Resumo
Este artigo examina as teses médicas produzidas nas Faculdades de Medicina do Brasil oitocentista que tratam da questão dos partos complicados e debatem sobre qual existência deveria ter prioridade, da gestante ou do feto. Este debate obedeceu às estratégias de poder e prestígio social dos nelas diplomados e da institucionalização da prática médica. O objetivo é refletir sobre a construção de um saber masculino sobre o corpo da mulher, cujo sustentáculo consistia na definição de diferenças sexuais e o consequente enquadramento desta última à capacidade reprodutiva e ao exercício da maternidade.
Palavras-chave
História; Aborto; Cesariana; Teses médicas; Século XIX; Estudos de gênero