Ainda que jogos de azar e os problemas a eles relacionados sejam antigos para a humanidade, o Jogo Patológico, como alteração do comportamento humano, somente passou a ser reconhecido oficialmente como transtorno psiquiátrico a partir de sua inclusão na 3ª Edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (APA,1980). A maioria dos estudos sobre jogadores patológicos tem como base uma população eminentemente masculina. Entretanto, estima-se que pelo menos um terço dos indivíduos que recebem este diagnóstico sejam mulheres. O objetivo deste estudo foi revisar características clínicas e epidemiológicas de jogadoras comparadas a jogadores. As bases de dados MEDLINE e PsycINFO foram consultadas a respeito de estudos sobre Jogo Patológico publicados nos últimos dez anos, com especial enfoque para características clínicas (dados sócio-demográficos, curso e evolução, comorbidade psiquiátrica, genética e personalidade) e epidemiologia. Artigos relevantes publicados anteriormente ao período escolhido de revisão foram selecionados a partir da lista original de referências. Os autores concluem que a literatura atual indica que jogadoras e jogadores apresentam semelhanças, mas carreiam possíveis diferenças etiopatogênicas cujo esclarecimento deverá aprimorar as estratégias de tratamento e prevenção.
Jogo patológico; Gênero feminino; Epidemiologia; Características clínicas; Genética; Personalidade