecerista anônimo a correção de uma imprecisão conceitual. Os agradecimentos evidentemente não implicam em responsabilidade

The recent debate on alternative growth models for Brazil has revealed an almost unanimous assessment regarding the end of the validity of the domestic consumption-led model

RESUMO

O debate acerca de modelos alternativos de crescimento econômico para o Brasil tem revelado a quase unânime posição de que, como evidenciado pelas recentes baixas taxas de crescimento, o modelo de crescimento puxado pelo consumo doméstico teria se esgotado. Neste artigo, procuro examinar o significado mais amplo do experimento de crescimento liderado pelo consumo de massas e a validade empírica de alguns dos tradeoffs citados no debate, como entre consumo e investimento e investimento do governo e consumo do governo, e sugerir que se levem em consideração, como unidade de avaliação do experimento, as brechas de consumo necessário, discricionário e de bens públicos da população brasileira. As brechas sugerem um ainda importante espaço para redistribuição e avanço na provisão de bens públicos sociais. O potencial dos serviços públicos sociais de contribuir para o crescimento econômico com equilíbrio social e sustentabilidade ambiental emerge da análise como a aposta que ainda não foi feita.

PALAVRAS-CHAVE:
crescimento; redistribuição; consumo de massas; desigualdade; Brasil

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