OBJETIVO: Estudos prévios nossos demonstraram alterações estruturais e quantitativas de fibras elásticas na fascia transversal com o envelhecimento, tendo papel na gênese da hérnia inguinal. Com o objetivo de verificar diferenças na matriz extracellular da fascia transversal de pacientes com hernia inguinal direta e indireta, quantificamos o colágeno e as fibras elásticas na fascia transversal de 36 pacientes masculinos com hernia inguinal indireta e 21 pacientes masculinos com hernia inguinal direta. MATERIAL E MÉTODOS: Fragmentos de fascia transversal foram retirados durante a intervenção cirúrgica e seguiram para rotina histológica para análise quantitativa colorimétrica do colágeno e histomorfométrica de fibras elásticas. RESULTADOS: Demonstramos que a fascia transversal de pacientes com hernia inguinal direta apresenta menor quantidade de colágeno e maior de fibras elásticas em relação à fascia transversal de pacientes com hernia inguinal indireta. A fascia transversal dos pacientes com hernia inguinal direta apresentou alterações estruturais das fibras elásticas maduras e elaunínicas, responsáveis pela elasticidade e redução da densidade de fibras oxitalânicas, responsáveis pela resistência. Estas alterações promovem perda da complacência tecidual da fascia transversal. CONCLUSÃO: Estes resultados nos dão elementos para compreender a participação efetiva da matriz extracellular na gênese da hernia inguinal direta, sugerindo uma relação com alterações genéticas do metabolismo de fibras elásticas e colágeno.
Hérnia Inguinal; Fáscia Transversal; Elastina; Colágeno; Matriz Extracelular
