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Ritos genéticos editoriais: uma abordagem discursiva da edição de textos

Editorial genetic rites: a discursive approach to editing texts processes

Resumos

Este artigo aborda discursivamente o tratamento editorial de textos, propondo a noção de ritos genéticos editoriais para designar uma série de processos desencadeados pela leitura profissional do revisor de textos, uma atividade linguageira que define um lugar complexo, de atribuições opacas, condicionado e condicionante na dinâmica interlocutiva que revela. Com base nos fundamentos da análise do discurso de tradição francesa, procuramos avançar no entedimento das manobras de leitura e escrita envolvidas no preparo de um texto autoral destinado à circulação pública.

Discurso; alteridade; revisão de textos; ritos genéticos editoriais


This article offers a discursive approach to the editorial treatment of texts, proposing the notion of editorial genetic rites to designate a series of processes unchained by a sort of professional reading, a language activity that defines a complex place, whose cloudy attributions arise from the dynamics of interlocution. Based on discourse analysis of French tradition, we look for to advance in the understanding of the maneuvers involved on this reading-and-writing activity witch characterizes the preparation of a text to its public circulation.

Discourse; otherness; text revision; editorial genetic rites


  • 1
    1 MUNIZ Jr., José de Souza. O trabalho com o texto na produção de livros: os conflitos da atividade na perspectiva ergodialógica. 2010. 179 f. Dissertação (Mestrado em Teoria e Pesquisa em Comunicação). Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, 2010.
  • 3 Cf. YAMAZAKI, Cristina. Edição de textos na produção editorial de livros: distinções e definições. 2007. 231 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação). Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
  • 4 AUTHIER-RÉVUZ, Jacqueline. Entre a transparência e a opacidade: um estudo enunciativo do sentido. Vários tradutores, revisão de tradução Leci Barbisan; Valdir Flores. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.
  • 6 FIORIN, José Luiz. Polifonia textual e discursiva. In: BARROS, Diana Luz Pessoa de; FIORIN, José Luiz (orgs.). Dialogismo, polifonia, intertextualidade São Paulo: Edusp, 1999. p. 33.
  • 8 POSSENTI, Sírio. Indícios de autoria. Perspectiva, Florianópolis: UFSC, v. 20, n. 1, p. 106, jan.-jun. 2002.
  • 9 GREGOLIN, Maria do Rosário. Sentido, sujeito e memória: com o que sonha nossa vã autoria?. In: GREGOLIN, Maria do Rosário; BARONAS, Roberto Leiser (orgs.). Análise do discurso: as materialidades do sentido. São Carlos: Claraluz, 2003. p. 47-58. (p. 49)
  • 11 POSSENTI, Sírio. (1999) O sujeito e a distância de si no discurso. In: ______ . Os limites do discurso Curitiba: Criar, 2002b, p. 123-135. (p. 128)
  • 12 CHARTIER, Roger. (1999) Cultura escrita, literatura e história Trad. Ernani Rosa, consultoria e revisão técnica Ilza Jardim. Porto Alegre: ARTMED, 2001. (p. 35-36)
  • 13 MAINGUENEAU, Dominique. Gêneses do discurso Trad. Sírio Possenti. Curitiba: Criar, 2005. p. 139.
  • 16 WOODMANSEE, Martha & JASZI, Peter (eds.). (1994) The Construction of Authorship - Textual Appropriation in Law and Literature. London: Duke University Press, 2006. p. 30.
  • 17 Essa noção está desenvolvida privilegiadamente sobre o Discurso literário em MAINGUENEAU, Dominique. Discurso literário Trad. Adail Sobral. São Paulo: Contexto, 2006. Aqui, recorremos a uma célebre formulação de Nietzsche sobre esse "lugar paralelo" sobre o qual se erige a possibilidade do trabalho de criação autoral: "um Homero não teria criado um Aquiles, um Goethe não teria criado um Fausto, se Homero tivesse sido Aquiles, e Goethe um Fausto" NIETZSCHE, Frie-drich. (1887) Genealogia da Moral Trad., notas e prefácio Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 91.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    25 Fev 2014
  • Data do Fascículo
    Dez 2013

Histórico

  • Recebido
    14 Maio 2013
  • Aceito
    10 Jun 2013
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