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A ESCRAVIDÃO E A “VERDADE” DO ROMANCE: PRIMEIRAS LEITURAS E USOS PÚBLICOS DE A CABANA DO PAI TOMÁS NO BRASIL (1852-1858)1 1 Este artigo não foi previamente publicado em plataforma preprint e todas as fontes e bibliografia empregadas são nele referidas. Os jornais citados foram acessados pelas plataformas das hemerotecas digitais da Biblioteca Nacional do Brasil e da Espanha. Registra-se aqui especial agradecimento ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Científico - CNPq pela bolsa de pós-doutorado que permitiu a realização de parte da pesquisa que fundamenta esse artigo.

SLAVERY AND NOVEL “TRUTH”: FIRST READINGS AND PUBLIC USES OF UNCLE TOM'S CABIN IN BRAZIL (1852-1858)

Resumo

Neste artigo aborda-se as primeiras leituras brasileiras e os usos públicos do romance abolicionista A Cabana do Pai Tomás [1852], da estadunidense Harriet Beecher Stowe. Considerando-se o anseio do romance realista oitocentista de desvelar o social, apresenta-se os procedimentos formais adotados assim como sua recepção por leitores do Brasil escravista. Para tanto, utiliza-se como fontes principais a imprensa e baseia-se nas reflexões de Michel de Certeau sobre a leitura. Houve três modalidades diferentes de leituras: refratárias, ambíguas e entusiásticas, cada qual correspondeu a um modo próprio dos leitores se posicionarem diante de a intensão realista do romance, nem sempre sendo aceito como uma representação verossímil da escravidão. Indica-se a importância do romance em incentivar um debate público acerca da legitimidade da escravidão, ainda que não tenha incentivado defesas de abolicionismo imediatista.

Palavras-chave:
Escravidão; Romance realista; Recepção; Literatura; Abolicionismo

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