Resumo
O artigo discute as relações de proximidade e distância intelectual e institucional entre os historiadores Afonso de Taunay e Sérgio Buarque de Holanda. Um e outro, em períodos diferentes, engajaram-se na produção historiográfica acerca da expansão paulista no período colonial. Como se sabe, o chamado "bandeirismo" foi um dos mais importantes temas da historiografia brasileira - particularmente da historiografia paulista - na primeira metade do século XX. Taunay interpretou o fenômeno como um capítulo da construção do território e da própria nacionalidade brasileira. Sérgio Buarque compreendeu a expansão paulista a partir do apresamento indígena para as lavouras dos campos de Piratininga. A despeito das diferenças teóricas e metodológicas, as relações entre os dois historiadores foi intensa. Não menos importante, interessa ao artigo observar a inserção institucional dos historiadores em questão. Ambos, em períodos diversos, dirigiram o Museu Paulista e ocuparam a cadeira de História da Civilização Brasileira na Universidade de São Paulo.
Palavras-chave:
Afonso de Taunay; Sérgio Buarque de Holanda; historiografia brasileira; historiografia da cultura; expansão paulista