Resumo
Objetivo:
descrever o perfil epidemiológico da raiva humana no Brasil.
Métodos:
estudo descritivo dos casos de raiva humana notificados em 2000-2017; estimou-se a incidência e distribuição espacial.
Resultados:
188 casos humanos observados, na maioria homens (66,5%), residentes rurais (67,0%), menores de 15 anos de idade (49,6%), com exposição mais frequente por mordedura (81,9%); o período 2000-2008 apresentou maior frequência (85,6%), com 46,6% dos casos envolvendo cães e 45,9% morcegos; incubação mediana de 50 dias, seguida de sintomatologia predominante de febre (92,6%), agitação (85,2%), parestesia (66,7%) e disfagia/paralisia (51,9%); a maioria (70,2%) não fez profilaxia, os demais (29,8%) realizaram-na de forma inoportuna e/ou incompleta; 13 pacientes foram tratados pelo Protocolo de Recife e dois sobreviveram.
Conclusão:
houve redução na incidência de raiva humana e mudança no perfil epidemiológico, predominando casos transmitidos por morcegos; sugere-se investigar casos secundários e viabilizar a profilaxia pré-exposição em populações sob maior risco de acidentes com morcegos.
Palavras-chave:
Raiva; Vírus da Raiva; Epidemiologia Descritiva; Saúde Pública; Vigilância em Saúde Pública