Resumo:
A discussão a respeito da governança de cooperativas agropecuárias tem enfatizado que uma melhor alocação dos direitos de propriedade interfere na competitividade desse modelo de negócio no mercado cada vez mais internacionalizado e desregulamentado. Esse estudo busca um maior aprofundamento da alocação do direito de propriedade em cooperativas agropecuárias de Mato Grosso do Sul/Brasil. A pesquisa de caráter qualitativo foi realizada em quatro cooperativas agropecuárias, duas consideradas modelo emergente e duas cooperativas tradicionais. A investigação foi conduzida por meio da análise de atas de Assembleias Gerais Ordinárias, estatutos e entrevistas semiestruturadas com gestores e presidentes. Observou-se que as cooperativas agropecuárias consideradas modelo emergente, em que há seleção de novos membros e que atuam no formato de pool de compras, demonstram evolução em relação ao modelo tradicional ao apontarem maior profissionalização da gestão, evidência da separação entre propriedade e gestão. Outrossim, o modelo emergente torna-se mais atrativo que o tradicional ao alocar o direito residual (sobras) dos membros de forma eficiente.
Palavras-chave:
cooperativas agropecuárias; direito de propriedade; modelos emergentes