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Crescimento e puberdade após tratamento da leucemia linfoblástica aguda

Nos últimos 20 anos, após o tratamento de pacientes portadores de leucemia linfoblástica aguda, com quimioterapia e radioterapia, houve melhora na taxa de sobrevivência e cura em torno de 70%. Crianças portadoras da doença foram envolvidas em protocolos de tratamento internacionais que visavam melhorar a sobrevida e minimizar os graves e irreversíveis efeitos tardios. A nossa unidade utiliza o protocolo internacional GBTLI LLA-85 e 90, com as drogas metrotexate, citosina, arabinoside, dexametasona e radioterapia .Entretanto, estes tratamentos podem causar insuficiências gonadais e prejuízo no crescimento. PACIENTES E MÉTODO: Os autores analisaram 20 crianças fora de terapia a fim de determinar o papel das várias doses de radioterapia sobre alterações endocrinológicas. Foram divididos em três grupos baseados na profilaxia do sistema nervoso central: o grupo A foi submetido à quimioterapia, o grupo B à quimioterapia mias radioterapia (18Gy) e o grupo C à quimioterapia mais radioterapia (24 Gy). Foram avaliadas as concentrações séricas de LH, FSH, GH e testosterona. Os estudos de imagem incluiram idade óssea, ultrassonografia pélvica, escrotal e ressonância nuclear magnética do crânio. RESULTADOS: Houve diferenças significativas nas respostas do hormônio de crescimento e prejuízo na estatura final (Bayley-Pinneau) entre os dois grupos irradiados e o grupo que não foi irradiado, mas não houve diferenças quando se compararam as doses de radiação utilizadas (18 ou 24 Gy). A previsão da altura final (Bayley-Pinneau) foi menor (p= 0,0071) nos dois grupos tratados com radioterapia. Duas meninas apresentaram puberdade precoce e um menino teve atraso puberal associado a calcificação do epidídimo. CONCLUSÃO: A radioterapia é responsável por efeitos colaterais especialmente quanto ao crescimento e puberdade.

Disfunção endócrina na leucemia linfoblástica; Crescimento e leucemia aguda; Puberdade na leucemia linfoblástica


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