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Desindustrialização setorial e estagnação de longo prazo do setor manufatureiro brasileiro

RESUMO

No Brasil e em outras partes do mundo, os diagnósticos de desindustrialização estão concentrados na manufatura agregada, de modo que as políticas podem ser ineficazes se a desindustrialização tiver um componente específico para o setor. Este estudo quantifica e analisa a desindustrialização para os subsetores individualizados da manufatura. Para tanto, foram criadas séries inéditas da participação dos subsetores da indústria no PIB brasileiro de 1970 a 2016, com base em dados oficiais do IBGE. Os resultados mostram que os subsetores da manufatura têm se desindustrializado em diferentes intensidades e períodos de manufatura agregada, e uma abordagem subsetorial revela traços ignorados pela literatura sobre a qualidade da desindustrialização. Concluímos que a desindustrialização brasileira é normal (e esperada) para os subsetores manufatureiros intensivos em mão de obra, mas prematura (e indesejável) para os subsetores intensivos em tecnologia. Portanto, a desindustrialização brasileira tem consequências negativas para o futuro desenvolvimento científico e tecnológico do país.

PALAVRAS-CHAVE:
Desindustrialização setorial; desenvolvimento industrial; heterogeneidade setorial; mudança estrutural

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