Resumo:
Este artigo visa investigar os fatores que contribuíram para a desigualdade de rendimentos e analisar os efeitos da segmentação ocupacional de trabalhadores brasileiros empregados em atividades agrícolas e não agrícolas, no meio rural. Foram aplicados os métodos de regressão quantílica com correção de viés de seleção amostral e a decomposição contrafactual de rendimentos por quantis, através dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) para os anos de 2012 e 2019. Os resultados mostraram que existe desigualdade de renda favorável aos trabalhadores empregados em atividades não agrícolas em relação aos designados em atividades agrícolas, sendo a diferença superior para aqueles trabalhadores com rendas mais baixas, assim como para aqueles com altos rendimentos. Confirmou-se ainda a presença da segmentação setorial, da qual a maior parcela em 2012 corresponde à dualidade do mercado de trabalho e em 2019, nos quantis inferiores, a segmentação obteve maior poder explicativo para a diferença de rendimentos entre os grupos, enquanto para os quantis superiores, a teoria do capital humano prevaleceu.
Palavras-chave:
diferenças de renda; mercado de trabalho rural; regressão quantílica; decomposição de renda