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Comércio Internacional de OGMs: Os importadores pagaram prêmios pela soja brasileira?

Resumo:

A inserção dos Organismos Geneticamente Modificados (OGM) nas redes globais de comércio, em 1996, e a rejeição de demanda em alguns mercados importantes levaram à significativa reorganização do comércio mundial de soja. O Brasil adotou a tecnologia relativamente mais tarde, de forma que se especializou na oferta de soja convencional entre 1996 e 2005. Por outro lado, os Estados Unidos e a Argentina adotaram a tecnologia em 1996, e passaram a exportar, sobretudo, para destinos com menor aversão à tecnologia. O objetivo deste artigo é explorar as relações entre a adoção da tecnologia das sementes geneticamente modificadas e as mudanças nos mercados globais (preços, origens e destinos e parcelas de mercado), buscando, sobretudo, verificar a existência de preços diferenciados para a soja brasileira, a partir da análise dos valores unitários de comércio. Para tanto, foram utilizados métodos de análise multivariada (análise de componente principal e de agrupamento) e estimou-se um modelo de efeitos aleatórios a partir de uma base de dados de comércio de 1986 a 2010. Os resultados reforçam que a tecnologia altera o padrão de comércio, mas diferenciais de preço para a soja brasileira são verificados apenas em mercados de nicho, em que a parcela de mercado do Brasil é relativamente menor.

Palavras-chave:
comércio de transgênicos; rejeição de mercado; diferencial de preços; inovação tecnológica e comércio

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