RESUMO
A sociedade e a economia mexicana estão numa encruzilhada histórica extremamente complexa. A estratégia mexicana de liberalização, da mesma forma que em muitos outros países da América Latina, privilegiou os aspectos macroeconômicos, ignorando questões cruciais como a poupança e o investimento doméstico, o crescimento e o emprego, dentre outras. Os resultados dessa estratégia são insustentáveis e apresentam diversas fragilidades, como ficou manifestado na crise de dezembro de 1994. Um aspecto importante dessa situação é que o setor privado está no centro da crise. Apenas algumas atividades econômicas têm sido capazes de gerar oportunidades de emprego acima do mínimo necessário à sociedade mexicana. Diversos modelos de séries de tempo demonstram que o crescimento do PIB é fundamental para a geração de emprego; entretanto, é difícil imaginar que seja possível obter um crescimento anual do PIB maior que 10%, o nível necessário para absorver o crescimento da população economicamente ativa. Para atenuar essa situação, uma profunda reformulação da estratégia de liberalização e uma política explícita de geração de empregos são sugeridas.
PALAVRAS-CHAVE:
Estabilização; globalização; crise financeira; desemprego; NAFTA