RESUMO
Objetivo Estimar a cobertura vacinal da hepatite A em crianças de 24 meses e identificar fatores associados à ausência de vacinação.
Métodos Inquérito em amostra estratificada por estratos socioeconômicos em capitais (2020-2022), com estimativa de cobertura e intervalos de confiança de 95% (IC95%) e análise de fatores pela razão de prevalência (RP) via regressão de Poisson.
Resultados Nas 31.001 crianças, a cobertura da hepatite A foi de 88,1% (IC95% 86,8;89,2). Nos estratos socioeconômicos (A/B), a variável pais/responsáveis imigrantes foi associada à ausência de vacinação (RP = 1,91; IC95% 1,09;3,37); nos estratos C/D, crianças de cor amarela (RP = 4,69; IC95% 2,30;9,57), 4ª ordem de nascimento ou mais (RP = 1,68; IC95% 1,06;2,66), não frequentar creche/berçário (RP = 1,67; IC95% 1,24;2,24) e mãe com trabalho remunerado (RP = 1,42; IC95% 1,16;1,74) foram associadas à ausência de vacinação.
Conclusão Cobertura da hepatite A abaixo da meta (95%), sugerindo-se considerar especificidades dos estratos sociais.
Palavras-chave Cobertura Vacinal; Programas de Imunização; Vacinas contra Hepatite A; Criança; Fatores Socioeconômicos; Inquéritos Epidemiológicos
Contribuições do estudo
Principais resultados A cobertura vacinal da hepatite A foi de 88%. Ausência de vacinação foi maior em crianças de responsáveis imigrantes (estratos A/B); de cor amarela, 4º filho ou mais, não frequentador de creche/berçário e de mãe com trabalho remunerado (estratos C/D).
Implicações para os serviços Os resultados deste estudo contribuíram com Ministério da Saúde e Secretarias de Saúde no monitoramento da cobertura vacinal e identificação de fatores que possam impactar negativamente a cobertura vacinal da hepatite A.
Perspectivas É preciso mais pesquisa sobre o impacto da migração na vacinação contra hepatite A e em geral. Gestores de saúde devem atentar aos diferentes fatores que afetam a vacinação entre os estratos sociais.