Resumo
Objetivo Analisar tendência temporal e padrões espaciais da mortalidade por doenças tropicais negligenciadas (DTNs) no Piauí, Brasil, 2001-2018.
Métodos Estudo ecológico misto, com cálculo de razão de risco (RR), análise de tendência espaço-temporal, regressão de Poisson com pontos de inflexão, utilizando-se dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade.
Resultados Verificaram-se 2.609 óbitos por DTNs no período (4,60/100 mil habitantes), 55,2% por doença de Chagas. Houve maior risco de morte no sexo masculino (RR=1,76; IC95% 1,25;2,46), idade ≥60 anos (RR=40,71; IC95% 10,01;165,53), municípios com vulnerabilidade social média (RR=1,76; IC95% 1,09;2,84), menor porte populacional (RR=1,99; IC95% 1,28;3,10) e macrorregião dos Cerrados (RR=4,51; IC95% 2,51;8,11). Verificou-se tendência de aumento nas taxas de mortalidade em 2001-2008 e redução em 2009-2018.
Conclusão A mortalidade por DTNs no Piauí persiste elevada, particularmente por doença de Chagas, entre grupos de maior vulnerabilidade, concentrando-se as maiores taxas no sudoeste da macrorregião do Semiárido, nordeste e sul dos Cerrados.
Palavras-chave:
Doenças Negligenciadas; Mortalidade; Estudos de Séries Temporais; Análise Espacial; Estudos Ecológicos
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Fonte: Bases cartográficas (shapefiles)/Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2019.
A) Taxa de mortalidade padronizada por idade e sexo (por 100 mil habitantes); B) taxa média móvel espacial (spatial ratio, por 100 mil hab.); C) Razão de mortalidade padronizada (standardized mortality ratio).