RESUMO
Objetivo Estimar a prevalência e analisar fatores associados à insatisfação com a imagem corporal de adolescentes escolares brasileiros.
Métodos Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2019. Estimou-se a prevalência de autorrelato da insatisfação com a imagem corporal e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) e sua associação com características individuais pela odds ratio (OR) e IC95% pela regressão logística.
Resultados Dos 159.245 escolares, 30,2% (IC95% 29,2;31,1) reportaram insatisfação com a imagem corporal, que se associou a todos os fatores analisados. A chance de insatisfação esteve mais relacionada a ser do sexo feminino (OR = 3,86; IC95% 3,45;4,32), possuir internet em casa (OR = 8,68; IC95% 6,83;11,03), achar que ninguém se preocupa com ele(a) (OR = 3,02; IC95% 2,60;3,50), que a vida não vale a pena (OR = 3,27; IC95% 2,88;3,72) e se sentir irritado(a) (OR = 2,87; IC95% 2,53;3,26).
Conclusão A insatisfação com a imagem corporal esteve associada a diversos fatores e requer uma abordagem intersetorial.
Palavras-chave
Adolescente; Imagem Corporal; Saúde; Escolas; Estudos Transversais
Contribuições do estudo
Principais resultados A prevalência de insatisfação com a imagem corporal foi de 30,2%. A maior chance de insatisfação esteve mais relacionada a ser do sexo feminino, possuir internet em casa, sentir frequentemente que ninguém se preocupa com ele/ela, que a vida não vale a pena, e se sentir irritado(a).
Implicações para os serviços Sugere-se que sejam feitos projetos na escola incentivando a prática de atividade física, a diminuição do tempo de tela e bons hábitos alimentares, além de se fornecer suporte psicológico aos alunos, a fim de orientar cuidados com a sua saúde mental.
Perspectivas São necessários projetos de incentivo e instrução de boas práticas de saúde física e psicológica na escola, envolvendo toda a comunidade escolar, a formação de profissionais da educação e o incentivo ao autocuidado da saúde mental pelo adolescente.