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PÁGINAS DA ESCRAVIDÃO: RAÇA E GÊNERO NAS REPRESENTAÇÕES DE CATIVOS BRASILEIROS NA IMPRENSA E NA LITERATURA OITOCENTISTA * * Gostaria de agradecer a Sidney Chalhoub, Alida Metcalf, Fernanda Pinheiro e Joice Oliveira pelas leituras e comentários feitos em versões preliminares desse artigo. Sou grata também ao Departamento de História de Rice University pelo suporte e pela acolhida durante o pós-doutorado.

PAGES ON SLAVERY: RACIAL AND GENDER REPRESENTATIONS OF ENSLAVED PEOPLE IN BRAZIL IN MID-NINETEENTH-CENTURY PRESS AND LITERATURE

Resumo

Com a proibição do comércio atlântico de escravos em 1850 para o Brasil, as elites proprietárias tiveram que se adaptar a essa nova realidade, e tanto literatura como imprensa discutiram a questão escrava e seu futuro. Nesse contexto, é perceptível a emergência de uma nova sensibilidade em relação à escravidão, em que se observa a centralidade da mulher escravizada na década de 1850. Eu argumento que tais discussões apresentam um sentido duplo, pois tanto se relacionam com os debates antiescravistas que ocorriam em outras partes do Atlântico, como também com a questão brasileira que se via diante da necessidade de reproduzir a escravidão internamente. Essa análise se baseia nos textos de duas escritoras, a francesa Adèle Toussaint e a brasileira Nísia Floresta, e os discuto em diálogo com outras obras literárias e artigos da imprensa da década de 1850. Este artigo pretende-se, ainda, uma contribuição aos estudos sobre ideias antiescravistas para períodos anteriores à década de 1860 e, principalmente, considera a participação de mulheres nesses debates.

Palavras-chave:
Escritoras; escravidão brasileira; século XIX

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