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Mega bexiga na Doença de Chagas experimental. Caracteristicas patológicas da parede vesical

Os "mega-órgãos" na Doença de Chagas são bem conhecidos, especialmente os desenvolvidos no sistema digestivo. A infecção aguda apresenta parasitismo de diversas células, tecidos e órgãos, dentre eles a bexiga urinária. Camundongos Balb/c infectados com 100.000 formas sanguíneas de cepa Y de T. cruzi mostraram intenso parasitismo de todas camadas da bexiga urinária na fase aguda. Os parasitas foram encontrados na mucosa, submucosa, lâmina própria, muscular, adventícia e tecido adiposo, além das células descamadas para a luz do órgão. Para produzir a fase crônica, os animais foram inoculados com a mesma cepa, porém apenas inóculo com 50 formas sangüíneas. Após sessenta dias de infecção, detectamos dilatações da parede vesical, assim como infiltrado inflamatório e focos de fibrose substituindo áreas musculares lesadas. Este achado pode ser resultado da ação direta do T. cruzi sobre as fibras musculares levando a miosite, destruição das fibras e consequente reparo. Lesão das células paraganglionares secundário ao parasitismo deve também ser considerado como causa de distúrbio urodinâmico evoluindo com dilatação, lesão das fibras musculares e substituição das mesmas por tecido conectivo.

T. cruzi; Bexiga urinária; Patologia


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