RESUMO
Este texto combina reflexões sobre as dificuldades encontradas em meu trabalho etnográfico junto à Fundação Cacique Cobra Coral, em especial no que diz respeito a transformações na forma como a alteridade foi vivida ao longo do processo etnográfico, com críticas de antropólogos indígenas à antropologia e suas práticas, de modo a fazer com que elementos da pesquisa etnográfica iluminem, na medida do possível, dimensões pouco compreendidas das referidas críticas. O texto então busca oferecer algumas reflexões sobre os impactos do aparecimento de todo um contingente de antropólogos declaradamente “animistas” dentro de um contexto em que a antropologia tacitamente reproduz, em algumas de suas práticas, o naturalismo materialista das ciências ditas “duras”.
PALAVRAS-CHAVE:
Animismo; espiritualismo; umbanda; antropologia indígena; descolonização da antropologia