Resumo
Objetivo Estimar o impacto orçamentário no uso do nivolumabe e do pembrolizumabe no tratamento de melanoma metastático no Brasil.
Métodos Análise retrospectiva de impacto orçamentário com dados do Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde. As autorizações de quimioterapia emitidas entre 2019 e 2022 foram analisadas. As principais medidas foram o número de procedimentos, os valores reembolsados e a variação percentual dos gastos ao longo do período.
Resultados O número total de autorizações de quimioterapia variou de 10.799 no primeiro ano para 8.328 no quarto ano. Entre o terceiro e o quarto ano, a elevação do valor dos procedimentos resultou em incremento de 5,96 vezes no gasto total, após um período de relativa estabilidade nos anos anteriores. No último ano, foram registradas 1.148 autorizações com pembrolizumabe e 173 com nivolumabe. Apenas 15,8% das autorizações utilizaram algum dos dois medicamentos. O impacto orçamentário produzido com o aumento no valor dos procedimentos foi de R$ 37.170.493,01. Considerando uma participação de mercado, no primeiro ano, de 15,0% e a sua evolução para 80,0% em cinco anos, o impacto incremental estimado nesse período seria de R$ 564.233.633,28 com o uso ampliado do nivolumabe e do pembrolizumabe.
Conclusão O aumento no valor de reembolso, associado à baixa adoção dos novos imunobiológicos utilizados, produziu um gasto extra importante com medicamentos prescritos antes da incorporação das novas tecnologias, o que pode representar um prejuízo ao sistema de saúde brasileiro.
Palavras-chave
Melanoma; Imunoterapia; Oncologia; Brasil; Análise de Impacto Orçamentário de Avanços Terapêuticos
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