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Agricultura familiar e cooperativismo no Brasil: uma caracterização a partir do Censo Agropecuário de 2017

Family agriculture and cooperativism in Brazil: a characterization from the 2017 Agricultural Census

Resumo:

Este artigo apresenta resultados de um estudo sobre as características de estabelecimentos classificados como de agricultura familiar, cujos produtores são associados em cooperativas, com o objetivo de identificar tendências da cooperação agrícola nas atividades produtivas e reprodutivas desse segmento. A partir da sistematização e análise do Censo Agropecuário de 2017, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), verifica-se o baixo percentual de associação em cooperativas entre produtores responsáveis por estabelecimentos agropecuários no Brasil. A participação dos estabelecimentos de agricultura familiar é ainda menor nas regiões Norte e Nordeste do país, bem como entre produtores que têm menor renda. Foram identificados fatores relacionados à baixa participação desse segmento em cooperativas, entre os quais o tamanho da propriedade, a faixa da renda e a escolaridade. Também foram analisadas tendências da cooperação agropecuária, destacando-se os aportes do cooperativismo na viabilização da comercialização da produção, na ampliação da renda obtida no estabelecimento e no acesso a serviços de assistência técnica e extensão rural. A baixa participação em cooperativas é também expressão de carências estruturais históricas de negação de acesso adequado aos meios de produção e de condições de vida para promoção de um desenvolvimento rural sustentável.

Palavras-chave:
agricultura familiar; cooperativas agropecuárias; desenvolvimento rural sustentável

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