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Sobre o papel da taxa de câmbio como ferramenta de competitividade industrial

RESUMO

Através de um modelo de dois setores negociáveis para uma economia aberta e de preços inspirada na tradição sraffiana clássica, que concebe o padrão do comércio como um problema de escolha técnica, examinamos algumas dificuldades com o recurso à taxa de câmbio política como ferramenta para promover a competitividade setorial. Para esse objetivo, distinguimos entre economias que produzem apenas manufaturados daquelas em que o setor mais lucrativo explora os recursos naturais em condições de aluguel diferenciado. Mostramos que, quando ambos os setores comercializáveis produzem bens industriais, a desvalorização convencional geralmente não permite que um setor doméstico atinja a competitividade internacional sem prejudicar o outro. embora quando o setor predominante opere sob condições de renda diferencial, mesmo que seja possível o desenvolvimento de um novo setor - definindo a taxa de câmbio no nível de “equilíbrio industrial” -, isso exige que o formulador de políticas determine o efeito das mudanças na taxa de câmbio, tanto em direção quanto em magnitude, nas demais variáveis distributivas.

PALAVRAS-CHAVE:
Abordagem clássica de preços e aluguel diferencial de distribuição; política cambial; equilíbrio industrial; competitividade setorial

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